Capítulo 1

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Quando eu era pequena, ja sabia que minha mãe me odiava, cresci me sentindo uma intrusa na familia, o motivo? Por onde começo? Somos seis filhos, quatro meninas e dois meninos, na ordem de nascimento, Lucia, a mais velha,18 anos, logo depois Dylan, o metido a bandidinho, 17 anos, então os gemeos, Mike, estudioso, e eu, Megan, a intrusa, 14 anos, depois Sara, 11 anos, e Molly, quatro anos, eu não me dou bem com os mais velhos, eles pensam como minha mãe em relação a mim, Mike é muito mais parecido com a familia do que eu, então não tem problemas, é o hunico que me vê como familia, minha mãe se chama Jenny, meu pai Joe, um pequeno detalhe sobre a familia, todos são negros de pele realmente escura, e cabelos bem crespos, eu por algum motivo me sai diferente, meu cabelos são cacheados, belos cachos, e minha pele é dita como negra clara, um termo odioso, sou uma visão do inferno para minha familia por não me parecer com ninguém, sempre vista como o parasita que saiu de minha mãe junto a Mike.

Por outro lado, na escola, sou bem tratada, tenho amigos sinceros comigo, e me sinto acolhida, não sempre, sempre vai ter um racista imbecil pra me encher o saco, mas não me importo muito, Mike é provavelmente o unico na familia que me entende e me ama, somos gemeos bem diferentes mas ao mesmo tempo muito semelhantes, Joe não gosta muito de nenhum de nós, dividimos o quarto, ele costuma fazer tranças no meu cabelo, e no de Sara, que é um amor, ele provavelmente é o unico com um futuro em nossa familia, o unico que não planeja a vida onde estamos, ele quer algo melhor, pra todos nós, quer crescer e ser médico, e pela forma como estuda, ele conseguirá, eu acredito nele, queria que a familia acreditasse também.
Meus pais trabalham muito, Lúcia vive na casa de seu namorado, então cuidar de Sara e Molly é por minha conta, ja que eu prefiro que Mike estude enquanto eu cozinho, lavo, passo, crio minhas irmãs, e faço dever de casa, é ruim, não sou feliz, mas sei que eu posso ser um dia.
As vezes sonho que estou indo embora daqui, que consigo um otimo emprego ou algo assim e deixo de incomodar a familia, quem sabe um dia não?
- Sara, não esfregue com muita força - eu disse.
- Mamãe disse que pode.
- Mas vai machucar sua pele meu bombom. - ela fez que não com a cabeça.
- Mamãe disse que só gente branca machica a pele assim, e que eles sao sujos por isso, e que você não tem a pele igual porque é meio suja também.
- Mas eu tenho a pele igual meu amor. - essas coisas me davam raiva.
- Mamãe diz que não.
- Mas você acha isso ruim? - ela fez qur não com a cabeça.
- Eu te acho linda, com sua trancinhas, faz um dia em mim?
- Quando você crescer o Mike vai fazer.
- Ebaaaa.
Ouvi o barulho da porta e torei Molly da banheira, minha mãe havia acabado de chegar, não deu tempo de lavar a louça do jantar graças a dor de barriga de Molly, mas eu finalmente consegui fazer passar, estava secando seu corpinho quando minha mãe entrou.
- Você não lavou a louça.
- Desculpa, a Molly teve dor de... - ela me deu um tapa.
- Quando eu mando fazer uma coisa, faça, eu dou duro o dia inteiro sendo humilhada por patrão todo dia e tendo que lavar as cuecas deles, e quero que pelo menos a louça esteja limpa quando eu chegar Megan!
- Eu ia lavar... É que a Molly teve dor de barriga e eu nao conseguia fazer passar.
- E ja passou?
- Sim...
- E porque os pratos não estão seneo lavados?
Eu estou indo...
- Sara! - ela gritou.
- Oooooi - ouvi sara gritar.
- Trouxe biscoitos, chame o Mike.
Ouvi os passos, ela me lançou um olhar e eu sabia o que significava, louça suja, nada de biscoitos, apenas fui fazer mimhas obrigações, assistindo de longe mimha mãe dar todo o amor e carinho que tinha a meus três irmãos.

****
- Megan. - Mike me cutucou a noite, nem mesmo o senti sai do beliche de cima.
- Eu. - eu nao dormia, algo estava me preocupando.
Ele se sentou em minha cama, me sentei junto a ele e ofereci a coberta.
- Toma - ele me deu um biscoito, esse erano Mike.
- Obrigada - beijei seu rosto e comi.
- Um dia, quando eu for médico, você nunca mais vai precisar cuidar da Molly, nem da Sara, e nem da casa.
- Ei, eu acredito em você, e com as suas notas vai conseguir a bolsa naquela escola, você vai ser um medico incrível.
- Obrigada Megan.
- Não me agradeça, eu sei que um dia nós dois vamos estar bem longe desse lugar.
- E o Dylan não irá mais vender drogas.
- Espero que não. - falei, ambos sabiamos que Dylan queria crescer com aquilo. - vamos dormir, amanhã você temos uma prova importante.
- Ta bom, boa noite Megan.
- Eu te amo Mike.
- Também te amo.

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