0.1| Primeiro

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2015 - Seul

O detetive policial, JaeYong adentrou a antiga casa naquela rua casual, ele havia sido chamado no meio da noite e disseram a ele que, os construtores que demoliriam aquela casa haviam achado algo que necessitava da atenção do detetive.

Adentrou pela porta de madeira podre, haviam construtores subindo e descendo as escadas pegando pertences que restaram no local para enfim demolir. JaeYoung colocou as mãos dentro dos bolsos da calça. Examinando aquela ruína apodrecida pelo tempo, suspirou e aguardou o mestre de obras lhe receber.
E não demorou muito afinal. Logo, o homem de meia idade de capacete amarelo se aproximou e apertou sua mão, dizendo que precisava lhe mostrar algo que havia encontrado em um dos quartos da casa.

O detetive assentiu e o homem levou JaeYoung até a cozinha, o local estava sem luz, e por isso, ele não conseguia enxergar muito bem por onde ia. Mesmo assim, o mestre de obras se pôs atrás do balcão e segurou uma caixa de madeira que estava sobre o mesmo. Tinha o tamanho de uma pequena gaveta e era fechado com um trinco delicado e dourado. Parecia ter sido guardada com muita cautela.

— O que há nesta caixa? — Perguntou JaeYoung, segurando sua pequena lanterna sob o objeto. Iluminando a madeira avermelhada.

— Olhe o que tem dentro — Respondeu o outro, abrindo o trinco e deixando JaeYoung examinar o que havia ali.

O corpo do detetive se aproximou mais do objeto, iluminando-o com curiosidade, ali haviam muitas, realmente, muitas cartas, todas amareladas pela velhice. JaeYoung juntou as sobrancelhas intrigado pelo conteúdo e segurou uma delas, o mestre de obras se retirou do local, deixando o policial com seu próprio trabalho ali.

Sabe, JaeYoung sempre fora muito curioso com muitas coisas, e isso lhe chamara a atenção. Já que a data do papel indicava o ano de 1939, e o detetive era bom em história, sabia que, naquele ano, a Segunda Guerra começava a tremer no mundo.

JaeYoung abriu a carta, lendo as letras certamente desleixadas, eram escritas por um homem, concluiu ele. A primeira linha era destinada à um rapaz também. O detetive leu a dedicação na primeira linha em voz alta antes de iniciar a leitura do papel.

— Caro...

»«

— Park Jimin!                    1939 - Coréia

O general gritou para o soldado enquanto seu corpo era rastejado embaixo de arames farpados. Outros soldados rastejavam ao seu lado, imundos pela lama e cansados pelo treinamento pesado e contínuo.

Jimin tinha dificuldade neste 'exercício' era complicado para ele manter a cabeça abaixada e seguir em frente deitado, e na lama. Ele apenas queria terminar aquilo logo, não se importava com os arranhados nas pernas, mesmo sabendo que o general gritava para ele.

Grunhiu enquanto via seus colegas o ultrapassarem e consequentemente, os mais fracos ficarem atrás dele. Não queria ser considerado lerdo e muito menos inútil do batalhão, porque, se fosse, seria ele quem limparia o banheiro no final do dia e na manhã seguinte.

Jimin ficou aliviado quando finalmente pode erguer-se e esticar as costas quando saiu do corredor de arames. Alguns soldados ali costumavam chamar a armadilha de Teia. E ainda mais agradecido quando percebeu não ser o último a chegar, faltavam no mínimo cinco soldados que continuavam a rastejar embaixo da Teia na intenção de não chegar em último e lavar o banheiro.

— Park Jimin! — O general chamou mais uma vez a atenção do rapaz, que ficou em posição de sentido, colocando seus ombros para trás e encarando o homem com fardas estreladas que se aproximava com autoridade de Jimin.

Blast Heart [ji.kook]Onde histórias criam vida. Descubra agora