ღ E x t r a ღ

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N/A: Trago aqui um final alternativo, graças à nova (e maravilhosa, a minha fav do álbum) música dos Bts, Sea.
Quem não quiser ler não será obrigado, afinal é apenas um final alternativo.
Por favor, chorem como eu chorei a escrever
Votem please~☆
Muito boa leitura, e obrigada por tudo ♡
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Ele trajava um sorriso rasgado, encarando o mar de mãos nos bolsos. Sentia tanto o sal incidir contra os seus pés, como a deslizar pela sua face. Tristemente, a meio da sua expressão alegre, soluçou - demonstrando realmente o seu estado interior. O seu queixo tremeu, e uma das lágrimas não conseguiu ficar lá muito tempo, caindo sobre o tecido leve da sua roupa.

Meu deus, desde quando é que o ambiente era tão silencioso?

Mesmo que a paisagem fosse incrivelmente dona de uma beleza abismal, as ondas debatessem contra as rochas do ambiente à volta, e o vento fizesse um barulho espetacularmente alto e ensurdecedor - para o rapaz era como permanecer dentro de uma caixa fechada, escura e assustadoramente presa por um vácuo sonoro.

As suas pernas, enfraquecidas, desfaleceram. Com um estrondo, atirou os joelhos contra a água e areia dura, recentemente molhada. Sem respirar, tapou a cara para tentar controlar a sua frustação, sem êxito. Dos soluços nasciam os tremores do corpo, e desses tremores as lágrimas insistentes; estas que não paravam de vir mesmo que fossem secadas com a manga da sua camisola.

O mar estava calmo.
Pequenas ondas iam de encontro com a parte inferior da sua perna, e levemente contra a superior. Ao longe, um pôr-do-sol pintava o céu com tons pastéis, denunciando o fim do dia. Mas ele sabia que aquela estrela gigantesca nunca iria esconder-se por completo - como poderia? Naquele mundo não era possível.

Ali, o pôr-do-sol seria infinito.
Assim como a visão frustrante daquela maré irritantemente calma.

A segunda fase do terror viera, em conjunto com os gritos insanos. Desesperado, levantou a cabeça e deu um berro único e contínuo contra o vento que dançava no céu, em direção ao norte. Os seus cabelos rebeldes estavam descontrolados, como se estes quisessem bater contra a natureza por vontade própria. Raivoso, o coreano esmurrou a areia à sua frente, molhando-se com os jactos de água que espirravam contra si.

Um, dois, três murros - nunca conseguia satisfazer a sua raiva por completo. A epiderme começava a latejar e a deitar um líquido avermelhado e quente, destruindo a pureza da água excessivamente fria. Mas ele não parou. Queria descontar os seus sentimentos contra algo que nada lhe pudesse fazer mal, e que igualmente fosse inquebrável.

Porquê? Porque tinha ele escolhido aquilo? O silêncio era mil vezes pior que a sua ausência. Do que lhe valia permanecer num lugar daqueles, pré-estabelecido pelo seu consciente, se não tinha ninguém?
Se não o poderia nunca mais ter?

"Merda!" - exclamou raivoso entre socos e mais gritos - "Merda! Merda! MERDA!" - a água, o silêncio, o vento forte, o sol que não descia; tudo. Como poderia ele viver assim? Seria aquilo o verdadeiro inferno?

"Baek... Hyun?"

Sons de passos dados sobre a areia fofa.
Foi isso que fez Byun parar de se maltratar a si mesmo, e de enlouquecer mesmo depois da morte.

Lentamente virou o olhar por cima do seu ombro, e o mundo pareceu ter mobilizado por meros milésimos de segundos.
Oh Sehun estava apenas a alguns metros de distância de si, em pé, e vestido com as mesmas roupas brancas das quais coincidentemente o vira pela última vez. Os cabelos negros devidamente penteados também esvoaçavam levemente sobre os seus olhos naturalmente esticados, e o meio-sorriso triste percorria o seu rosto ainda infantil.

Ele decorava o local como a presença de um anjo.

"S-Sehun...?" - Baekhyun sussurrou entre lágrimas, incrédulo, tremendo ainda mais por ter aquela visão à sua frente.

"Então é verdade..." - o mais novo murmurou com um sorriso melancólico, chorando de alívio - "Quando se morre, realmente vai-se para o paraíso." - riu-se docemente perante a situação, apesar das gotas frias que escorriam pelo seu rosto pálido - "Tu és o meu paraíso, Baekkie."

O Byun não queria acreditar. Levantou-se lentamente, e caminhou entre tropeços até ao mais alto, ignorando o peso que as suas calças molhadas acrescentavam ao seu corpo delicado. Tremendo, esticou um braço, com o intuito de tocar no outro com delicadeza - com medo de o quebrar por inteiro. Um milímetro do seu dedo dedilhou a bochecha magra do Oh, e assim continuou até ao início do pescoço. A boca, aberta de espanto, latejava de surpresa. Os olhos, levemente salpicados com um castanho-claro, encaravam agora os negros baços da pessoa à sua frente.

Oh Sehun estava morto. Como ele.

Não era necessário pedidos de desculpa, uma conversa séria, ou até uma briga sobre o assunto. Nada disso importava naquele momento. Sem demoras o mais novo agarrou o baixinho pela cintura e colou-o fortemente contra si; apertou a cabeça do outro com uma mão, empurrando-a contra o seu peito largo, enquanto que a outra segurava a musculatura magra e naturalmente sensível do mesmo.

"S-Se-Seh..." - Baekhyun gaguejava, sem conseguir sequer pronunciar o nome do amado, chorando com barulhos bastante sonoros e sofridos - "E-Estás morto...!" - ele bateu com força nas costas do Oh, ainda abraçado ao mesmo - "E eu já não...! Eles não...! V-Vozes...! E-Eu...!" - impedido de falar, teve os lábios selados pelo os do namorado, que também chorava. Ambos com os corações pulando descontroladamente, e entrando em êxtase apenas por pura alegria.

Eles estavam mortos - mas juntos. O destino dera-lhes outra oportunidade.

E assim ficaram para toda a eternidade: rindo, brincando, fazendo amor, correndo ao longo da margem marítima infelizmente finita - e realizando tudo aquilo que eles queriam continuar a fazer durante a vida humana. Apenas se amando. Sem as vozes, brigas ou quaisquer outra consequência.
Era apenas Byun Baekhyun e Oh Sehun. Perante aquilo que os unira: o mar.

O mar infinitamente parado - tal e qual como no dia em que se viram pela primeira vez, em humanos.

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N/A: Acabooou ♡
Espero que tenham gostado deste final, apesar de bem bostinha ehehe
Mas aqui vem a verdadeira teoria:

O Sehun que o Baek viu, não era o verdadeiro. Foi um Sehun que o subconsciente dele criou devido à solidão extrema depois de uma morte trágica. Não existia um paraíso ou um inferno; as pessoas simplesmente permanecem durante toda a eternidade no lugar que lhes era mais importante na vida humana. Mas o Byun por se ver tão solitário, para não enlouquecer, inconscientemente cria uma cópia do amor da sua vida como forma de não desaparecer naquele mundo virtual perfeito

Enfim espero que tenham gostado, e que votem bastante~☆
Aproveitem e comentem também ♡
Até à próxima ♡

sea; sebaekOnde histórias criam vida. Descubra agora