Prólogo.

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Mais um dia aqui, mais um dia olhando as mesmas paredes brancas.
Sempre a mesma rotina: remédios, hemodiálise, drenagem do líquido que enche os meus pulmões, mais remédios, e por ai vai.
Eu vivo isso todos os dias à mais de dois longos anos.
Hoje tenho 17 anos, quando fui diagnosticada com câncer no pulmão tinha apenas 15.
Foi um choque para mim e minha mãe.
Essa doença atingiu rápido minha vida.
Os primeiros sintomas começaram enquanto eu estava na aula de Educação Física da minha antiga escola.
Uma simples dor no peito.
E essa simples dor no peito foi o começo desse meu inferno.
Depois veio uma tosse que não passava por nada, depois falta de ar e por fim perda de peso.
Quando minha mãe me levou ao médico meu estado já era grave e eu tinha apenas aproximadamente 2 anos e cinco meses de vida.
Ele nos mandou para o outro lado do mundo, pois aonde eu morava não tinha o tratamento adequado para mim.
Tivemos que nos mudar para Seul, Corea do Sul.
Eu tive que aprender o idioma muito rápido e minha mãe também.
Assim que eu cheguei aqui me colocaram na ala vermelha até me instabilizar, logo depois colocaram um tubo de oxigénio no meu nariz e me levaram para o quarto.
Minha mãe arrumou um emprego e vem de vez em quando me ver, não sei porque ela faz isso, já não sinto tanta falta dela, acho que ela está testando a vida dela sem mim, já que vou morrer em pouco tempo.
As vezes eu fico pensando eu nunca vou poder namorar, noivar, casar, ter filhos ou ter netos.
Eu nunca vou poder ter os pequenos privilégios da vida como correr, ou apenas respirar sozinha.
Isso é triste.
Imginem viver em um hospital por dois anos, é um rotina ridícula para mim.
Agora estou aqui olhando para o nada, esperando os próximos remédios.

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