3 {notas finais}

127 13 2
                                    

" O que você está fazendo aqui? " — Pergunto levemente alterada, eu ainda estava perto do livro e se ele pegasse isso, era o fim para mim.

Lee Jihoon estava parado na porta do meu quarto com a chave girando no dedo. A chave que eu dei para ele assim que ficamos íntimos.

" Eu te mandei mensagem, quinze para ser exato, e você não me respondeu. Não quero ser invasivo, mas queria ver se estava tudo bem. " — Ele falou e sentou na beira da minha cama, sorrindo. Ele estava todo arrumado, com a sua calça jeans e a blusa larga branca, com um boné e o calçado da mesma cor. Ele sabe se vestir.

E eu? Eu estava lá, mas a minha alma não. Eu estava morta de vergonha por estar com roupa de dormir, cabelo para cima, sem maquiagem, e com cara de quem contraiu o vírus zumbi. Minha olheira estava mais escura que o normal.

" Ai, caramba Jihoon! " — Me cubro com o lençol — " Eu estou horrível, pode me dar licença? Eu vou me vestir adequadamente para você "

Ele deu de ombros e saiu do quarto, eu escondi o caderno debaixo do travesseiro e fui me arrumar.

  Abri a porta e o encontrei brincando com o meu cachorro. Ele parecia tão feliz, ele sorria o tempo todo e não notou a minha presença. Fiquei olhando para cada detalhe dele, tentando dizer um eu te amo, mas não tinha coragem suficiente. Cada detalhe dele era especial para mim, quando eu estou com ele, não existe nada além de mim e ele no mundo. O sorriso, os olhos, o jeito que ele corre, o jeito que ele olha para qualquer coisa, o jeito que ele segue a vida dele, simples e calmo. Eu penso onde ele pega ideias para escrever tanta música boa, e no final desisto de entender pois é um dom dele.

" Oh, você está aí a muito tempo? " — Ele me pergunta sorrindo e ainda abraçado ao meu cachorro.

" Que? Ah, não, não muito, cheguei agora. Tô pronta. " — Digo. Ele me olha de cima a baixo e sorri. Jurava que ouvi alguns anjos cantando agora. Ele termina de brincar com o cachorro e saímos.

O dia estava ensolarado, várias pessoas estavam na rua, conversando e se divertindo entre si. Eu olho para a cara dele e ele estava me encarando, eu sorri e ele fez o mesmo.

  De repente, umas pessoas passam por nós, falando baixo entre si, e olhando para a gente. Jihoon percebeu isso e nos levou até um supermercado, um pouco vazio. Fomo até o final das prateleiras e ele sentou no chão, se apoiando na parede.

" O que foi? Quem eram? " — Eu chego a perguntar, sentando ao seu lado e olhando para ele.

" Do jeito que elas estavam, eram carats. Eu não quero que você vire uma famosa, eu sei o quanto vai ser difícil isso. " — Ele disse, agora olhando fixamente em meus olhos, o tom dele era de preocupado.

" Eu não quero ser uma famosa! Eu quero só ser a sua amiga, nada mais. Eu sei que daqui para frente, vão entender isso errado, e que eu vou ganhar perseguidores, mas eu quero que você saiba que a sua amizade é importante e única para mim. " — Dessa vez me apoio nele, ele não gosta de contato físico, mas em uma hora dessas, tudo pode ajudar.

  Eu entendi o quão ele está preocupado. Eu sei que os fãs amam o grupo e que pensam que eles não tem vida social, não tem amigos, mas eles têm isso tudo, e quando veem os ídolos interagindo no dia a dia, em uma folga, com pessoas que eles consideram seus amigos, já pensam outra coisa. Isso é extremamente chato. Isso afasta os amigos dos ídolos.

Eu decidi voltar para a minha casa e ele seguiu para a empresa dele, os meninos estavam esperando já. Chego ao meu quarto e vejo meu celular apitando, eram mensagens de desconhecidos.

" Quero conhecer você, o Jihoon não te apresenta ao companheiros de grupo, que feio. " - número desconhecido.

" Quê? Qual dos amigos dele é você? Como conseguiu meu número? "

" Seungkwan. Espero que ele já tenha falado de mim para você ㅋㅋ " - número nem tão desconhecido assim agora.

Deixei o celular de lado e fui ver um pouco de televisão, coloquei num filme aleatório de terror e fui fazer a pipoca, para fazer uma maratona de filmes. Vejo meu celular tocar de novo, mas dessa vez era de notificação do Twitter, preferi não olhar e continuei a maratona.


••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

Capítulo com crítica social. Os ídolos tem sim vida por trás das câmeras, e nem sempre é a mesma ao vivo.

HABIT. {WOOZI}Onde histórias criam vida. Descubra agora