Prefácio

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          O nosso mundo é regido por leis, sejam elas vindas de uma constituição, sejam elas vindas da natureza, o ser humano nada produz em seu fundamento, mas manipula o que provém da natureza.
          O método científico está presente o tempo todo em nosso meio, percebendo ou não. Somos produto da observação, o que entendemos das pessoas, a forma que vemos o mundo, até nossos preconceitos vêm da observação. Bom, se isso se concretiza em experimentos ou não, não é o caso, digamos então, que seja alguns princípios do método científico, já que não é regrado a rigor. Porém, estamos o tempo todo criando teorias pessoais sobre como as pessoas são, crescemos observando suas palavras, seu sotaque; e juntamente com a experiência de vida, aquilo que vivenciamos, idealizamos tudo o que rege – e com maestria – o mundo em
que vivemos.
          Em outro ponto de vista, notamos as leis da natureza, sabemos intuitivamente sobre elas, e principalmente o que podemos e não podemos fazer. Estamos submetidos a leis, desde a gravidade, a propagação da luz, ondas, e diversos outros conceitos físicos, temos a noção intuitiva da força que nos permite ficar na segurança do ''chão'', que a luz se propaga em linha reta, que se vemos uma pessoa em um espelho ela também nos ver – por conta da reversibilidade –, conhecemos bem o som de um instrumento musical e a voz das pessoas, e entendemos que uma pessoa que está na cozinha pode ser ouvida do quarto, mesmo com as paredes – por conta da difração das ondas –, conhecemos a nossa submissão em relação ao mundo que nos rodeia, e isso é maravilhoso, não estamos presos por conta das leis, mas livres por conta delas, por outro lado, afinal, nem sempre ser livre significa ter liberdade – como o que aconteceu após a escravidão –, a ideia do que escrevo nunca foi estar certo com nada que dizia, mas refletir sobre tudo o que pensava, na certeza da minha ignorância. Da mesma forma que as reflexões de mil anos atrás para nós é bobagem, espero fazer parte dessa bobagem alguns anos a frente, apenas o fato de um pensamento ser perpetuado por tanto tempo é interessante demais para reparar nos erros e acertos.
          Aprender nunca foi fácil, pelo menos não o que se deve ser aprendido. Aprender só não é fácil quando não existe um real interesse pelo que é estudado, somos muito bons em nos adaptar facilmente quando isso é inconsciente, dominar uma plataforma, aprender como se usa um sistema operacional em alguns minutos – IOS, Android, Windows – por exemplo, mas somos péssimos em aprender matemática e química. Sobre esse assunto, pelo menos no Brasil, eu consigo perceber o quanto é abstrato perceber relações nos primeiros anos introdutórios dos assuntos – nono ano, é normalmente o ano em que se é introduzido física, química, e a matemática se torna muito mais essencial – parece que nem tudo faz tanto sentido assim, porém, como estímulo certo, o aluno deixa de decorar o que está sendo ministrado, e realmente adentra no assunto para procurar resposta para as formulações de possíveis perguntas que com certeza haverão. Como sempre fui curioso, e considero isso a base do que chamam ''inteligência'' sempre fui atrás para ver como aquilo funcionava matematicamente, quando possível, e isso, para mim, era muito mais interessante do que resolver exercícios. Infelizmente, nunca gostei de resolver exercícios, me encantava com as informações que aprendia apenas no enunciado das perguntas, e, de repente, calcular a velocidade não era tão interessante para mim.
          

          Terminei o ensino médio há alguns meses, e estou matriculado no curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal da Paraíba, e tudo isso que escrevo são pensamentos meus decorrentes de todo o meu processo de aprendizado e indecisões, perspectivas e algumas reflexões sobre tudo isso que passei, e a minha visão atual, depois do último ano no ensino médio. Sejam bem vindos à experiência que por tanto tempo faz parte do nosso dia a dia, a escola.  

Reflexões de um estudante de ensino médio.Where stories live. Discover now