Olhos, não os vi para me apaixonar
Mãos, não as houve para entrelaçar
Coração, nunca existiu um para bater
Fui ensinado a te amar, desde o nascer
Disseram que você me amava
Apesar dos meus erros; eu sonhava
Mas eu nunca o vi, para o ver sorrir
Nunca senti o braço e seu abraço
Nunca nos houve um verdadeiro laço
Você sempre foi tão silencioso
Com suas regras, criterioso
Me dando o meu verdadeiro traço
Você amava o criou em mim
A devoção do inconsciente sem fim
Eu era o seu ego personificado
Sua obra, seu feto abortado
Adoeci por não ter seu amor
Sua indiferença era meu terror
De uma relação quase incestuosa
De uma pseudo-reciprocidade ardorosa
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Poemas do instinto
PoetryQuase como se dialogasse direto com POEMAS PARA O NADA, esse ao invés de cultuar a inexistência, mostra a tortura humana diante das forças que fazem o ser humano uma carcaça se um fantoche. A vontade e o instinto. Mostrando tudo que a de pior na ex...