Mirella

Pacto de sangue

Matheo volta ao quarto e encontra Mirella vestindo um vestido preto colado em seu corpo favorecendo suas curvas, seus fios loiros estão soltos e com cachos grossos, sua maquiagem está exuberante, batom vermelho e cílios postiços encrementam tudo, mas quando desce o olhar e vê aquele sapato Matheo diz:
- Onde arrumou isso?- diz apontando para o sapato.
- É meu.- mente pois tem medo que ele não a deixe usar algo que estranhamente apareceu em seu banheiro, mas ela gostou.
- Parece com aquele que estava na cama.- Diz se jogando na cama.
- Você não entende de sapatos.
Um silêncio estranho paira sob o ambiente e ele o quebra dizendo:
- Eu vi uma senhora fazer um pacto de sangue, na verdade ela vai "fortalecer" o pacto e ela alimentou algo com seu sangue hoje no banheiro.
- O que? Porque você tava no banheiro dela?
- Eu vi sangue lá e entrei.
- Porque estava no quarto dela?
- Escutei um barulho.
Ela senta na cama e fita o chão pensativa.
- Que foi?- diz ele olhando para o rosto da mesma.
- Estou pensando, este lugar é bizarro.
- Quer ir embora?
Ela demora para responder mas diz:
- Eu quero ir para aquela festa!
Ele sorri e diz:
- Então vou me arrumar.
Um tempo depois os dois saem, estão deslumbrantes. Eles entram no fusca e vão,quando chegam no local já conseguem ouvir a música eletrônica tocando.
- Imprimiu os ingressos? -Pergunta ele encarando a amiga.
- Sim, vamos!- diz enquanto entrega a ele um ingresso dourado.
- Caramba ainda imprimiu um VIP.
- Camarote, as melhores bebidas e "doces" ficam lá me disseram.-diz fazendo aspas na palavra doce, se referindo a droga.
Ele sorri de lado e saem do carro batendo as portas, entram no local na frente de todos da fila, pois são VIPs.
Eles entram e vão para o camarote, a música alta faz todos vibrarem, Mirella corre para que a pintem de néon.
- Vem Mat!- diz a loira o puxando.
Após se pintarem e estarem coloridos, vão para a pista de dança onde dançam colados um no outro e ela fala no ouvido dele:
- Merecemos nos divertir hoje.
A dança continua, Matheo beija uma garota ruiva e Mirella vai pegar uma bebida.
- Uma dose de tequila, por favor!- diz ela sorrindo para o barman sexy de olhos esverdeados.
Ele a serve e entrega enquanto olha o corpo da moça e morde o lábio inferior sorrindo, ela pega a bebida e pergunta:
- Qual seu nome?
Ele a olha nos olhos, um clima é notável entre eles, o lugar não importa poderiam estar em qualquer lugar no universo, os olhares são intensos, seus rostos não são estranhos mesmo que nunca tenham se visto antes.
- Isso importa?- fala e serve mais uma dose.- Vamos para outro lugar?- Pergunta e toma de uma vez.
- Não se não me disser seu nome!
- Te direi lá.
Ela sorri e os dois deixam o lugar ele a leva para um quarto no segundo andar é todo vermelho e tem luzes nas paredes e um espelho no teto.
Eles começam a se beijar e ela tira a camiseta dele ele abre seu vestido, mas antes que possam fazer mais, um barulho na porta os fazem parar.
- O que foi isso?-diz a loira assustada.
- Não tenho idéia...
A porta do banheiro é aberta sozinha devagarzinho fazendo um ruído alto, um relâmpago estremece a casa e Mirella se alevanta e vai colocando a roupa de novo.
- Acho melhor voltarmos, você tem que trabalhar.
Enquanto senta na cama e veste sua roupa ele diz:
- Não sou barman, na verdade sou o filho do dono.
- E porque estava servindo as pessoas?
Ele se aproxima dela e responde:
- Por que a menina mais linda da festa estava indo pegar uma dose de tequila...
Ela revira os olhos e pergunta sorrindo:
- Não vai me dizer seu nome?
- Leon e o seu?
