Capítulo 11

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"Realmente, nos faz infantis... Mas na verdade Malu, é que eu não sei como conversar com você, ou o quê. " Átila respondeu me olhando nos olhos.

"Eu sei, e eu entendo. Mas eu não queria que fosse assim. Você é uma pessoa que me ensinou muita coisa e esse clima só faz que nossos próprios amigos não queiram nos chamar para sair para não nos encontrarmos. " Falei.

"É, eles realmente estão fazendo isso... " Ele abaixou os olhos.

"Mas eu não os culpo. Eles têm medo de nos chamar e a gente não querer estar perto um do outro. E isso nos mostra que realmente somos infantis, já que nossos amigos conseguem ver isso na gente. " Observei seu rosto enquanto falava.

"Podemos recomeçar? " Ele perguntou com um sorriso fraco.

"Claro! " Sorri. Estendi a mão para ele, e ele sem pensar duas vezes a pegou e balançou.

"Maria Luiza, prazer! " Falei rindo.

"Átila. " Ele entrou no clima também sorrindo. Sorrindo de verdade, mostrando os dentes lindos que ele tinha.

"Mas então, Malu. Como andam as coisas? " Ele perguntou virando a cadeira um pouco mais para o lado para que ficássemos de frente um para o outro.

"Complicadas, Átila! Faculdade, trabalho, estágio, dormir... Essas coisas! " Sorri.

"Vida social pra que, né? " Ele brincou.

"O que é isso? É de comer? " Falei. "Mas a parte séria, é que estou pensando em trocar de curso... " Abaixei os olhos.

"Por que? " Ele perguntou curioso.

"Depois que comecei a estagiar, percebi que a área é realmente maravilhosa e que tratar de animais em recuperação é maravilhoso, mas eu não me encontrei. Não é isso que eu quero... " Falei por fim.

"Mas o que você vai fazer? Trocar de curso ou simplesmente parar? " Ele me perguntou.

"Andei pesquisando e ouvindo sobre um curso que me interessou demais e estou pensando em trocar. Mas vou decidir melhor isso essa semana. " Falei rápido.

"E qual curso terá o privilégio de ter sua mente brilhante? " Ele perguntou sorrindo.

"Biomedicina! " Falei.

Ele parou para pensar um pouco, e sorriu. "É um excelente curso, você vai se sair muito bem. "

Conversamos sobre mais algumas coisas até dar meu horário de ir para o Pub. Me despedi de todos e troquei mais alguns olhares com Átila, depois entrei no meu carro e dei partida em direção ao bar.

Cheguei no Pub atrasada, como sempre e meu chefe, o seu Guilherme, me deu a mesma bronca de todos os dias. Vi muitos jovens entrando, sábado era terrível porque era o dia internacional de encher a cara no Recreio.

Quando eram 23h, por incrível que pareça, o movimento diminuiu a ponto de Jonathan poder me chamar para conversar.

"Olha... Eu não queria te esconder sobre a Nath... " Ele falou se aproximando.

"Você ficou louco? Por que é que eu ficaria chateada? Adoro vocês dois e acho que vocês formam um casal muito bonito. A Nath me disse que não queria ser incomodo, mas assim que falei que estava de boas ela já soltou tudo! " Falei rindo.

Ele sorriu e me abraçou. "Eu realmente estou afim dela, Malu. Pela primeira vez eu não tenho necessidade de ficar com várias meninas, muito menos em sair para beijar e beber e depois voltar vazio para casa. A Nath tem me feito muito bem e eu estou realmente feliz em estar com ela. " Ele sorriu.

"É recíproco, Jô. Ela também gosta muito de você. Desejo de coração toda felicidade para vocês! " Falei dando uma piscadinha para ele.

Apareceu um cliente já bêbado pedindo alguma bebida que eu não consegui ouvir, então Jonathan atendeu.

Observei a movimentação do local que começou a ficar mais lenta pelo nível de álcool já ingerido. Vi Alef entrar e meu coração parou. O que ele veio fazer aqui?

Não é possível. Quando eu me decido o que quero, ele chega com aquele sorriso maravilhoso, aqueles olhos impecáveis e aquela boca...

"Boa noite, Malu. Como está? " Perguntou ele sorrindo e sentando-se ao balcão em que eu trabalhava.

"Ham.. E-Eu.. Estou de boas! " Tentei um sorriso. Que péssimo.

"Me serve um 'Bloody Mary', por favor! " Ele pediu pegando a carteira no bolso traseiro da calça.

"Um minuto." Falei virando para preparar a bebida que consistia em Vodka praticamente.

Quando a bebida já estava pronta, entreguei para ele e nossas mãos se tocaram. Ele me olhou no fundo dos olhos.

"O que você acha da gente ver um filme quando você largar... " Ele perguntou fingindo desinteresse. Ele fingia muito mal.

"Eu largo 4h! " Falei sorrindo. " Acho que não terei capacidade mental nenhuma de ver qualquer filme.

"Ah, sem problemas... " Falou tomando um gole da bebida.

"Alef, você quer me dizer algo? " Apoiei os cotovelos no balcão e as mãos nas bochechas.

"Eu quero você, Malu! É isso que eu preciso falar. " Ele me olhou nos olhos e um arrepio tomou todas as partes no meu corpo.

Que merda, estou definitivamente muito ferrada.

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