Remember: I Love You

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As aulas haviam chego ao fim. Sirius brigara pela guarda de Harry, e a conseguira sem muitos pormenores. Havia um jantar marcado na Ordem aquela noite. Não só para comemorar a volta de Sirius, mas para que, mais tarde, os integrantes mais antigos pudessem debater sobre o que deveriam fazer.

O Sr. e a Sra. Granger recusaram o convite, pois tinham uma importante convenção odontologica para ir.

Severus era um dos felizardos convidados, e isso o fez bufar pela casa o dia inteiro, vez ou outra tirando pequenos risos da mulher ruiva, que permanecia no beiral da janela, dessa vez com uma caneca repleta do mais puro chocolate derretido. Twex era tão caprichoso, que derretera 4 tipos de chocolate, misturando-os de forma a ficarem marmorizados. O elfo ficava feliz quando sua ama lhe agradecia e lhe dava beijinhos. Por essa razão o elfo vivia limpo e cheiroso, assim como suas roupas eram um chame, fruto de um dos hobbies de Annastasya.

-Você vai esburacar o carpete da tia Eileen.-Brincou a ruiva, depois de colocar mais uma generosa colher de chocolate na boca.-Vamos, deixe de ser resmugão. Eu deixo você comer um pouco do meu chocolate.

Aquilo sim arrancou gargalhadas de Snape, que se sentou junto dela, pegando uma colher cheia de chocolate.

-Tenho um entediante jantar na Ordem. Não quer ir comigo? Talvez possa brilhar esses lindos olhos azuis para Alvo e fazer com que ele nos libere daquela chatisse. Além do mais...-Severus pensou se era uma boa ideia completar a frase, mas pelo brilho curioso no olhar da amiga sabia que iria se arrepender caso protelasse.-Você vai poder ver o pirralho dos Potter.

-Achei que a Sede fosse em Grimmauld Place.

-Achei que a fofoca da semana do Ministério fosse a briga judicial pela guarda do menino.

-Ah, não. Elas estão ocupadas dizendo o quanto Sirius Black, apesar da magreza, fica gostoso com o uniforme da Academia.

-Você já foi comprovar a informação com os próprios olhos?-Os olhos azuis voltaram para o céu cinzento.-Annie... Já conversamos sobre isso.-A mão grande e fina do pocionista acarinha os cachos ruivos com todo o cuidado.- Você sabe que eu amo você, e me dói muito te ver presa a isso. Eu sei que é difícil, e não consigo imaginar o que você sente... Mas eu prometo que vou amaldiçoar Black daqui até o Japão se ele fizer qualquer gracinha com você.

Aquilo fez a ruiva gargalhar. Ela bem sabia que Severus realmente faria aquilo. Ainda se lembrava das azarações que ele jogou em Lucius Malfoy por seis anos consecutivos, apenas para fazê-la rir. E se vingar, é claro.

Abraçou o mais novo, beijando sua bochecha com carinho.

-Você é o melhor irmão do mundo!

Snape deu um sorriso convencido, abraçando a mulher de volta.

-Então recompense seu irmão sendo uma companhia agradável hoje.-Pediu, ouvindo-a suspirar.-São só alguma horas. E eu prometo que te trago Draco amanhã.

A mulher, imediatamente, se levantou, correndo escada acima. Sabia que era chantagem emocional, mas se isso iria tira-la de casa pra qualquer coisa além de trabalhar... Bom, talvez não entrasse na lista de motivos para sua ida direta para o inferno, quando fosse prestar contas com seja lá quem coordenava a coisa toda.

Acabou por se dirigir ao próprio quarto, tomar um bom banho e se arrumar. Colocou uma calça de sarja rígida preta, uma camisa da mesma cor e pegou um sobretudo verde-militar.

A ruiva que desceu as escadas usava uma calça jeans rasgada, um grande par de coturnos, maquiagem carregada, que fazia os olhos azuis brilharem como joias, os cabelos ruivos estão em um coque bagunçado, extremamente charmosos.

O sobretudo dourado e o batom marrom-Café completaram a figura, que deu um sorriso tímido, antes de enlaçar o braço que lhe foi oferecido.

Foram no carro da ruiva para Grimmauld Place. Severus se acostumara ao carro e a moto, visto que a mulher detestava aparatação e Flu, e Snape não era um entusiasta das vassouras. Ela estacionou do outro lado da rua, antes de deitar a cabeça no volante, suspirando pesado.

