- Finalmente, eu acabei
Meus pequenos olhos estavam abertos e a única coisa que eu conseguia ver era a "criadora", aparentava ser jovem e tinha os olhos mais bonitos que eu havia visto em todas as minhas vidas, olhos cor de ouro e que denunciavam toda a magia que havia ali.
Minha pele, como sempre, estava gelada e pálida como a neve que caia pela janela, afinal, não se poderia esperar menos de alguém que é feito de porcelana e magia. Meus olhos, vermelhos e vividos agora, varreram o local em busca de respostas, seria este um novo começo para a última filha dos Valentine ?
Me dou conta de que não respondi nada a menina em minha frente.
Pulo de sua mão que segura meu pequeno corpo, de apenas 60cm de altura, e pouso suavemente encima de uma mesa que estava ao lado- Olá, me chamo Lucile Valentine, qual é seu nome jovem mestra ? - Pergunto-lhe delicadamente, poos as pessoas costumam se assustar com palavras saídas de uma boneca de porcelana que se move.
- O...o..olá ?
Ela fala com receio, me olhando com uma leve descrença.
Fazendo um gesto com uma de minhas mãos, a estímulo à continuar a sua fala.- Meu nome é Camelia, Camelia Neverland - Ela diz com um pouco mais de certeza em sua voz - E como diabos você consegue se mover ?
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Acordei sobresaltada.Sonhei com aquele dia, aquela lembrança insistia a permanecer em memória, será que eu nunca me esquecerei dela ?
Olho para baixo e reprimo um suspiro, eu continuava tendo esta pele de porcelana, branca e delicada, que não me permitia correr, escalar, ou até mesmo encostar em uma pessoa qualquer, pois levaria um choque devido a magia que corre dentro de mim.
Mesmo que eu saiba que o fato de eu dormir constantemente não me fará tornar-me mais humana, prefiro acreditar que sim e ter alguma esperança
Levanto- me de minha cama, situada um uma comoda estilo vitoriana, de cor envelhecida e triste.
Dentro deste quarto há mais três camas além da minha, todas feitas de ferro e com colchas feitas a mão coloridas. O quarto é grande, com paredes brancas e flores pintadas em azul e violeta, com um piso de madeira clara e móveis escuros contrastando.
Conheço este quarto tão bem como minha própria porcelana pois foi aqui onde acordei, e onde vivo há mais de vinte anos, cuidando de minha mestra.
Eu me apresso e visto minhas roupas de costume: um vestido rose que bate até as minhas finas canelas, meias e saiote brancos de rendas e fitas cremes, meus sapatos brancos com saltinhos quadrados e baixos, e por último, meu chapéu que permanece amarrado e caindo em meus ombros.
- Lucky ? Está acordada - me sobressalto levemente com esta voz tão familiar- Eu trouxe biscoitos para nós fazermos um chá da manhã.
- Jovem mestra, não se existe o costume de se tomar um "chá da manhã", apenas o chá da tarde - eu tentei lhe explicar, mesmo sabendo que seria inútil pois uma criança de apenas seis anos não veria nenhuma importância nisto - e não me chame de Lucky, eu tenho um nome, Lucile, jovem mestra.
- Não me chame de jovem mestra ! - disse ela com as bochechas vermelha como os morango que tanto adora - Você me lembra de minha mãe quando fala isso e isto machuca profundamente.
- Me desculpe Srta. Caramel - disse, sentindo pena de minha pequena mestra que tão jovem tem que aceitar tudo sozinha.
- Então ? Vamos tomar nosso chá - ela diz com a expectativa brillhando em seus olhos e eu me rendo afinal, é apenas chá.
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Oiee !!! Só em caso de algumas colocações, pra quem não entendeu Lucky/Lucile É uma boneca encantada ok ?
Espero que gostem, tentarei postar um capítulo por dia.
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Os Valentines
FantasyEm um reino separado do nosso, existe magia, magia esta que pode até mesmo criar a vida. Lucile "Lucky" Valentine é um destes raros casos em que um ser é presenteado com vida, vida essa que só pode ser mantida por um mago poderosíssimo, neste caso u...