Capítulo 1

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Quando acordei só tive tempo de dizer eu te amo para o Zayn os médicos invadiram o quarto e o tiraram, mal pude vê-lo ou se quer perguntar algo. Fizeram vários exames em mim, passei o dia respondendo perguntas de como me sentia se lembrava de algo. Quando enfim terminaram eu estava exausta, mas queria ver minha mãe e minha irmã, saber se o Zayn estava bem. Eu me lembrava de tudo que tinha acontecido, o medo a dor de como me senti perdida e sozinha, da luz e achar que seria meu fim e na verdade ser o meu novo recomeço. Se não fosse o amor da minha família e namorado me dando força talvez eu nao encontrasse o caminho de volta quer dizer, ele talvez não tivesse me achado, afinal me lembro de ser puxada para luz, nunca tive tanto medo de perder tudo, mas quando passei por ali me senti bem, como se estivesse nos braços da minha mãe.

- Raysa? — ouvi a voz da minha mãe chamar e me desfiz de meu devaneio, a olhei e sorri fraco, senti ela segurar minha mão e segurei a dela. - Fiquei tão preocupada minha filha. — ela beijou minha testa de forma meio demorada.

- Me desculpa? — disse num tom cansado por causa dos exames feito ao longo do dia.

- Não minha filha, você não tem culpa. Estão atrás do monstro que fez isso com vocês. — ela disse indignada.

- A polícia? — perguntei curiosa e ela assentiu. Tomara que achem e prendam quem fez isso, eu estive perto da morte e não pretendo correr esse risco de novo. - Que bom. — sorri aliviada.

- Sim, a polícia vai vir pela manhã te fazer perguntas, já conversaram com todos falta só você. — assenti e vi a porta do quarto se abrir e por ela passar minha irmã.

- Oi. — ela disse em tom baixo e calmo e sorri. - Você esta bem? — ela veio em minha direção e se posicionou do lado da minha mãe.

- Oi,  estou melhor. E você? — imagino que ela devia ter ficado apavorada com tudo aquilo.

- Estou bem. Feliz por saber que esta bem. — ela sorriu e me abraçou.

- Eu também. — retribui o abraço e beijei sua bochecha.

Mesmo que tudo aquilo tenha acontecido, eu estava mais cansada do que com dor.

Toc toc — alguém bateu a porta e todas olhamos para a mesma. Logo adentrou uma mulher de roupas brancas e cabelos vermelhos.

- Precisam deixar nossa fênix descansar, ela já teve muita aventura nas últimas 24 horas. — ela disse e fiz uma careta.

- Fênix? — perguntei confusa.

- A Fênix é uma ave mítica, símbolo universal da morte e do renascimento, bem como do fogo, do sol, da vida, da renovação, da ressurreição, da imortalidade, da longevidade, da divindade e da invencibilidade.
Assim como você, quando chegou aqui tinhamos pouca esperança que sobrevivesse seu estado vital estava bem fraco, então você foi a "óbito", não tinha mais sinal de vida, ou foi o que a acharam. — a mulher falou em tom baixo, talvez não quisesse que escutassem, talvez tenha sido erro deles o diagnóstico final. - E de repente você voltou e pelos primeiros exames que foram feitos é como se você não tivesse sofrido nada.
Parece mentira que tiraram vc e seu namorado de um carro que capotou na pista e que tenha recebido massagem cardíaca, choque e esta perfeita como se não tivesse sofrido nada. Você é um milagre até mesmo para que não acredita em Deus.

- Mas ele existe. — minha disse e sorri, ela é bem religiosa e ai de quem falar que Deus não existe.

- Cada um acredita no quer,  mas agora deixem ela descansar, teve uma madrugada e dia agitado, amanhã vocês conversam.

- Vamos estar lá fora. — minha mãe disse e fiz uma careta.

- Elas não podem ficar? Não quero ficar sozinha. — reclamei, passei por coisas tão estranhas queria ficar agarrada nelas para sempre.

- Não sei não, você precisa repousar. — a mulher fez respondeu de forma indecisa, talvez se eu insistir quem sabe.

Toc toc. — novamente bateram na porta e dessa vez um homem colocou a cabeça para dentro do quarto.

- Tem uma pessoa querendo ver a fênix. — ué vão ficar me chamando assim? Eu hein.

- Quem é? — a ruiva perguntou e o homem abriu a porta e olhei Zayn que sorriu para mim, um sorriso tão lindo que pudi sentir meu coração querer saltar de meu peito.

- Esse cavalheiro aqui. — o homem de cabelos castanho entrou empurrando a cadeira de rodas que Zayn estava e o colocando do meu lado.

- Oi meu amor. — ele falou e nunca me senti tão bem em poder ouví-lo e vê-lo de tão perto.

- Oi Mor. — estiquei a mão para ele e ele segurou a mesma, apertei sua mão com certa força e afrouxei quando o vi fazer careta.

- Cinco minutos para os pombinhos. — a ruiva disse e todos sairam do quarto nos deixando a sós.

- Eu te amo. — ele disse e sorri mais ainda.

- Eu também te amo. — me ajeitei para que ele pudesse se deitar ao meu lado. - Você está bem? Está com dor? — perguntei preocupada por ele esta na cadeira de rodas.

Ele se levantou com um pouco de dificuldade e se deitou do meu lado me abraçando.

- Um pouco dolorido,  mas logo passa. O importante é que você esta bem, que estamos bem. — ele me olhou nos olhos e assenti.

Aproximei meu rosto do dele e rocei nossos lábios, tive tanto medo que nunca pudesse dizer que o amava,  de sentir seus lábios nos meus, sentir seu cheiro, ouvir sua voz, o universo me pregou uma peça  e me deu um belo susto. Mas se fosse para poder tê-lo assim perto de mim e saber que ficariamos juntos, passaria por tudo de novo.

Fechei meus olhos mesmo com medo de fecha-los devido as últimas vezes que isso aconteceu e o beijei de forma calma e carinhosa, apreciei seus lábios tocando os meus e sua língua invadir minha boca, deixei que adentrasse e a mesma começou a dançar com a minha, como num baile de formatura, um casal apaixonado dando passos precisos. Podia sentir seus braços envolvendo meu corpo de forma protetora e me aconcheguei. É indescritível todo  sentimento que envolve a gente. É tão puro e surreal. Não me vejo amando outro homem que não seja ele, aquele café foi o dinheiro mais bem gasto da minha vida, ele foi o melhor estranho que conheci, mesmo com medo e com vergonha foi a melhor coisa que fiz, o deixei se sentar na minha mesa e ele entrou na minha vida a tornando alegre, animada, me fazendo sentir me viva e amada.

Separamos o beijo por falta de ar e ficamos nos olhando sem nada dizer, não era preciso, já tinhamos dito tudo um ao outro, tudo que precisávamos ouvir. Me aconcheguei em seu peito e fechei meus olhos, mesmo querendo ficar conversando com ele, mas o cansaço era mais forte que eu, senti a mão dele acariciar minhas costas e adormeci com seu carinho.

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Primeiro capítulo do segundo livro. Demorou um pouco,  mas saiu. Se preparem para novos sentimentos e tensões.

Intensa (livro 2) Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora