Trick or Treat?

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00:00 As doze badaladas ecoam na casa silenciosa.
A menina desperta.

Seu quarto permanece o mesmo, envolto na escuridão da madrugada, inalterado. Porém algo a perturba.

Ela escuta um barulho, um ranger talvez. Seu pai comentara sobre isso no outro dia "Malditos canos! Vivem rangendo!".

Não era do seu feitio acordar nesse horário, muito menos notar os barulhos noturnos da casa, mas algo diferente pairava no ar.

Ela joga os cobertores para o lado e levanta. Seus pés tocam o chão gelado. Estranho, tinha certeza que os chinelos estavam lá!

Isso não importava, precisava investigar, sua curiosidade era maior que tudo.

Ela anda até a porta na ponta dos pés. Seus pais estão dormindo, não quer acordá-los.

Tenta abrir a porta o mais silenciosamente possível, mas as dobradiças velhas não ajudam, um fraco gemido se ouve.

Ela aguça os ouvidos para escutar algum som vindo do quarto de seus pais, eles não gostariam de vê-la acordada essa hora. Entretanto só o que ouve é o rangido.

Fecha a porta e segue em direção á cozinha; tem certeza que o som vem de lá.

Ao chegar na cozinha não se depara com nada de anormal, a pia, o fogão, a geladeira, todos em seu devido lugar. Resolve voltar para sua cama.

Deve ter sido coisa da minha cabeça. Pensa.

Porém um som a detém: toc toc. Ela olha para a porta da cozinha. O barulho deve vir de lá.

Toc toc. Ela ouve novamente. Estranho. Quem estaria batendo na porta a essa hora? Não tinha vizinhos. Poderiam ser viajantes perdidos. Claro! Isso acontecia as vezes.

Ela hesita. Sua mãe vive repetindo para nunca falar com estranhos, mas acordar seus pais estava fora de cogitação, seu pai acordava cedo para trabalhar e ficaria chateado se ela interrompesse seu sono.

Sua generosidade e altruísmo impedia que a menina ignorasse a batida na porta.

Ela então se dirige a porta e a abre.

Ninguém se encontra lá fora. Ela dá um passo para fora e olha ao redor. Ninguém. Deve ter desistido. Ela volta para dentro e fecha a porta.

Ela se dirige ao quarto. Nada foi encontrado de estranho na cozinha e o rangido cessou, coisa alguma a impedia de dormir agora.

Antes que a menina possa chegar ao seu destino a batida ressurge: toc toc.

Mas, não tinha ninguém lá fora. Eu vi. Ela pensa.

E apesar dos sinais de alerta que piscam em sua cabeça, ela se encaminha para a porta novamente. Seu pai sempre insistira em dizer que ela era a menina mais corajosa da cidade, o que sua mãe sempre retrucava afirmando que uma mísera barata a fazia correr. Já ela, a menina, não se achava tão corajosa, nem tão medrosa, apenas uma menina como outra qualquer. Todavia o que todos pensavam, mas, ninguém tinha coragem de dizer é que ela era inconsequente e tola.

Ela abre a porta e novamente o que encontra é apenas o breu.

Foi enganada novamente! Se baterem de novo não irei abrir. Ela começa a retornar porém uma voz a para.

- Ei!

Ela olha mais uma vez e torna a não ver nada.

- Ei, você não está me vendo? - uma voz feminina pergunta.

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2017 ⏰

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