CAP.08

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Quando Maju tinha quatros anos e meio, sua mãe teve que tirar o útero, pois ele estava comprometido com um câncer. A garota não se lembrava bem daquela época, a única coisa -quer dizer, das poucas coisas- que se lembrava é que sua querida mãe chorava, pois não poderia ter mais filhos e aquilo, de alguma forma, machucou Maju também.

Naquela época, o câncer foi vencido com êxito, mas a sequela de não ter mais filhos ficou gravado na vida da senhora Vulcano e da família, até que um dia uma amiga da família deu a ideia deles adotarem.

Aquela palavra de oito letras, tinha tantos significados. Tantos significados bons e ruins, mas o qual a família Vulcano selecionou os melhores e fez a escolha de adotar alguém; amar alguém que não compartilhasse a mesma carga genética, mas que seria da família, seria um filho independente da situação.

-Você já tá pronta? - dona Júlia entrou no quarto da filha.

-Sim! -Maju falou no automático.

  A mãe da garota, foi até sua cama e sentou-se. As duas se olhavam e aquele olhar estava significando mais que mil palavras ditas.

-Eu sei que vai ser novo pra todos nós - dona Júlia disse analisando o rosto da filha.

-Mas vai dar tudo certo! -Maju falou com ênfase, acreditando em suas palavras e dando um sorriso pra sua mãe, a qual sorriu de volta.

O pai da garota já estava no estacionamento e depois de toda a família Vulcano estar no carro, os três partiram em direção ao orfanato, pela última vez. Pela última vez depois que tomaram a decisão mais inesperada em suas vidas, a decisão de dois anos e sete meses atrás. Os três chegaram em silêncio no prédio e logo avistaram algumas crianças brincando, adentraram aos portões e depois seguiram direto pra sala de espera.

-Podem entrar -uma senhora falou abrindo uma porta e sorrindo cordialmente.

Os três entraram e se sentaram.

-Bom dia! Como vocês estão? Animados? -a senhora disse sorrindo -aliás, me chamo Carmen.

-Prazer, sou a senhora Julia e esse aqui é meu marido Marcel e minha filha Maria Júlia -a senhora Vulcano disse apresentando todos.

-Prazer todo meu! Então, como vocês sabem, hoje é o dia que vocês levaram seu novo filho pra casa, mas antes de vê-lo, devem assinar esses documentos por fim.

-Ah, claro! -Júlia e Marcel logo leram os papéis e os assinaram.

A senhora então os guiou até um dos quartos e quando entraram, uma criança sorria para eles. Maju foi a primeira a ir até a criança e abraçá-lo, em poucos meses, eles tinham ficados próximos.

-Vejo que ele terá um lar feliz -a senhora Carmen disse com um sorriso largo.

-Oi -Marcel foi o próximo que foi até o garoto.

Júlia foi a última a ir até onde os três estavam, pois a própria estava tentando controlar suas lágrimas.

-Oi meu filho - Júlia disse ao abraçar o menino.

A senhora saiu do cômodo e deixou os quatro ali. Agora seria assim, os quatro: Senhor e senhora Vulcano, Maju e o mais novo caçula da família -Breno, o menino de sorriso largo de apenas quatro anos.

Eles se abraçaram e Maju recordou de como o conheceu. Ela e sua família tinham ido até o orfanato e em uma quarta visita, eles viram Breno; o garoto estava todo sujo de barro e passou correndo com outras crianças, mas naquele momento os três se olharam e tiveram certeza que aquele seria o novo membro da família.

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⏰ Última atualização: Oct 29, 2017 ⏰

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