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Oi gente, tudo bem?
Primeiro queria dizer que pesquisei muito antes de escrever esse capítulo pra ficar tudo certinho, então se vocês acharem que algo está errado, me avisem por favoor!
Segundo, eu queria agradecer pelos votos e comentários que a história está ganhando até agora ❤
Enfim, fiquem com o capítulo, espero que gostem.
xxgiu

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Hoje fazia exatamente um mês desde a última vez que Louis havia falado com Harry.

O garoto de olhos azuis havia ignorado todas as dez ligações do seu "novo amigo" durante todos esses dias, e o motivo era o mesmo de sempre.

Louis se acha um fardo, não só para as pessoas a sua volta, mas para o mundo.

Pode não fazer sentido, mas na cabeça do garoto faz, e muito. Ele pensa que não tinha mais motivos pra estar ali.

Sobre sua conta no Instagram, havia, em parte, mentido pra Harry. Ele também a usa como canal pra achar coisas que gosta, e também adora tirar fotos, mas o intuito da conta era disfarçar tudo o que estava sentindo.

Ele pensou nisso a muito tempo atrás, quando criou sua conta, já tinha indícios de sua doença. Não queria disfarçar o que estava sentindo dos outros, e sim dele mesmo.

Quando seu pai, já sem paciência, decidiu que iria leva-lo no médico só pra mostrar que tudo aquilo era frescura, quebrou a cara quando Louis foi diagnosticado com depressão.

De acordo com tudo o que aprendeu, sua doença acontecia com os adolescentes na maioria dos casos pela dificuldade em excesso de passar as etapas dessa fase difícil.

Por mais que esse fator pudesse sim ter sido um dos principais motivos, Louis sentia que não era aquilo.

O garoto sempre foi muito dependente de sua mãe, que o amou incondicionalmente até seu último suspiro.

Louis sabia que ela poderia ter lutado mais pra sobreviver, pra ficar ao lado dele, mas ele não a culpava.

Por mais que tivessem tudo o que o dinheiro podia comprar, a casa era sempre um inferno.

Ela não saia do hospital, e quando estava em casa, tinha que aguentar os gemidos das garotas pra quem seu marido comprava roupas novas e acabavam na cama com ele.

Louis se lembra muito bem de como seu pai falava "Eu só não chuto vocês pra fora dessa casa porque eu sei que você já está com o pé na cova mesmo, mulher. Então não ouse reclamar, tem coisas que não te dizem respeito."

Johannah também teve depressão quando mais nova, mais um dos fatores para o que aconteceu com Louis, já que a doença em alguns casos poderia ser considerada hereditária.

Então, quando sua mãe se foi, Louis se sentiu devastado, ficou trancado em casa por dias, e a única pessoa que seu preocupou o suficiente pra não deixar Louis fazer uma besteira foi a empregada da casa, que está com a família desde o nascimento dele.

Foi como Louis ficou: um garoto que não sorria, que não tinha ninguém que o amasse de verdade, e que ainda era vítima das piadinhas no ensino médio, apelidos como "crianção", "aberração", "viadinho", entre outros, um mais aleatório e mais idiota do que o outro.

Foi quando criou sua conta. Ele amava tirar fotos, e gostou de compartilhar com o público, gostou de ser notado.

Mas então, os comentários maldosos das pessoas conhecidas começaram a ser maioria.

Coisas como: "mostre sua bunda, não seu novo corte de cabelo!", "eu não acredito que a internet está ficando cada vez mais poluída" ou "vá mamar no colo da sua mãe" o afetavam de uma maneira surreal.

Então, depois de ser diagnosticado com a doença, seu pai resolveu pagar um bom médico pra o ajudar, apenas pra não ter trabalho em casa com lâminas ou banheiras de sangue.

Esse médico o ajudou de verdade. Ajudou Louis a juntar forças pra ignorar, pra focar nos comentários bons, que existiam, era só procurar.

Foi assim, com esse apoio, que conseguiu juntar mais forças ainda pra fazer um curso online de fotografia e conquistar seus dois milhões e meio de seguidores.

Mas agora, seu pai estava pior do que nunca. Parou de pagar os tratamentos, os equipamentos que Louis usava.

E o pior é que Louis não pode nem se trancar em seu quarto e chorar, já que seu pai está sempre muito ocupado com visitas e o manda arranjar algo pra fazer fora de casa.

Então Louis foi voltando a perder o interesse em coisas que o deixavam fascinado, como uma viagem de carro pela estrada com uma boa câmera ou andar com sua bicicleta pelo bairro florido com seu celular.

E uma das últimas coisas que estavam deixando Louis feliz nesses dias eram sua aparência. Droga, sempre tão sozinho, é claro que pensava que a culpa era dele.

Sua auto estima voltou ao zero, fazia um bom tempo que não postava fotos com alguma parte de seu corpo aparecendo.

E pra que cuidar de sí mesmo se ninguém nunca vai notar?

Louis estava ignorando Harry pois não queria ser mais um fardo na vida de alguém como foi na de seus pais e na de muitas outras pessoas a sua volta.

E Harry parecia muito bom pra ele.

Muito bom pra sua "frescura".

-x-

Louis estava tentando comer o lanche tamanho criança que havia pedido num restaurante do shopping, já que em sua casa não tinha mais comida e seu pai demitiu todas as empregadas, o que partiu o coração de Louis, pois sua segunda mãe foi embora também.

Então, nesses últimos dias, estava devastado. Mas, lá no fundo, Louis sabia que tinha que levantar, por isso estava fazendo esforço pra comer esse hambúrguer.

Enquanto engolia uma batata, se assustou ao sentir uma sombra sobre seu corpo, e logo levanta a cabeça, podendo ver os mesmos olhos verdes de um tempo atrás.

Aqueles olhos verdes que foi com quem deu seu último sorriso.

Então, eles o analisaram com uma expressão preocupada, como se o conhecesse a muito tempo.

O maior soltou um longo suspiro, e abriu sua boca pra falar algo que Louis precisava ouvir.

-Está OK não estar OK.

happy? l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora