III

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- Esse mundo é pequeno não é mesmo?- disse com um sorriso.
- Você não imagina o quanto. Pensei que ficaria com casal.
- Eu não curto a três, gosto de experimentar coisas apenas a dois- ele se aproximou e sua boca ficou a poucos centímetros da minha.- então ele queria jogar, pois bem, que comecem os jogos.
- Que tipo de coisas?
- Todas as coisas que você pode imaginar.- ele me empurrou contra o carro e eu pude sentir o contraste entre o frio do carro e sua pele que emanava calor. Então ele me beijou, sem pudores e cheio de desejo e promessas não ditas.
Isso me fez sair totalmente do jogo.
- Então você vai ter que se esforçar, minha imaginação é muito fértil.- abri a porta do carro, mas ele segurou meu braço.
- Você vai para onde?
- Seu nome é Marcos? Acho que não. Porque o meu pai está trabalhando na Suíça.
- Calma, nervosinha. A gente estava...
- Exatamente Henrique, a gente estava. Passado. Agora, você pode fazer a gentileza de soltar o meu braço?- ele soltou- Obrigada.
- A gente ainda se esbarra por aí- ele deu um sorrisinho cheio de malícia e mordeu o lábio.
Entrei o carro e comecei a dirigir, não conseguia parar de pensar no beijo do Henrique, no perfume e no sorriso. Controle-se Isabella, apenas continue dirigindo.
Eu tinha um encontro marcado com um velho amigo que me faria esquecer qualquer coisa com uma noite.
-  Você não está com uma carinha boa- Ricardo, um amigo que me fez esquecer o meu Ex namorado e apesar de termos começando nossa relação apenas com sexo, nos tornamos grandes amigos e ele estava sempre cuidando de mim e me dando atenção disse.
- Não é nada. Eu só estou cansada, a Julia deu um jantar hoje apresentando o namorado dela. Eu não quero ser egoísta, mas eu não consigo ver lado bom em um relacionamento.
- Isa, você sabe que eu conheço cada centímetro seu, cada aflição que se passa aqui- ele colocou a mão sob o meu coração-  O que está acontecendo de verdade?
- Lembra que eu falei sobre um carinha que eu conheci em Ibiza?- ele assentiu- Ele é o melhor amigo do namorado da Julia. A gente se beijou de novo.
- Isabella Isabella. Você não é de ficar mexida com beijos. Sempre precisou de mais que isso. Lembre-se, você não é mais uma adolescente.
- Eu sei Ricardo, não estou interessada nele. Só achei coincidência demais encontra-lo aqui.
- Tudo bem. O Max veio aqui, quis tirar satisfações a seu respeito.
- O quê? Ele acha que tem o direito de... Mas que droga Rick, foi ele quem me traiu. Agora quer dar uma de bom moço.
- Ele disse que é o homem certo para você e chegou a usar palavras de baixo calão.
- O que ele disse?- eu sei que o Rick jamais repetiria a mesma coisa.
- Ele disse que nenhum homem conseguiria fazer você sentir prazer como ele.
- Que mentira...- abri a boca pra continuar, mas ele me interrompeu.
- Eu sei disso- ele tirou meu cabelo dos ombros, deixando meu pescoço livre e beijou.- Vem beber alguma coisa, você precisa relaxar um pouco.
Fui até o sofá e ele trouxe uma garrafa de vinho para a gente, depois de me dar a taça, ele tirou os meus sapatos e começou a fazer uma massagem maravilhosa.
- O que eu fiz para merecer uma pessoa incrível como você?- ele esboçou um pequeno sorriso.
-  Você apareceu no pior momento e me fez lembrar das coisas boas da vida, tudo o que eu puder fazer para te deixar bem, eu vou fazer.
Eu vi um vulto de tristeza em seus olhos e percebi que ainda era difícil para ele, lembrar da esposa dele que o traiu a vida toda.
- Ela ainda procura você?
- Não. Eu não quero falar disso. Me desculpe.
- Tudo bem.
                                 ***
O meu dia de trabalho foi extremamente cansativo, eu estava criando o roteiro da propaganda do cliente e esperando a boa vontade da minha secretária entrar na minha sala e me dar uma pilha de campanhas para reler.
- Boa Noite- ela entrou de repente.
- Finalmente!- ela me entregou o tablet e eu comecei a ver a campanha que a minha querida estagiária preparou. Eu mal conseguia acreditar que aquilo demorou tanto tempo para ser feito.
- Então?
- É isso que vai ser apresentado para o cliente? Nem em um milhão de anos essa porcaria venderia algo. Essa é a técnica mais primitiva de produção que eu já vi na vida.
- M-Me desculpe- ela estava à beira das lágrimas.
- Olha só- limpei a garganta- Eu não queria ofender você. Mas eu estou tentando fazer você dar o seu melhor e acredito que isso não seja nem de longe o melhor que você pode fazer.
- Me desculpe por não ter dado o meu melhor.
- Pare de se desculpar. Escute, no mundo da comunicação, se você não massacrar, será  massacrada. Agora, vá refazer essa campanha.

Continua...

***
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