CAPÍTULO QUATRO

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Charlie e John foram os últimos a chegar no shopping; quando estacionaram, os outros estavam reunidos em um círculo fechado em frente ao carro de Marla, como se conspirassem alguma coisa.

        — Venham — disse Marla, antes que eles pudessem alcançar o grupo. Ela pulava sobre as pontas dos pés como se estivesse pronta para correr rumo a porta do prédio abandonado. Todos, com exceção de Charlie e John, haviam trocado de roupa, vestindo jeans e camisetas, trajes mais adequados para exploração e, por um instante, ela se sentiu deslocada. Pelo menos não estou de vestido, Charlie pensou.

        — Vamos lá — ela disse. A impaciência de Marla parecia ser contagiosa, ou talvez apenas desse a Charlie uma desculpa para deixar os seus verdadeiros sentimentos emergirem. Ela queria mostrar a Freddy’s aos outros.

        — Calma — disse John. Ele olhou para Jessica. — Você explicou tudo?

        — Contei para eles sobre o guarda noturno — ela disse. — Tem mais alguma coisa?

        Ele pareceu pensativo por um momento.

        — Acho que não — disse.

        — Eu trouxe mais lanternas — disse Carlton, carregando três lanternas de tamanhos diferentes. Ele jogou uma para Jason, uma menor, presa a uma tiara elástica. Jason a ligou e posicionou ao redor de sua cabeça, e começou a andar todo entusiasmado de um lado para o outro, fazendo a luz sacudir e dançar.

        — Shh — disse Charlie, apesar de ele não ter feito som algum.

        — Jason, — sussurrou Marla, — desliga isso, não podemos chamar atenção, lembra?

        Jason as ignorou alegremente, girando pelo estacionamento como um pião.

        — Eu tinha dito a ele que, se não se comportasse, teria que esperar no carro — Marla disse a Charlie, mantendo a voz baixa. — Mas agora que estamos aqui, não sei onde é mais assustador. — Ela lançou um olhar para os galhos desnudos que balançavam com o vento sobre suas cabeças, ameaçando se lançar contra eles e agarrá-los.

        — Ou podemos dar ele para o Foxy comer — Charlie piscou. Ela foi até o porta-malas e pegou a lanterna tática, mas não a acendeu. Ao invés disso, Carlton ligou duas de suas lanternas menores e deu uma para Jessica.

        Eles entraram no shopping. Sabendo para onde ir e o que os aguardava lá, Charlie, John, Jessica e Carlton avançavam pelos espaços vazios com um senso de propósito, mas os outros iam parando para olhar os arredores.

        — Vamos — dizia Jessica, impaciente, enquanto Lamar olhava para o domo do saguão.

        — Dá para ver a lua — ele disse, apontando. Ao seu lado, Marla assentiu, imitando sua postura.

        — É linda — ela disse, apesar de não conseguir enxergá-la.

        Ao longe, eles ouviram passos ecoarem pelo vazio.

        — Ei, ei, por aqui! — assobiou John, e eles se apressaram em sua direção o mais silenciosamente possível; não podiam correr com medo de fazer barulho, então foram andando, rápida mas cuidadosamente, agarrados às paredes. Eles entraram no vazio negro da loja de departamentos, rastejando pelas sombras até alcançarem o buraco na parede. John ergueu o plástico pendurado que obscurecia a abertura enquanto os outros manobravam ao redor do andaime. Jason era lento e Charlie pôs a mão em seu ombro para apressá-lo. Enquanto ela o dirigia para a abertura, um forte raio de luz tomou a sala, vasculhando as paredes de cima a baixo. Eles mergulharam para o outro lado e correram pelo beco para onde os outros estavam encolhidos contra a parede.

five night's at freddy's - the silver eyesOnde histórias criam vida. Descubra agora