Hortênsias

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"Essas flores conseguem guardar muitos sentimentos em simples pétalas, conseguindo simbolizar a devoção, frieza, obstinação, dignidade, honra e os mais profundos sentimentos.
Os tons rosa representam a vaidade, enquanto as azuis a calma, tranquilidade, paz, esperança, estabilidade e a devoção.
No Japão se dizem que a flor significa as sete transformações.
Ela ganhou essa atribuição devido à mudança das cores de suas pétalas, porque isso mostra um coração inconstante e mutável."

Meus neurônios estão pifando.
Pifando cada vez mais.
A minha vida é um jogo.

Eu sou um jogo.

Na qual o objetivo principal é mexer com meus sentimentos. Elas apenas chegam e vão de forma tão rápida que acabo em uma eterna confusão. Eu giro nesse círculo vicioso. Cada vez mais tonto, cada vez mas fraco.

A culpa é minha.

A culpa é sempre minha.

Eu apenas quero ir.
Terminar com esse maldito jogo.

Eu estou quase lá.

Mas é tão difícil tacar o dado em sua última rodada.

                            [...]

Sun Hee, após a discussão, decidiu voltar ao seu apartamento.
Sabia que o que havia feito era errado mas às vezes devemos desmanchar a mais bela das rosas para que assim uma nova nasça a partir dela.

Ela sabia de muitas coisas.

Sabia que era orgulhosa demais para pedir desculpa ao Park.

Que se dane o seu orgulho.

Estava cansada dele, às vezes nós devemos sacrificar o próprio orgulho para dar vida a flor.
A vida não era fácil em sua visão.
Ela era feita de sacrifícios e defeitos, porém era isso que a tornava uma vida.

A vida é estranha.

Determinada saiu de seu apartamento, indo em direção a porta da frente.

Ela nunca desistiria dele.

Pensou antes de bater na porta. Logo depois abrindo um sorriso que podia demonstrar todos os sentimentos que sentia.

Mas ele já havia desistido dela.

Bateu algumas vezes na porta, porém, não obteve sucesso.
Alguma coisa dentro da garota falava que ele se encontrava dentro de seu apartamento. Então aproximou seu rosto e encostou sua testa na porta.

-Me desculpa por ontem. Eu fui uma idiota e sei disso, eu não deveria ter falado com você daquele modo. Então me perdoa, por favor.- deu um suspiro.- Deixe-me consertar o que está quebrado. Me dê uma chance de cura-lo.- cochichou esta última parte.

Após estas palavras ouviu o destrancar da porta, e rapidamente se desencostou dela.
A mesma rangeu enquanto se abria e o viu com os cabelos bagunçados, e com uma cara um tanto quanto triste.

A mesma, em um movimento rápido, tentou dar um abraço no Park, porém, o mesmo conseguiu reagir de forma mais veloz que ela, desviando-se de seu toque.
Ela sabia que abraçar ou qualquer outra coisa que envolva tocar na pessoa não era muito comum, mas percebeu que o mesmo recusou disto por causa dos seus sentimentos diante ela.

Tentou ao máximo parecer menos desconfortável por causa de tal ocorrência e pegou na mão do Jimin de forma tão rápida que o garoto não teve a oportunidade de esquivar-se desta vez e começou a puxá- lo.

Neste curto período de tempo nenhum dos dois trocaram uma palavra, apenas deixaram que o silêncio os dominassem.

Talvez pelo constrangimento que sentiam.
Jimin nem se concentrava no que acontecia ao redor, parecia que seus olhos estavam presos aos dedos entrelaçados da garota em sua mão, que até permitiu que suas bochechas ganhassem um tom rosado.

Sun não entendia os atos que fazia quando estava próxima a ele, ela sempre foi uma pessoa na qual tentava ajudar os que estão ao redor, mas com ele era diferente. Sentia que necessitava ajudá-lo, independente das coisas na qual teria de suportar.
No fundo ela sabia que ele precisava dela tanto quanto ela precisava dele.

A mente do Park só voltou ao normal quando ouviu um sino.
E conseguiu sentir aquele cheiro horrível impregnando em seus pulmões.
Travou os seus pés no chão e ficou estático.

-Qual é o seu problema?- disse em um tom ameaçador.- Você gosta de brincar com os meus sentimentos como se eu fosse um brinquedo? - Deu um empurrão na garota.- Quem se preocupa com as minhas emoções?- deu um outro empurrão.- Você pode brincar comigo até se cansar, mas não pode me quebrar, se é isso que você quer. Eu sou um brinquedo e disso tenho noção, mas se quiser entrar nesse carrossel saiba que não irá sair.-não conseguia mais controlar as palavras que insistiam em sair da sua boca como um tornado- Eu não quero mais nada de você. - conseguia sentir as lágrimas cortando a sua garganta - Nossa história já acabou quando sequer teve um começo.

Uma lágrima solitária riscava o seu rosto. Não aguentava mais.

Não se suportava mais.

Virou-se pronto para ir porém foi barrado pela garota que se colocou em frente à porta.

-Você é idiota? Tudo que eu faço é por você.- a sua voz estava trêmula, se tornando uma junção de tristeza e raiva.- O que eu sou para você, Park Jimin? Estou sendo muito gananciosa fazendo essa pergunta?- desta vez ela deu um empurrão no garoto, mesmo que não tenha tido efeito. -Por você, eu daria tudo.O que eu tenho e tudo que eu não tenho. Mas eu sempre tendo a menor expectativa. É indignante para mim. Eu não posso dar um passo fora do seu mundo de qualquer maneira. - lágrimas rolavam pelo rosto da garota sem sua permissão. Ela nem havia reparado em sua presença.

Apenas as notou quando ele já havia ido embora.

Seus joelhos perderam completamente a força, fazendo a garota ir direto ao chão. As lágrimas saiam de forma incontrolada.

Ela estava perdida tanto quanto ele.

Soluços desesperados saiam de sua boca.

Ela era um brinquedo.

Desejava que as coisas nunca saíssem como sempre ocorriam.
Mas em sua cabeça, era incapaz de fazê-las de forma diferente. Elas apenas seguiam uma rota na qual sempre machucavam os mais fracos.

Ela era uma fraca.

Estava tão desesperada com seus pensamentos que nem reparou que Jimin se aproximava dela.
Tocou em sua bochecha, limpando as lágrimas, o que resultou em um susto por parte dela, já que estava com os olhos fechados.

Seus olhos foram ao encontro das orbes negras do garoto.
Ela encarava seus olhos, tentando entender todos os sentimentos que ele transmitia.

Achava impressionate o fato dele se parecer com uma caixa transparente na qual é possível esconder tudo que há dentro.

As mãos dele seguraram a cintura de Sun Hee de uma forma meio desajeitada, mas conseguiu colocá-la em pé.
E depois entrelaçou sua mão na dela.

Era a vez dele de mostrar algo a ela.

Virou seu rosto pois não queria mostrar que havia corado novamente com o contato deles e começou a conduzir a garota.

O ar gélido bateu contra o rosto dos dois quando saíram da floricultura.

Desculpa pessoas, era para eu ter postado mais cedo.
Bem eu nem ia postar hj mas uma pessoa me forçou. "Forcei mesmo" disse ela de uma maneira ameaçadora.
Mais uma vez podemos ver momentos depressivos raquelisticos. Já que a primeira parte eu escrevi a algum tempo sem sentido aí pá combinou.
Beijos e catchau para minhas pétalas.

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