Por causa da inscrição no ateliê de dança, a minha mãe tinha convencido Leonard a deixar-me faltar à escola a parte da manhã. Acordei, vesti umas leggins pretas e um top branco. Prendi o meu cabelo num coque e calcei umas sapatilhas brancas. Desci, encontrando a minha mãe, aguardando-me na sala.
- O mais importante. - Disse, entendendo umas lentes de contacto. Nervosa, sorri e peguei nas lentes. A ultima vez que eu usara lentes de contacto, foi à três anos. Sentia-me diferente agora.
- Como estou?
- Linda, meu amor, mas ainda teremos de tratar do teu cabelo. Depois da inscrição, iremos passar no cabeleireiro.
- Mãe, eu sinto-me bem com o meu cabelo. Quero mudar com calma.
- Está bem. Iremos com calma. Já é um bom começo voltares a dancar.
A entrada do ateliê, não mudara em nada. Era a mesma de à sete anos atrás, antes de eu começar a estudar no colégio. A mesma porta grande, pintada de azul, com bailarinas desnhadas. Encarei o edifício enorme e respirei fundo. Depois de tantos anos, eu ainda não acredito que estou prestes a entrar ali, naquele edifico, onde eu passara maior parte do tempo livre com o Willy. A minha mãe pegou na minha mão, dando-me conforto e entramos as duas juntas. As paredes do corredor, ainda estavam pintadas de creme e o aroma nostálgico da madeira das salas de dança e da borracha dos sapatos de ballett, inundou as minhas narinas. Caminhamos por todo o corredor, até chegarmos à sala onde eu aprendera como ser uma dama do ballett, como a senhora Marian costumava dizer. Depois de a minha mãe bater na porta, a mesma se abriu. O rosto que eu nunca esquecera da minha amada instrutora de dança, iluminou-se assim que me viu.
- Mikayla? Oh Meu Deus! - Gritou, abraçando -me. - Fazia anos que não te via. - A professora Marian, é uma senhora de idade avançada, cheia de conhecimentos sobre todos os tipos de dança existentes no mundo. Ela fora uma das bailarinas de ballett e dança contemporânea, mais famosas até hoje e antes de eu dair das suas aulas, ela falara-me que acreditava que um dia, eu iria seguir o mesmo caminho. Costumava dizer que eu era única. - Claire, minha querida, como estás?
- Estou bem, obrigada Marian.
- Olha só como estás crescida Mikayla. A última vez que te vi, tinhas dez anos. Mas digam lá, a que devo esta visita.
- Marian, a Mikayla deixou de dançar após o acidente. Acredito que tenha ouvido falar sobre o acontecimento.
- Sim, ouvi. Lamento a morte do Andrew e do Willy. O Willy era um escelente músico. Um dos melhores que tinha passado aqui até hoje. Um jovem também dono de um dom único.
- Agradeço. Marian, a minha filha gostava de voltar a dançar aqui, se possível.
- Minha querida, eu nunca negaria um pedido desses. Só Deus sabe a confiança que deposito nesta menina. Ela irá longe com a dança.
- Obrigada Marian.
- De nada, minha querida. Irei dar-vos o horário das aulas. A primeira será logo às cinco da tarde. Conto contigo Mikayla.
- Agradeço pela oportunidade de voltar a ser sua aluna, professora Marian.
- Não tens de agradecer minha querida. Se possível, gostaria de te ver um pouco a dançar logo, portanto espero que venhas preparada.
- Como não danço à muito tempo, provavelmente irei cometer muitos erros.
- Essa é uma das razões que te levaram a voltar. Eu acredito em ti minha querida.
- Professora Marian, importasse que eu fique uma hora na sala de dança? Tenho a manha livre e ainda tenho algumas horas...
- Querida, fica o tempo que quiseres. Eu e a tua mãe iremos conversar um pouco..
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Amor Por Engano
RandomMikayla, uma rapariga de 17 anos que tem a vida mudada quando a mãe anuncia que se vai casar com o director da escola que frequenta. Com o padrasto, vem o meio irmão. Mikael. Para piorar, depois de receber um telemóvel novo, Mikayla começa a recebe...