[[SCHOOL - Shawn]]

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É o primeiro dia de aulas. O despertador toca, mas eu não me levanto, torcendo pra que meus pais se esqueçam e eu possa faltar.

Fecho os olhos e me viro para voltar a dormir, pois tive uma noite péssima. Sempre que estava a ponto de pegar no sono, eu me lembrava da volta às aulas, ou seja, voltar a encarar Samantha, minha ex.

Nós não tivemos um término muito compreensivo da parte dela. Muito choro, promessas que não cumpriria nem em um milhão de anos, muitas imploradas...não sei qual seria a reação dela ao me ver. Nem a minha ao vê-la.

Tapo a cabeça com o travesseiro e me preparo para perder propositalmente a hora, quando minha mãe bate na porta e entra.

- Shawn? Querido, vai se atrasar. Vamos, levante!

Solto um grunhido e a encaro.

- Mãe...

- Nem pensar! Você não vai faltar no primeiro dia do seu último ano, Shawn Peter Raul Mendes! Agora levante-se e vista-se, te espero lá embaixo em cinco minutos.

Me levanto, totalmente contrariado, e me apronto, descendo no tempo estipulado pela minha mãe para tomar o café e ouvir as costumeiras fofocas matinais dela e do meu pai.

- Você viu que se mudou uma família naquela casa que fica a três casas de distância da nossa e que está vazia há uns dois anos? - ela pergunta ao meu pai.

- Não. Mesmo? Quando?

- Devem fazer uns cinco dias. Parece que são estrangeiros e tem uma filha que está no mesmo ano da escola que o Shawn.

- Preciso conhecê-los depois. - eu só como em silêncio. Se a intenção deles é que eu faça amizade com a garota, seja ela quem for, estão muito enganados.

Desde a experiência com Samantha, eu quero o máximo de distância possível de pessoas do sexo oposto, com exceção da minha mãe, claro.

Acabo o café, me despeço dos meus pais e saio para a escola. Vejo uma garota diferente no ponto de ônibus e imagino que seja a filha dos novos vizinhos. É bonita, tenho que admitir, mas continuo firme na minha resolução de manter distância.

E é essa resolução estúpida que me faz andar até a escola, sozinho. Pelo menos o clima está agradável.

No caminho, passo em frente à casa de Samantha e me pego torcendo, inconscientemente, para que, por algum motivo qualquer, ela e a família tenham se mudado. Nem preciso dizer que não aconteceu, não é?

Mesmo assim, o resto do caminho todo torço pra que, pelo menos de escola, ela tenha mudado. E, outra vez, o universo pareceu conspirar contra mim, pois, adivinhem quem foi a primeira pessoa com quem cruzei ao entrar pelos portões da escola?

- Shawn, podemos falar?

- Agora não, Samantha, preciso ir até meu armário organizar minhas coisas.

- O que houve com o "Sammy"? É rápido, eu prometo.

Solto um longo suspiro, mas acabo ficando parado, ouvindo toda aquela ladainha já conhecida. Involuntariamente, começo a olhar a minha volta, buscando uma saída para a minha situação.

Eu poderia simplesmente sair andando, mas minha consciência não me deixaria em paz tamanha a falta de educação que seria. Como nada parece aparecer, tento focar na garota ali parada a minha frente.

Quando ela finalmente termina seu repertório de promessas vazias e fúteis,  apenas acenei com a cabeça e saí caminhando em direção ao meu armário, esperando que assim fosse me livrar dela. Mas não, meu um karma deve ser bem ruim, porque a garota me seguiu, suplicando e implorando meu perdão.

Shawn Mendes🎶- ONE SHOTS Onde histórias criam vida. Descubra agora