Mudança.
Essa pequena palavra de sete letras me causava um arrepio tão profundo,que até alguns pelos que eu nem se quer fazia conta que existiam, começaram a se arrepiar rapidamente.
Não me entenda errado, não estou dizendo que viagem é uma coisa ruim.
Mas quando você coloca uma pessoa que não enxerga—completamente nada—dentro de um carro, não dá uma combinação nenhum pouco boa.
—Tente se animar pelo menos um pouco,querida!—Falou sem tirar sua atenção da estrada.—Pense pelo lado bom, você terá a chance de fazer novas amizades.
—Claro,mãe!—Revirei os olhos encarando o nada,onde eu acho que seja o banco do carro.—Vou morar com um idiota que não sabe cuidar nem de si mesmo,imagine de uma garota cega.Vou está morta antes de se quer você pensar em me visitar.
—Ok,chega de drama!
Apertei fortemente a pequena bengala—que as vezes me fazia rir ao me comparar com uma velha—com o meu corpo.
Eu odiava viagem.
Mas odiava mais ainda perder os poucos amigos que possuía.
--¥--
—Chegamos!—Falou minha mãe, quase gritando,me fazendo despertar, atordoada,pelo barulho repetindo.
—Ah!—Levantei os braços pra cima, fingindo uma alegria.—Que felicidade, obrigada mamãe pela melhor coisa da minha vida.
Escuto ela suspirar profundamente, o que me faz soltar um sorrisinho involuntário.
—Meu Deus querida,como você cresceu!—Fala uma voz masculina,eu reconheço no mesmo momento àquela voz.
—Oque você esperava Robert?—Coloquei uma de minhas mãos na cintura.—Esperava que eu ainda estivesse com o mesmo rosto depois de quase doze anos,por favor né!
Senti um pouco de dor na minha costela,e então entendi que minha mãe avia me dado uma cotovelada.
—Bom.—Falou a mesma, tentando acabar com o clima ruim que se estalou.—Eu preciso ir, não se esqueça de me ligar todo dia.
—Claro mãe,eu também te amo muito e sentirei sua falta!—Falei revirando os olhos.
Senti braços me rodear e uma respiração pesada em meus pescoço.
—Eu te amo.—Falou com a voz embargada.—Nunca se esqueça disso,entendeu?
Apenas acento e a abraço de volta.
Odiava a ideia de ter que a deixar. Era como perder uma amiga que eu se quer fazia ideia que tinha.
Depois de muita choradeira ela acabou indo embora,me deixando com um coração vazio e um idiota que precisaria mais de mim do que eu dele.
Estava sentada em meu quarto encarando a escuridão.
—Arya!—Escuto a voz de Robert me chamar,fazendo eu finalmente despertar de meus devaneios.—Desça aqui,tenho uma pessoa que quero quê conheça.
Me levantei,levando junto comigo a bengala idiota que me fazia companhia por toda parte.
—O que foi agora, velho?—Perguntei me encostando no batente da porta.
—Arya,eu te apresento a Emily,nossa vizinha.—Estiquei minha mão para a frente,para que a mesma pudesse aperta-la,o que ela fez rapidamente.
—Seja bem-vinda ao Arkansas, espero que goste daqui!—Falou uma voz feminina,que eu presumo ser da tal Emily.
Apenas sorrio forçadamente,para acabar com o clima ruim.
—A Emily vai te levar e trazer da escola todos os dias, já que vocês estudam na mesma escola.—Falou o velhote,me fazendo revirar os olhos.—Tenho certeza que irão se dar bem!
—Eu também.
Eu espero!

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Does she see me?
Fanfiction"-E sabe qual é a melhor parte de não poder ver?-Perguntei ao mesmo, enquanto brincava com a bengala passando de uma mão para a outra. -É saber que não preciso ver as pessoas pra as diferenciar de feio para bonito.-O encarei.-E isso é com certeza,um...