Everything for her

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Eu tinha 17 anos quando tudo começou. Eu estava no último ano da escola, ela também. Acabamos se conhecendo e viramos amigos. Acabamos a escola mas continuamos mantendo contato. Eu sempre estava na casa dela e ela sempre estava na minha. Era uma coisa comum que amigos fazem, não é?

Isso mudou assim que eu virei seu melhor amigo.

Algumas pessoas podem pensar que isso não muda absolutamente nada, mas elas estão totalmente erradas.

Assim que Jennifer me declarou seu melhor amigo, nós começamos a se falar com mais frequência que nós éramos acostumados a se falar, e isso era bom, em certo caso.

Eu sempre me senti bem ao seu lado, sempre podia contar na hora de vermos séries juntos, sair juntos, ser retardados juntos, viajar juntos. Ela também sempre me deu conselhos quando algo estava errado em sua vida e vice-versa. Ela me via como um irmão mais velho, e eu a via como uma irmã mais nova, até certo ponto.

Foram dois anos assim. Se encontrando sempre, conversando sempre, juntos sempre.

Mas aos meus 19 anos, a vida ficou um pouco apertada, não só pra mim como pra ela. A faculdade começou a exigir um pouco mais de nós dois. Jennifer cursava pedagogia, eu cursava direito. Em seu tempo livre, ela estagiava como ajudante de uma professora do turma do jardim. Em meu tempo livre, eu tentava fazer todos os trabalhos da faculdade - que eram muitos já que estavam só jogando trabalho pra nós - e a noite eu descansava, assim como ela.

O ano foi tão apertado que os únicos momentos em que conseguimos se ver foi no início do ano, mas nós se falavamos pelo celular todos os dias, nem que seja uma mensagem de bom dia, boa tarde, boa noite e as típicas conversa de "Oi, como você está?"

Quando era em Novembro, eu fiquei muito feliz. Ela tinha me chamado pra se encontrarmos! E eu não tinha nenhum trabalho para aquela semana, então falei pra se encontrarmos no nosso local, o nosso parquinho abandonado.

Naquele dia eu estava animado, ansioso, curioso, nervoso e feliz. Sentimentos me rodeavam mas nenhuma se compara ao sentimento que eu senti assim que a vi sentada no balanço do parque.

Seus cabelos cor-de-ouro balançavam conforme a mesma se balançava no balanço. Seus olhos de esmeralda brilhavam de um jeito que eu tive o prazer de presenciar nas épocas em que ela estava feliz.

Ela estava feliz! E eu sentia que parte da sua felicidade era por me reencontrar depois de 11 meses longe.

"Angel?" Eu chamei ela pelo apelido que eu dei a mesma. Ela se virou pra mim e quando seus olhos se encontraram aos meus, um sorriso abriu em seu rosto.

"Sweetie!" Ela levantou rapidamente do balanço e correu em minha direção, se jogando em meus braços enquanto eu a segurava com força pra não deixá-la cair.

Eu chamava ela de "Angel" por que quando ela ficava feliz, ficava radiante que nem um anjo, ela me chamava de "Sweetie" por algum motivo que eu nunca soube e ela nunca soube meu motivo de eu a-chamar de Angel.

Naquela tarde, nós conversamos sobre o tempo em que passamos longe do outro. Enquanto ela falava, eu a empurrava no balanço e as vezes causava uma risada nela que atrapalhava sua fala, mas eu não ligava. Preferia vê-la rindo.

Nós estávamos sentados na grama, vendo o pôr-do-sol juntos, como costumávamos a fazer, quando ela se vira pra mim me perguntando se eu podia dar a ela um conselho. Eu prontamente aceitei ajuda-la.

"Eu conheci um garoto esse ano. Seu nome é Jesse, Jesse Spencer. Ele é um professor da escola em que eu estou terminando o estágio. Nós começamos a conversar e viramos amigos. E... eu meio que eu to gostando dele, e to com medo de falar o que eu sinto pra não estragar a amizade. O que eu faço?" Sua confissão doeu em mim mais do que deveria. Na verdade, nem deveria doer. Mas mesmo não querendo, essa confissão me machucou de algum jeito. "Talvez eu estivesse perdendo minha irmãzinha mais nova." era o que eu pensava na época.

Mercy - OneShot ColiferOnde histórias criam vida. Descubra agora