O fecho da mala rosa de Mirella é fechado e a mesma se olha no espelho, com um sobretudo rosa pastel, calças jeans e botas de couro brancas compradas na última semana de moda em Paris. Ela retoca sua maquiagem enquanto a noite do lado de fora está congelando, a chuva fina caí sobre o asfalto mórbido da rua 7 onde moram o sr e sra Maperson, os pais dela, em uma mansão de madeira branca.
Um fusca preto adentra a rua escura e estaciona a frente da mansão, a porta é aberta e dele sai um belo rapaz todo de preto com seus cabelos descoloridos ondulados até os ombros com um boné e suas tatuagens no pescoço a mostra. O "loiro" caminha até a porta e toca a campainha, uma empregada abre a porta e ele adentra.
- Aonde está Mirella? -diz o jovem enquanto se joga no sofá da sala.
- No quarto dela se arrumando senhor!- diz rapidamente a doméstica. Ele sorrindo responde:
- Pode me chamar pelo nome.- diz e se aproxima dela, quando esta na frente dela a pega pela cintura e a puxa para junto de si, os dois podem sentirem a respiração um do outro e ele diz- Lembra-se de meu nome não é?
Ela nervosa e ecitando responde:
- Para Matheo, Mirella pode nos ver...
- Não me lembro de minha amiga não poder nos ver juntos.
Ele sorri e a beija no pescoço a fazendo arrepiar os beijos vão subindo até que eles se beijam com fervor, ele passeia as mãos pelo corpo magro da mulher e desabotoa seu uniforme a deixando semi nua e então a pega pela cintura e a joga no sofá bege comprado em um leilão na Itália, ele retira o sutiã dela a deixando apenas de calcinha e meia calça, ele beija ela e vai descendo os beijos pelo colo até chegar nos seios.
Senhora Maperson abre a porta larga feita sob medida para a mansão deles e entra no ambiente dando-se de cara com a cena do amigo 'marginal' da filha rebelde fazendo sexo com a sua empregada encima de seu sofá mais caro.
- Posso saber o que estão fazendo em meu sofá de seda egípcia que consegui por meio de um leitão no oeste da Itália? -Diz com um tom irritado na voz.
Os dois olham ligeiro, ela com medo e ele com seu costumeiro ar de deboche.
- Eu vim buscar a Mirella tia.- diz ele.
A mãe da mesma revira os olhos e pergunta:
- Para onde vão?
- Cinco meses em Nova Orleães!
- Saiam do meu sofá por favor!Antônia se recomponha e se dirija ao meu escritório, Matheo vá esperar minha filha na outra sala.
Ele olha nos olhos castanhos claros da mulher que provavelmente não tem mais que trinta anos e diz:
- Antônia... Lindo nome.- Ele a abraça e fala no ouvido dela a fazendo arrepiar- Se esta vagabunda te demitir, me liga meus pais te contratam.- Se afastam e ele pisca para ela que ri da citação.
Logo ele sai dali e deita no sofá da outra sala e fica mechendo em seu Iphone prata que tem uma capinha transparente com uma camisinha dentro.
- Para tudo bebê que cheguei! -grita Mirella com voz rouca enquanto desce as escadarias douradas da mansão.
Matheo aplaude e ri, enquanto sua amiga desce sensualizando.
- Me ajuda com as malas?- diz ao chegar no penúltimo degrau.
- Quantas malas está levando?
- Quatro né meu anjo? É impossível viver com menos disso!
- Ok, mas lembra que é apenas cinco meses.
Ela da de ombros.
- Não consigo viver cinco meses sem estas coisas! Vem logo e para de tagarelar!
- Tagarelar?- fala enquanto sobe as escadas.- Vocês deviam ter mais empregadas.
- Ah a gente pode chamar a Antônia!
- Eu acho que ela está ocupada...
- Com o que?
- Sua mãe chamou ela.
Eles chegam no quarto dela, abrem a porta branca e entram, o cômodo todo claro, com móveis comprados em leilões por todo mundo.
- Você não vai usar tudo, a maior parte do tempo vai estar sem roupa.- diz ele ao ver o tamanho das malas.
- Eu não vou fazer sexo com você.
- E quem disse isso?
- Ok vamos logo levar isso, viajar de noite não é bom.
- Podemos esperar amanhecer.
- Mas Matheo eu quero ir logo.
Ele revira os olhos e pega duas malas e a segue enquanto ela carrega um tablet e uma bolsa de marca.
Todas as malas no carro.
- Mirella, ou vai a minha mala mais três tuas ou não vai você, escolhe.
- Ninguém mandou você ter um carro tão pequeno! Não vai a sua.
