My Only One

The Only One

-Faça um pedido! - dizia minha pequena sorridente. Eu nunca gostei de comemorar meus aniversários, era algo tolo comemorar dias de vida numa única data. Tanta gente renasce todos os dias por encarar a morte e não comemoram isso. Mas pra ela não era assim, não! Era algo único, algo sagrado, datas assim mereciam ser lembradas a cada vez que aconteciam, e assim passei a comemorar meus aniversários. Não que eu gostasse, eu continuo detestando, mas o sorriso... o sorriso dela é algo que eu não trocaria por nada, seu sorriso, sua felicidade... É como se sempre -desde a primeira vez- me apaixonasse por cada mini detalhe de minha linda amada. E é por sua felicidade que todo ano desde quando nos conhecemos, há sete anos atrás, que fazemos minha festas de aniversário.

Meu coração batia de um jeito calmo mas acelerado em sua presença, seu perfume de rosas me embriagava preenchendo meu interior e fazendo moradia em mim.

Lembro-me de quando a vi pela primeira vez numa floricultura, eu estava confuso sobre qual comprar e a baixinha apareceu do outro lado da plateleira de flores me indicando e apresentando cada uma. Sorri do seu jeito de quem não queria nada enquanto me explicava, quem diria que ao entrar numa simples loja, uma pequena daquelas mudaria minha vida do dia pra noite? Elogiei sua beleza a comparando com as flores que escolhi, vi seu rosto branco delicado tomar uma cor avermelhada, e como toda pequena, ela se fez de difícil

-Rosas são delicadas, eu não - respondeu arquivando a comprar na maquina. Sorrio encantado com seu jeito, mas que bela pequena!

-Mostre-me isso aceitando jantar comigo - ela me olhou sorridente, pego uma flor lhe estendendo em prova de carinho, algo que ela aceitou de muito bom gosto. Apartir daquele momento, eu tinha a mais plena certeza de que eu a queria do meu lado e como afirmação, meu coração batia acelerado por vê-la todos os dias, cada um mais bela do que o outro.

De um solteirão solitário, a um romântico apaixonado.

Em alguns finais de semana, eu a tinha em minha casa para sessões de filmes, com a promessa de que eu a levaria sempre pela manhã, de volta ao seu trabalho.

Num determinado momento, eu já não me sentia alvoroçado para vê-la, meu coração havia se acostumado com a ideia de sempre ter seus braços ao redor dele, o abrigando. Seu perfume já empregnado em mim, na minha cama e por toda a casa que também se acostumara e aperfeiçoara ao seu jeito. Até o convite de ser minha acompanhante soar de minha boca. Minha pequena ficou tão surpresa, tão feliz, que me arrependi de não tê-lo feito antes, como eu amava sua felicidade! Mais ainda! Como eu amava ser o motivo dela!

Sorrio com a lembrança.

Em nossa primeira noite juntos foi tão intenso ao ponto de um dizer ao outro o que sentia, ambos os corpos correspondia aos donos. Pela primeira vez fiz amor com ela. Minha menina sempre rodopiava ao andar pela nossa casa e adorava a ótima mania de tropeçar propositalmente para que eu a segurasse.
Não importava o quão feia era nossas discussões -algo que não acontecia muito- nunca iamos pra cama brigados.

Ela era uma verdadeira princesa, delicada como uma rosa, no entanto, mais teimosa do que eu. Aprendi todas as suas manias, hábitos, jeitos. Aprendi a amar, a viver, aprendi a admirar pequenas coisas da vida como o pôr-do-sol que assistiamos todos os dias, aprendi a cuidar do nosso pequeno jardim que ela mesma havia dado a ideia.
Não havia cena mais linda no meu quadro do que sua beleza gritante com todos os seus vários tons alegres dando vida a tela. Meu filme favorito era admirar seu sono sereno ao meu lado, eu não sabia imaginar minha vida sem minha pequena preciosidade, ela era minha vida, ela era meu tudo, minha linda e maravilhosa esposa.

Lembro-me de sua fraquilidade um tempo atrás, desesperei-me, minha esposa era a estrutura mais resistente de nossa casa, sem ela, não existe moradia. E com tanta insistência de que não precisaria de um médico depois de meses sentindo-se mal, levei-a ao médico.
Não dei ouvidos ao ditado que dizia: o pior cego é aquele que não quer ver. Seu corpo de menina estava sumindo aos poucos dando lugar a manchas levemente rochas e a sua magreza. Eu tinha em mente os cuidados preciosos que tinha com minha pequena, era ela em primeiro lugar na minha vida. Claro que tinhamos problemas, mas ela sempre os via como solucionáveis, assim passei a tê-los como tal. O amor da minha vida me acolheu uma vez mais em seu colo magro e frágil quando desabei a chorar pelo resultado dos exames, eu me recusei a acreditar.
Como pude ser tão irresponsável ao ponto de não cuidar direito da pessoa mais importante da minha vida? Recusei-me a acreditar, a aceitar, a acordar para o fato de que não era culpa minha. Me sentia fraco a aceitar vê-la a cada dia mais debilitada, seu sorriso... com todos os acontecimentos, ele era o único que continuara ali, vivo, alegre e firme, seu sorriso se mantinha brilhante assim como as estrela no céu. Ela havia me dito que não tinha com o que se preocupar, ninguém tiraria ela de mim, era como se ela partisse para uma viagem por um tempo, e te fato me fez acreditar nisso. Inventamos um lugar lindo, sussegado e florido, minha pequena ria das coisas que eu inventava sobre o lugar e no final, acabavámos explorando os corpos um do outro...
Nossa rotina havia mudado em mês, ela gostava de apreciar a vista da janela do corredor, era o único lugar que ela consiguia ir pois suas forças a limitavam, e com um sorriso no rosto, minha amada dizia:

-Nosso corpo nos limita mas nossa mente é mais do que isso, não seja bobo.

Eu a abrecei por trás em uma das vezes em que a pegava olhando nosso jardim pela janela, inspirei seu perfume enquanto sentia os carinhos sendo depositado em meus braços

-Estou ansiosa para conhecer nosso lugar, já pensou? Altas fotos! - rimos com a naturalidade como tratava a situação. Éramos um lindo casal, éramos felizes, apaixonados, éramos amigos um do outro.

Eu abracei seu corpo sereno e calmo logo que acordei pela manhã, lembrei-me de ir até a cidade comprar uma terceira compania para nós, minha esposa vai adorar. E como todos os dias, dou-lhe alguns beijinhos pela nuca para acordá-la, ela sempre acordava sorridente e se virava para me dar um bom dia. Mas hoje por algum motivo, o tempo não amanheceu nublado, por algum motivo a flor que lhe dei no dia que nos conhecemos estava mais viva do que nunca e o sol iluminava o quarto mas minha amada esposa dormia em seu sono profundo e... eterno.

Não tenho mágoas da vida, ou rancor como muitos guardam por tirarem quem mais amamos de nós, minha menina me ensinou coisas incríveis e maravilhosas que levarei comigo para sempre e aguardei até que eu possa me juntar a minha esposa no Nosso Lugar, sei que ela está comigo, eu a sinto.

Sei que ela está sorrindo para mim, sei que me abraça como em todas as manhãs e que me beija todas as noites. O céu hoje está tão festivo ...e todas as vezes em que olho para o céu, tem sempre aquela estrelinha que brilha mais forte me indicando o caminho certo.

Afinal, a culpa é das estrelas, certo?

Eu amo você, Lee Minhyuk.