Era um domingo de manhã qualquer aos meus olhos. Eu estava na igreja, com a minha mãe, como em todos os domingos de manhãs. Mas, eu mal sabia que aquele domingo seria diferente e faria uma mudança radical na minha vida. Bom, para você entender a "mudança radical" vou comparar um domingo qualquer, para aquele domingo.
Domingo qualquer: eu e a minha mãe chegávamos na igreja, cinco minutos antes de começar o culto, e sentávamos no meio da igreja. Minha mãe lia alguns versículos da Bíblia é aproveitava para decora-los enquanto eu fazia o mesmo, ou não. Sinceramente, eu abria a bíblia é minha atenção era completamente voltada as risadas de um garoto que estava apenas a algumas fileiras a minha frente, ao lado de uma garota super animada que ria de tudo e contagiava ele com suas palavras. Não que eu me importasse se eles estavam rindo muito alto e atraindo a atenção de todos com olhares de reprovação, mas eu sempre ficava curiosa para saber do que eles tanto riam.
Aquele domingo: Eu sentei na cadeira e olhei no relógio; faltando cinco minutos para começar o culto como de costume. Olhei para a minha mãe que folheava a bíblia atentamente, ok tudo normal. Abri minha Bíblia e esperei as risadas para olhar para frente. Isso não aconteceu. Quando olhei para frente, eu não ouvi as risadas, nem o garoto pedindo para que a menina ficasse em silêncio. Eu vi apenas a menina, sentada, cabisbaixa e olhando para os desenhos que tinham no teto da igreja. Eu não sabia o que tinha acontecido, mas coisa boa não era. Aonde estava as risadas? Era tão lindo ver essa harmonia de manhã. Já estava tão acostumada com as risadas ecoando pelo igreja que, naquele momento, a igreja estava apenas com o barulho das pessoas chegando e sentando em suas cadeiras. Senti como se faltasse algo e eu sabia o que era. A felicidade daquela menina. E o garoto é claro, ele não estava lá.
Então fiquei determinada. Depois do culto iria falar com ela. Não para perguntar "ei porquê você não fez piadas hoje?". Mas irei "puxar assunto" com ela. Ela parece ser uma menina legal, eu acho.
Quando o culto acabou, grudei meus olhos em cada passo da menina para não perdê-la de vista. O que não adiantou. As pessoas foram se levantando e saindo de seus lugares e quando vi não tinha mais ela em meu alcance. Aproveitei que minha mãe conversava com uma mulher que aparentava ter a mesma idade que ela e fui procurar a menina.
Eu achei a achei, depois de muito tempo, sentada no banco do jardim que ficava em frente a igreja. Eu tomei coragem, respirei fundo e sentei ao seu lado. Nos primeiros segundos ela pareceu não perceber minha presença e continuou com o olhar vagando pelas pessoas. Então eu tomei o dobro da coragem que já tinha tomado e falei:
— Olá.
Ela olhou para mim surpresa, como se eu fosse a primeira pessoa que falasse com ela naquele dia.
— Oi.
— Eu sei que você não me conhece, mas eu te conheço. Na verdade apenas de vista pois você sempre senta com o...
— Edward.
— Isso, com o Edward na minha frente, e vocês são tão lindos, sabe essa harmonia que trazem para a igreja de manhã. E hoje não teve isso, então, eu quero da forma menos conviniente perguntar; O que aconteceu? Digo, aonde está sua felicidade?
Ela olhou para mim sorrindo e depois voltou a olhar para as pessoas, suspirando.
Nesse momento eu percebi a pergunta que eu tinha feito. Por quê eu fui tão tapada assim? Eu não disse para mim mesma que não perguntaria isso?
— Desculpe por isso, acho que acabei me intrometendo de mais e fazendo perguntas de mais.
Eu ia levantar do banco, mas ela me interrompeu perguntando:
— Qual é o seu nome?
— Skye.
— Tipo Skype?
— Não, tipo Skye.
Ela deu uma risada e disse:
— Quer almoçar na minha casa hoje?
— Han... não sei se posso, tenho que perguntar para a minha mãe.
— Tudo bem — ela mexeu na sua bolsa, pegou um pedaço de papel e uma caneta e anotou o que parecia ser seu endereço — Aqui, se sua mãe deixar. Está convidada.
Ela sorriu e levantou do banco.
— Espera! Eu não sei seu nome.
Ela olhou para trás e disse:
— Amélia.
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Perdido Você
RomanceAmber é uma adolescente de dezesseis anos e ama Jesus. Sua fé e seu amor pelo Salvador é o que a faz levantar todos os dias. E Amber, sempre pediu a Deus um companheiro para ela que fosse assim também. Mas não é exatamente isso que ela recebe. Talve...