- Qual mala rosa eu deixo?
- Espera! Eu escolho!
Mais ou menos meia hora depois Mirella escolhe e eles entram no carro e vão.
- Até que enfim, estrada! Olha lorinha se não é bom isso?
- É tedioso.
- Espera que vou largar uma música aqui que você vai amar viajar comigo no meu fusquinha!
Ele liga o rádio e coloca em uma música eletrônica.
Passam-se três horas e eles ainda estão viajando, Mirella pegou no sono e Matheo está lutando pra não dormir também, mas tudo se complica quando do nada acontece um apagão e como ainda é madrugada a única iluminação que eles tem é dos faróis do carro, mas ele continua pois parar ali não seria muito seguro.
Os olhos pesados de Matheo se fecham e se abrem já devagar devido ao sono do rapaz que virou a noite passada acordado em uma festa e ainda não dormiu nada, quando seus olhos se fecham um cervo bem a frente de seu carro fica parado, quando estão quase batendo no animal ele abre os olhos e desvia mas acaba saindo da pista e adentrando a floresta, o som dos freios acaba acordando e assustando a loira do seu lado, Matheo para o carro e observa algo entre as árvores mais a frente, ele fica minutos observando o que parece ser uma mulher de pele pálida e cabelos negros compridos, ela segura algo mas ele não consegue identificar o que é, ele só consegue lembrar bem dos sapatos da jovem, vermelhos vivos, como sangue.
- Viu aquilo, Mirella?
Ela olha por cada canto da floresta e nada a chama atenção então pergunta estranhando:
- Aquilo o que?
Ele olha para o mesmo lugar e não vê nada mais, apenas árvores. Engole seco e passa as mãos pelos fios de cabelo.
- Acho que estou ficando louco, loira... que horas são?
Ela verifica no celular e diz:
- São quatro e cinquenta e nove, opa, cinco!
- Vou esperar amanhecer para continuar, não estou afim de morrer hoje.
- Por mim... enquanto isso vou editar umas fotos para colocar no Instagram.
- Não gasta a bateria, a gente pode precisar.
Ela bufa e fala:
- O celular é meu, querido.
Ele respira fundo e grita:
- Porra Mirella! Não tem luz nesta merda, a gente tá no meio do nada quase batemos em um animal, saímos da pista e agradece por ter entrado nesse monte de mato por que do outro lado tem um penhasco, a gente podia ter caído lá e aí já era, não temos idéia de o que pode ter nesta mata e você está preocupada com editar foto?
Ela fica quieta e olha pro outro lado.
- Antes até achava sexy você um pouco lentinha, mas burrice tem limite.- diz ele e depois coloca a cabeça sobre os braços que estão apoiados na direção.
O barulho de corvos não os deixam em paz, o vento minuano faz barulho entre as árvores, os dois até conseguem dormir, mas Matheo tem pesadelos com a mulher de branco com sapatos vermelhos que ele viu minutos antes. Ele lembra exatamente tudo sobre o sapato e pouco sobre a pessoa, sapatos estes qual estavam sujos de terra por estar no meio da mata.
O dia amanhece e Mirella acorda Matheo, quando ele acorda ela fala:
- Se me xingar de novo vou embora hoje mesmo!
Ele olha para os lados certificando-se de que esta tudo normal e diz:
- Acho que não é má idéia, nós dois irmos.
- Para, foi só um acidente pequeno sem nenhum ferido! Vamos ficar bem.
Ele dá partida no carro enquanto diz:
- Não estou me referindo ao acidente.
Uma hora e meia mais tarde o casal de amigos chegam ao hotel Le Pavillon de Nova Orleães.
- Finalmente!-diz Mirella saindo do fusca e batendo a porta com força.
- Toma cuidado com meu carro!
Ela sorrindo revira os olhos e fala:
- Vou fazer nossas reservas, você vai pegando as coisas?
Ele assente com a cabeça e ela vai sorridente até o balcão de entrada.
Tempo depois já com as reservas feitas volta a loira dizendo o número do quarto para onde se dirije os dois e mais três encarregados do hotel com as malas deles.
Mirella abre a porta do 237 sorridente mas não gosta muito do que vê, já Matheo fica com arrepios por todo seu corpo quando vê, encima da cama de lençóis brancos um par de sapatos vermelhos exatamente alinhados da maneira correta e com seus saltos sujos de terra.

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Mirella
Детектив / ТриллерMirella e Matheo dois amigos de infância, se aventuram em uma viagem de cinco meses para Nova Orleães, mas coisas estranhas começam a acontecer a partir do momento em que chegam lá. Coisas estas quais nenhum dos dois consegue entender e a única pist...