Capítulo 2

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Devo ter ficado algum tempo a olhar para o telemóvel perplexa porque Kay já me tinha perguntado duas vezes o que se passava e eu não respondia.

-Maisy? Estás bem? - Perguntou pela terceira vez.

-Sim, sim, não é nada. - menti.

Ele não acreditou muito nisso mas percebeu que não valia a pena insistir.

-Tens fome? - Perguntou.

Eu limitei-me apenas a abanar a cabeça e a segui-lo para a cozinha.

Alguém tinha a fotografia da minha mãe, alguém vai fazer chantagem comigo! Alguém a pode magoar. Alguém pode espalhar? E se toda a gente ficar a saber, e se as universidades não me quiserem? Os meus tios não vão dar dinheiro a vida toda! E se a minha mãe for levada para um manicómio  e eu ficar desepregada e uma sem abrigo? Será que alguém me ia ajudar? E se Kay me deixar? Será que ele e todos os outros são assim tão superficiais?

-Maisy? Diz lá o que se passa? O que tinha a mensagem? Conta-me!- Insistiu Kay.

-Não é nada, Kay! Estou bem.

-Nota-se! Então por que é que estás assim?

-Assim como?

-Assim, toda… cenas!

-Kay, Não.é.Nada.

-Mas por que é que não me dizes?

-Por que não tens nada a ver com isso!

-Tenho! Sou teu namorado!

-Kay drop it!

- Não confias em mim?

-Kay, FOGO, adeus.

Peguei na mala que tinha trazido e saí de casa de Kay, óbvio que não podia dizer-lhe o que se tinha passado, não posso esperar até amanhã nesta pilha de nervos, vou telefonar a esta pessoa intrusa. Ligo o telemóvel e vejo que já são sete horas. Mandei uma mensagem ao número.

Não posso esperar até amanhã. Vai agora ao café.

Fiquei cerca de dois minutos a olhar para o telemóvel com uma esperança cega de o número me responder instantaneamente e dizer que já lá estava à minha espera, mas nada aconteceu. Atirei o telemóvel para a mala com força mas uando estava no ar ouvi um som de mensagem, afastei a mala bruscamente par apanhar o telemóvel mas isso resultou em cair a carteira e a minha mala.

-Porra!

Apanhei tudo e abri a mensagem.

Hoje não durmo em casa, podes passar a noite com o teu “namorado”.

E era da minha mãe.

Decidi ir comer fora, não tenho paciência para fazer comida, e como já no “amor de chocolate” não vá dar-se o caso da pessoa aparecer, como é que ela será? Será uma rapariga? Provavelmente! Uma daquelas com inveja da minha relação com Kay, ou será um rapaz?

Óbvio que pensar no assunto não me vai ajudar em nada por isso vou telefonar à empregada que vai limpar todas as manhãs a casa. Tirei o telemóve, com aquela esperança, mas nada, e o número começou a chamar.

-Está?

-Sim? Senhora Custódia?

-Sim, quem fala?

- A daqui fala Maisy Andersen, não me conhece. Gostava de saber uma informação.

-Sim, claro, diga.

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