PREFÁCIO
Este estudo surgiu como uma série de artigos publicados pela Secção de Estudo Bíblico da Liga Cristadelfiana de Isolação, sob o título “algumas passagens difíceis”. Mais tarde, o assunto foi tratado mais detalhadamente em uma série de artigos sobre "O Diabo", publicado em “O Cristadelfiano (The Christadelphian)”, durante 1969 e 1970. Agora, em grande medida devido ao conselho útil de um crítico anónimo, os artigos foram alargados e uma tentativa foi feita, por um re-arranjo do material, apresentar uma sequência mais lógica.
Devo reconhecer minha dívida para com duas pessoas, além do crítico anónimo acima mencionado: o falecido Irmão James White, pelos seus dois artigos sobre "O Diabo e seus anjos”, publicado no Cristadelfiano (Julho e Agosto de 1950), e o falecido irmão W. Watkins pela discussão frutífera. Estes dois irmãos realmente me ajudaram muito, e agradeço a Deus pela sua contribuição para a minha compreensão da Bíblia neste assunto fascinante.
Outubro, 1971
PETER WATKINS
PRÓLOGO
As escrituras estão repletas de contrastes e paradoxos: o uso de opostos é uma das maneiras que Deus usa para revelar e explicar o Seu propósito para com a humanidade. É nos mostrado a qualidade do bem em contraste com o atributo do mal; aprendemos sobre a justiça, em comparação com o pecado. Somos ensinados a procurar a perfeição e santidade e evitar o mal. Desejamos a redenção porque reconhecemos a nossa fraqueza, e estamos ansiosos pela paz e justiça do Reino, pois será muito diferente da luta e da injustiça do domínio do homem.
Ao longo dos séculos, o homem ponderou sobre a natureza e origem do mal e raciocinando, talvez através de uma espécie de simetria natural, ele tem muitas vezes concluído que se existe um Deus do bem, pode haver também um deus do mal. Esse é o pensamento do homem ignorante: na verdade, isto é onde, pela primeira vez, existe uma quebra de simetria. Deus não tem quem se lhe assemelhe: “Eu sou o Senhor, e não há outro ... Eu formo a luz, e crio as trevas: eu faço a paz e crio o mal: eu, o Senhor, faço todas estas coisas” (Isaías 45:5 - 7).
Então porque é que a Bíblia está cheia de referências a Satanás e a um diabo? É esta pergunta que o falecido Peter Watkins abordou. Mas ele não aborda apenas os aspectos negativos do mal, do pecado e da questão de saber se existe “um grande enganador": ele passa a lidar com os contrastes positivos - obediência, redenção e a perfeição que se vêm no Senhor Jesus Cristo. Nas páginas que se seguem, temos não apenas uma refutação do erro, mas uma abundância de exortação edificadora. Somos encorajados assim: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena”, e somos encorajados a pensar “nas coisas lá do alto” (Colossenses 3:1-5).
John Morris
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EXAMINANDO O ESTUDO
O derradeiro diabo é o próprio homem – não o homem que foi criado à imagem de Deus, mas o homem que, pela desobediência, manchou a imagem e foi condenado à morte.
Esta proposição surpreendente precisa ser explicada e qualificada, e este é o objetivo do presente estudo. Vamos tentar desvendar algumas das complexidades deste assunto bastante amplo, e o nosso método de procedimento será o de acompanhar as linhas guia que fornecem as próprias Escrituras. Essencialmente, isto é um estudo bíblico. A Bíblia deve ser o seu próprio intérprete.
O diabo, satanás, demónios, espíritos imundos, a serpente, o dragão: todos esses temas bíblicos estão tecidos num grande tema. Temos de tentar obter um entendimento das partes, e, portanto, estar em uma posição para ver o quadro como um todo.
E é importante que vejamos o quadro como um todo. Delicadamente gostaria de sugerir que foi por não conseguiram fazer isto que muitos estudantes diligentes da Bíblia têm sido afugentados deste assunto.
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O diabo, o grande enganador
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