Alemão Narrando:
Não devia ter feito aquilo com ela. Ela é diferente, linda e, caramba, aquela... Que apertadinha! Acredito que fui o primeiro dela, sem contar com o Monstro do Padrasto.
Mas, droga, eu fodi a minha amizade por uma garota. Eu nem sei se gosto dela... ou gosto? Que sentimento estranho! Não posso me permitir sentir nada, principalmente depois do que aconteceu com o JP.
Decidi: não vou mais ligar pra ela, nem nada. Não vou me foder de novo por uma mulher que peguei na rua...
Preciso encontrar esse moleque. Saio da minha sala e, ao dar um passo, esbarro em alguém. Quando olho, é ela. Merda, só pode ser uma armadilha para me confundir.
— O que você fez?! — pergunta quase gritando, com os olhos vermelhos de tanto chorar.
— Eu não fiz nada, e mesmo que tivesse feito, não é da sua conta! — Respondo sério, tentando não perder a paciência.
— O meu irmão apareceu em casa gritando comigo, drogado, e tu não fez nada? Que merda é essa? — Ela aponta o dedo para mim, a raiva transbordando.
— Baixe esse dedo, porra! — Digo com firmeza. Ela está me tirando do sério, e se continuar assim, vou perder o controle.
— Baixar se eu quiser! Tu em mim não manda, seu merda, favelado! — Ao ouvir "favelado", algo em mim se quebra. Num ímpeto, não consigo segurar a raiva e avanço.
A adrenalina corre em minhas veias, e num momento de fraqueza, acabo empurrando-a. Ela cai no chão, e imediatamente sinto uma onda de remorso. Que merda fiz... O pânico toma conta de mim enquanto vejo seu rosto machucado.
— O que você fez?! — Ela se levanta, tocando o rosto ferido, e eu vejo a dor nos olhos dela.
Eu sabia que tinha ido longe demais. O que me levou a isso? Sinto meu coração acelerado e o peso da culpa esmagando meu peito. Perdi meu irmão e agora perdi ela também.
Saio da casa, pegando minha moto e deixando o complexo. Preciso de um lugar pra esfriar a cabeça.
Makaila Narrando:
Estava alimentando a Sofia quando o JP entrou em casa. Olhei devagar, sem que ele percebesse que estava na cozinha. Algo não estava certo, e não queria me envolver nisso. Olhando de novo, vejo que ele estava com os olhos vermelhos e o rosto amassado.
Ele entra na cozinha, olha pra mim com desprezo e fala:
—Tu és uma piranha igual a tua mãe. Foi logo dar para macho. — Não consigo acreditar no que ele está dizendo. Sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Não acredito que o Brian lhe contou. Vejo a decepção nos olhos dele.
— O que estas... — Não consigo terminar. Ele começa a gritar, fazendo a Sofia pular da cadeira.
— NÃO TE FAÇAS DE BURRA! EU SEI QUE TU FODEU O MEU MELHOR AMIGO! — Como ele pode me tratar assim, se ele mesmo faz tantas merdas?
— Para de gritar! Não vês que a Sofia está assustada? — Digo, já chorando e segurando minha pequena. Olho para a porta da cozinha e vejo a Leila lá.
—O que está acontecendo? Por que estas está gritar assim, Joao Pedro? — Ela diz sem entender.
— TU CALA A BOCA! QUE TU É IGUAL A ELA! — Ele aponta para mim, e Leila arregala os olhos, chocada.
— Olha como tu falas comigo! Eu não sou a Makaila que fica calada. Eu meto porrada em ti! — Ela diz ameaçando, e ele ri.
— Tal como meteu ontem quando quicava na minha pica. — Ele fala, e Leila dá uma chapada tão forte que eu fico assustada. Não consigo acreditar que ele fodeu a minha melhor amiga e agora está furioso comigo por ter feito com o Brian. Ah, o Brian! Ele também vai ouvir...
— Seu nojento! Nem sei como fui capaz de fazer algo com você! — Diz quase gritando, saindo correndo pelas escadas.
— Que merda fiz eu... — Ouço ele murmurar.
— Acabou de perder duas pessoas que te amavam muito. — Digo, saindo apressada...
Subo as escadas e bato na porta da Leila.
— Vai embora.
— Sou eu, amiga. — Falo, e ela abre a porta e me abraça, com a Sofia entre nós.
— Vou voltar para os Estados Unidos. Aqui não faço nada. Não acredito que me entreguei para ele e ele fala como se nada fosse... — Diz, suspirando perto da cabeça da minha princesa, tão alto que a pequena se mexe no meu colo.
—Eu vou com você. Não acredito que o Alemão contou ao JP o que fizemos. Tenho que resolver isso. Pode ficar com ela um pouco? — Pergunto, e ela concorda.
— Mas não precisa ir só porque eu quero ir embora... — Diz, sentando-se na ponta da cama e olhando para baixo.
— Tu és minha irmã! Eu vou contigo para todo lado. Agora já não somos duas contra o mundo, somos três. — Digo, e ela solta uma gargalhada baixa.
— Obrigada! Nós, as três, somos invencíveis. — Diz, abraçando a Sofia e a mim.
— Agora preciso que você fique com ela um pouco. — Digo, passando a Sofia para o colo dela.
— Vai lá, miga. — Diz, e eu saio do quarto.
Ao passar pela sala, vejo que o Alemão não está. Deve ter saído novamente. Saio de casa, subindo o morro...
Logo chego à boca onde vejo o Brian saindo e vou em direção a ele. Ele não me vê e esbarra contra mim, e eu vou de encontro ao seu peito. Por um momento, sinto seu cheiro que tanto adoro.
Mas logo me lembro do que vim fazer aqui e esqueço o seu cheiro e tudo o que começo a sentir por ele ao longo destes meses.
— O que você fez?! — Pergunto alto. Não consigo acreditar que ele falou aquilo para o meu irmão. As lágrimas escorrem pelo meu rosto assim que me lembro do que aconteceu em casa.
— Eu não fiz nada, e mesmo se tivesse feito, não era da sua conta! — Fala sério, sem se importar com a situação.
— O meu irmão apareceu em casa gritando comigo, drogado, e tu não fizeste nada? Que caralho é isso?! — Digo, quase gritando, enquanto o dedo aponta para ele, o desejo de lhe dar um murro crescendo.
— Baixa esse dedo! — Ele diz, trincando o maxilar. Vejo que ele está irritado, mas estou me fodendo para isso. Ele acabou de destruir minha relação com o meu irmão.
— Baixo se eu quiser! Tu em mim não manda, seu merda, favelado! — Digo, a raiva transbordando, mas, de repente, sinto um murro na minha boca. Quando vou colocar a mão onde ele bateu, sinto outro soco, e depois mais um...
Não sei quanto tempo estou levando porrada do Alemão. Não é o Brian que esteve comigo na noite passada. Sinto-me tonta. Recebo mais um murro e logo alguém o tira de cima de mim.
Olho para ele, vendo-o sacudir a cabeça para o lado, me observando com um olhar de arrependimento. Ele tenta dizer algo, mas sinto minha visão escurecer e vou desmaiando.
E apaguei por completo.

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De dois Mundos
AléatoireA vida dela nunca foi fácil, e ele está longe de torná-la mais simples. Dois mundos completamente diferentes colidem, e ambos terão que descobrir o que realmente significa amar. Ela, uma estudante comum. Ele, um mafioso perigoso. Prepare-se para uma...