A mão do homem foi gentil em acarinhar suas costas, paciente como apenas Severus conseguia ser com ela.

-E se eu não quiser?

-Então podemos dar meia volta e jantar naquele restaurante esquisito que você adora. Vou ouvir poucas e boas de Dumbledore depois, mas não vou te obrigar a algo que te deixa desconfortável. Também acho que Potter ficaria imensamente feliz em conhecer a madrinha. Talvez Black já tenha contado algumas das histórias mirabolantes de vocês.

O carro foi para o neutro, e a chave virou na ignição. Logo as portas abriram e bateram, enquanto os dois se dirigiam para a Casa dos Black, que começara a surgir no lugar. Severus não se importou quando a ruiva se agarrou ao seu braço, quase se escondendo dentro do sobretudo. Alvo Dumbledore abriu a porta, e um grande sorriso ao ver aquela distinta ruiva.

-Annastasya!-A voz doce do bruxo reverberou pela casa, e os adolescentes assistiram Sirius Black, que antes lhes contava uma de suas aventuras, simplesmente congelar.-É uma honra recebe-la.

-Obrigada, Alvo...

Murmurou, mas sem se afastar do pocionista, que foi quem cumprimentou o bruxo mais velho. Os dois adentraram a mansão, e Annastasya retirou o sobretudo. Ela sentia muito calor na Inglaterra. Pudera, nascida da Rússia... O frio Londrino lhe era quase um verão.

Sirius saiu da sala onde estava, junto dos adolescentes. Se viu no meio do corredor sombrio, de frente para a figura feminina que tanto ansiava rever.

O maroto sentiu o sangue fugir do rosto, sua pele gelou, e ele passou a suar frio. Ele jamais pensou que, algum dia, acharia Annastasya mais linda do que pensou na adolescência. Estava enganado. Aquela Annastasya, mais velha, mais madura, mais mulher... Era vezes mais atraente que a menina que conhecera aos 16 anos... E namorara dos 18 aos 21.

Annastasya não perdera a entrada de Black no ambiente. O som dos passos pesados e desajeitados de Sirius no piso de madeira sempre seria inconfundível. Sua respiração ficou suspensa, e ela não pôde olhar nos olhos cinzentos do homem que amava. Ela não conseguiria...

-Annie...-Sirius pretendia agarrar a mulher, abraçá-la com todas as suas forças, enterrar-se nos cabelos cor de fogo... Mas não conseguiu. Snape lhe deu um poderoso olhar de repreensão, e abraçou a outra com cuidado, escondendo-a em seu peito.-Annie...

O sussurro agora fora triste, e extremamente baixo. Então sua menina havia se envolvido com Snape. Por isso ela nunca fora vê-lo. Annastasya não o amava mais.

-Está tudo bem, Annie.-Murmurou o Pocionista.-Olhe nos olhos dele.

-Não consigo... Não outra vez...

Suspirando pesado, Severus foi com a ruiva até a sala onde os membros da Ordem estavam reunidos. Se sentou em um sofá de dois lugares, mantendo-a ao seu lado. Todos notaram como a mulher não olhara para ninguém, assim como Sirius reparou também. Em algum momento, Severus se desvenciliou da ruiva, que havia se interessado pela conversa sobre os planejamentos das missões do Departamento de Aurores e ficara menos introspecta, e se aproximou de Black, que alegara ir buscar um bom Whisky para sair daquela situação sufocante.

-Antes que comece a esbravejar!-O pocionista falou, ao virar o animago para si.-Eu e Annastasya somos amigos. Você precisa saber de algumas coisas, e eu não quis contar naquele dia porque eu sei que você tem sérios problemas para controlar o seu gênio!-Um longo momento de silêncio prevaleceu depois do suspiro de Snape.-Ela está doente, Black... Annie está doente, e eu já fiz tudo o que eu podia para que ela melhorasse. Sim, está ligado ao que aconteceu na noite em você foi preso, que Lilian e Potter morreram. Eu não posso te contar propriamente porque Annastasya me fez prometer nunca mais tocar no assunto... Mas preciso saber a verdade: você ama a minha irmãzinha?

-Como sempre amei.

A resposta do animago foi certeira, séria. Sirius nem cogitou gaguejar. Aquela era a verdade. Ele nunca deixou de amar a ruiva... Sua Ruiva.

-Faça-a lembrar disso. Mas tenha cuidado.

E o deixou, tendo de ir atrás do tal Whisky.

UnbreakableTiesOnde histórias criam vida. Descubra agora