16 de Setembro de 2019

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Era hora de almoço e, apesar de vários alunos faltarem ao primeiro dia de aulas, o refeitório estava cheio.A Celeste estava à espera na nossa mesa habitual, a fazer sinal para eu ir ter com ela. Nós éramos amigas desde o início do liceu, quando nós as duas éramos apenas duas caloiras timidas. Acabámos por mudar, o namoro dela com um jogador da equipa de rugby fez com que os populares atraíssem a sua atenção para nós as duas, principalmente para mim, visto que a Celeste já não estava solteira. Apesar da atenção, de toda a gente nos conhecer e nos darmos com os popular- a equipa de rugby- muitas vezes preferíamos ficar as duas sozinhas juntas a não ser quando ela passava tempo com o namorado, o que acontecia maior parte do tempo, e nesse caso eu tinha de aturar os olhares das cherleader a mim, tal como os dos jogadores, literalmente. Hoje, era um dos dias para ficarmos só nós as duas.

O meu telemóvel apita na minha mão, decido olhar para ele para ver quem me telefonava porém, antes de conseguir ler as letras que brilhavam no ecrã, alguém vem contra mim e entorna água no meu top branco, o que faz com que ele fique transparente e ainda mais colado ao meu corpo.

Levanto os olhos do meu top e olho com raiva para a criatura que tinha feito os olhos da equipa de rugby pararem ao meu corpo, visto que estávamos em frente à mesa deles.

À minha frente estava um rapaz, muito mais alto que eu, tinha cabelo preto e olhos...azuis? Verdes?...era difícil definir só uma cor, eram simplesmente lindos.

-Wow! -ele diz com voz rouca. Só naquela frase percebi o tipo de rapaz que era. Talvez até o desculpa-se, podia ter sido um acidente, estava bem disposta a perdoá-lo devido à sua beleza, mas aquela única palavra que ele me dirigiu?! Estragou tudo.

-O top fica-te melhor assim, babe.

-Desculpa? Primeiro estragas o meu top e agora chamas-me babe?! Quem é que tu achas que és?!

-Bem...se quiseres eu posso secá-lo. Ele pisca-me um olho e com um guardanapo na mão aproxima-se de mim.

Dou um estalo na mão dele que se aproxima de um sítio que não devia e digo:

-Afasta-te de mim, prevertido!

Pouso o tabuleiro na mesa mais perto, neste caso o das cherleaders e jogadores de rugby e saiu do refeitório calmamente determinada.

Percorro os corredores vazios da escola a pensar no que fazer a seguir. Voltar para a cantina não era uma opção, visto que no mínimo metade da escola me viu a chamar prevertido aquele rapaz. Talvez tivesse uma muda de roupa no cacifo, pudia ir lá e mudar-me. Porém, era muito provável que isso não acontecesse visto que era o primeiro dia de aulas. A melhor opção era ir para casa, vários alunos não vinham ao primeiro dia de aulas e a ideia de ir para casa, vestir algo mais confortável e seco e ficar a ver Netflix e comer parecia ser uma bela de uma ideia. Acabo por virar à esquerda em direção à saída da escola em vez da direita onde ficava o meu cacifo. Não tinha carta de mota e em pouco tempo ia começar a tirar a carta de carro então teria de ir a pé, porém, não seria um problema visto que a pé até casa demorava 15 minutos e isso, para mim não era nada.

Saio da escola e pouco depois vejo uma mota preta a aproximar-se de mim que abranda para me acompanhar. Poucos carros passavam naquela rua, especialmente naquela hora e, a pensar que poderia ser alguém de mal, decido aumentar a velocidade do passo. Porém, a mota também aumenta a velocidade e, quando olho, vejo o rapaz do refeitório na mota a rir-se.

-Tem calma babe, que eu não te mordo. A não ser que queiras claro. -Ele sorri perverso para mim quando diz a última parte.

-Primeiro és pervertido e agora perseguidor?! -digo a sorrir irónica -se calhar é melhor eu ligar a um manicómio. Tiro o meu telemóvel do bolso de traz e começo a procurar um número nos contactos aleatório.

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