O Diário de Peter

154 1 0
                                    

Sou Lucas Peterson e sou aluno do Colégio Brasuka. Gosto muito da minha escola. Embora seja um garoto de dezesseis anos, sei bem o que é viver em sociedade, pois vivo em uma desde que me entendo por gente.

Tudo começou quando fui matriculado no pré (escola primária). Não me lembro bem dessa etapa da minha vida, mas meus pais contam que foi uma fase muito divertida, e triste ao mesmo tempo. Sei lá. É difícil contar sobre algo de que você não se lembra. Então, vou contar para você como tem sido a minha vida desde quando tinha seis anos, ingressando na primeira série. Dessa etapa eu me lembro bem!

Como ela era linda... Chamava-se Rose. Olhar carinhoso, cabelos sedosos, voz serena. Foi paixão à primeira vista. Mas, quem era ela? Descobri depois de alguns minutos: minha professora. A sociedade na qual estava inserido dava-me um presente, mas não sabia bem que presente era essa. Eu tinha um amor muito grande pela professora. Não sei nem como explicar. Ela me encantou como uma sereia encanta todos aqueles que ouvem seu canto.

Com Rose aprendi muito do que sei hoje, principalmente o que é mulher bonita. Tenho sorte nessa área da vida desde muito novo. Mas aquela mulher pela qual havia me apaixonado não podia ser minha, pois havia um obstáculo imenso entre nós. Ela era professora, com seus trinta e poucos anos, acho, e eu um menino que mal havia saído das fraldas. Que decepção! Tentava de todas as maneiras chamar a sua atenção.

- Professora, sabia que a senhora está mais bonita hoje?

Ela respondia:

Obrigada, Peter! Você é muito gentil.

Adorava quando me chamava de Peter. Sentia-me mais próximo daquela sereia. A palavra sereia acompanhou-me durante algum tempo, pois meus pais contavam-me muitas histórias, inclusive de deuses, sereias, duendes e a história de um menino que não crescia e que vivia numa terra chamada "Do Nunca", cuja principal personagem era o Peter Pan. Queria mesmo viver numa terra "Do nunca mais viverei sem ela".

Meus amigos sabiam que eu gostava da professora, mas não sabiam detalhes. Não interessava a eles, só a mim. Aliás, ninguém sabia. E não era para saber. Sentimentos nós só compartilhamos quando sentimos que é o momento de compartilhar.

Aquele ano tinha que acabar uma hora, e essa hora chegou. Na despedida, não contive minhas lágrimas. Abracei-a e senti seu perfume e seu afago que jamais sairão da minha memória. Naquele momento, fiquei sem chão, pois não a veria mais no próximo ano. Outra professora assumiria minha turma e, com certeza, não seria como a Rose. Foi muito difícil essa transição.

No ano seguinte...

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Apr 26, 2014 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

O Diário de PeterOnde histórias criam vida. Descubra agora