Ela sorri e fala:
- Mirella!
Outro relâmpago acontece e os dois deixam o local, quando a porta é fechada sangue pinga no chão saindo pelo espelho, do banheiro sai um corvo voando até que cai morto na cama, no chão um nome se forma com os pingos de sangue: "Mirella".
A festa corre solto no andar de baixo, a jovem desce junto com Leon e senta no bar, alguém chama ele e ele vai. Uma mulher ruiva com aparência de meia idade senta ao seu lado e diz:
- Quer uma bebida?
Ela a olha ligeiro e pega a bebida sorrindo.
- Quem é você?
- Valquiria, estou de viagem com meus filhos e resolvi falar com alguém que também está sozinha aqui pelo que vejo.
- Meu amigo foi pegar algo e já vem, mas pode ficar aqui.
- Ok, vou ficar.
Mirella pega a bebida verde e bebe, se sente meio tonta e começa a ver embaralhado.
- O que tinha na bebida?- fala com a voz embargada.
- Vai ficar bem mocinha, só preciso de alguém para fortalecer meu pacto.
Mirella já grogue não diz nada apenas sorri, a mulher ri dela e a ajuda a levantar e sair da boate, as duas passam pelo segurança que olha torto.
- Ela está passando mal...- diz a senhora e a leva para dentro da floresta, onde tem um círculo feito com sangue, dentro do círculo há pedaços de ossos humanos, velas iluminam o local, bem no meio uma cadeira de madeira grossa com uma faca encima e cordas, ao lado da árvore tem um galão de gasolina.
Ela coloca Mirella sentada na cadeira e amarra a mesma.
- Você vai fazer o que comigo?- diz rindo a loira.
- Vou te mandar para uma viagem.
- Eu amo viajar.- Diz e começa a rir de novo.
A ruiva derrama a gasolina no chão formando uma estrela dentro do círculo, ela pega a faca e se corta, escorre sangue as mãos e ela deixa cair sobre o chão, ela passa sangue na cara de Mirella e diz palavras que a loira não consegue entender.
Na porta da boate Leon pergunta ao segurança sobre Mirella, o segurança mostra por onde elas foram e ele corre.
Mirella volta a enxergar direito e entender o que está acontecendo quando Valquiria está com a faca a poucos centímetros de seu corpo, um barulho de tiro ecoa e a ruiva cai dura, a loira olha pelas árvores e vê um jovem que a pouco tempo estava lhe beijando, com uma arma na mão correndo até ela.
Ele a desamarra e fala:
- Espero que ela não esteja morta, não se mata um deles, a maldição paira sob você.
- O que ela ia fazer?
- Te matar.
- Isso eu sei e depois?
- Colocar fogo em você te oferecendo e assim teria a sua vida.
Ela pensa por um tempo e diz:
- Não vai ser você que vai mata-la não se preocupe! Me ajuda a coloca-la na cadeira?
- Isso não é brincadeira Mirella, vamos antes que algo aconteça.
Ela caminha até o galão e derrama sobre a mulher a encharcando.
- Essa vagabunda ia me matar para viver, ela merece morrer.
Se afasta um pouco, ascende um fósforo e joga o fogo se alastra e ela sorri.
- Não sabe com o que tá se metendo. -diz o rapaz.
Os dois vão caminhando de volta, mas o círculo e a estrela pegam fogo também e o sacrifício é cumprido.
- Como entende tanto disso?-Pergunta Mirella no caminho.
- Minha família morou a vida inteira perto de florestas como esta, saber sobreviver a isto é essencial.
- Me ensina a sobreviver?
- Eu tento.
- Obrigada.- eles se abraçam de lado e vão andando.
Em um lugar não muito distante dali Melinda, uma jovem de cabelos coloridos de verde, batom preto, bem maquiada, usando uma blusa amarela acima do umbigo, jaqueta grande de couro, short curto e all'star pretos.
Ela está em sua moto roxa, segurando dois revólveres, quando passa uma pessoa e entra na mata, ela corre atrás e quando enxerga o círculo atira em todos que estão no local até mesmo na vítima.