Capitulo 1

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-Mamãe?-Eu gritava naquele estacionamento vazio e escuro.-Mamãe onde você está?

-Gabriela,é você?-ouvi a voz dela vindo de algum lugar

-Mãe,sou eu,onde você está?

-Gabriela foge não vem até aqui

-Mas Mamãe...

-Eu estou mandando você fugir...AHH-Minha mãe começou a gritar eu ouvia correntes batendo em algo.

Eu queria ir até lá mas estava com muito medo do que iria ver.
De repente tudo se calou

-Mãe,você ainda está aí?

Silêncio.Ouvi passos se aproximarem e ouvi um homem dizer

-Garotinha,onde você está?

-Quem é você?

-Um amigo.Quantos anos você tem?

-Seis

-Venha cá.Quero te mostrar uma coisa-Ele deu uma risada horrível e pertubadora

Ele apareceu coberto de sangue.Comecei a correr sem rumo.Estávamos em um hotel no meio da nada.Entrei na mata e comecei a correr até que eu tropecei em algo e quando bati a cabeça fazendo com que eu desmaiasse



Acordei com uma luz forte em meus olhos.Olhei ao redor.Aquilo era um hospital?

-Que bom que acordou.Sou a doutora Alencar.Sabe me dizer qual foi a última coisa que se lembra?

-Eu..estava correndo na floresta e eu caí.

-Por que estava correndo na floresta?

-Tinha um homem,ele estava com a minha mãe,queria me pegar e...Minha mãe...cadê minha mãe?-comecei a chorar

-Calma garotinha.Qual seu nome?

-Gabriela.

-Que nome bonito.Gabriela,vamos fazer algumas ligações e tentar achar sua mãe tudo bem?-Assenti com a cabeça e voltei a dormir.Só me restava esperar

8 anos depois:

Acabei de chegar no sanatório.Estou tão feliz.Quando meu pai soube da morte da minha mãe,ele enlouqueceu.Mas hoje finalmente ele foi liberado para voltarmos para casa.Não que seja ruim morar com a tia Vanda,mas eu prefiro bem mais meu pai.
O caminho todo para casa meu pai ficou em silêncio.Descemos do táxi e entramos.Meu pai sentou em sua poltrona e ficou olhando pro nada.

-Papai,senti sua falta.

Ele permaneceu em silêncio

-Agora que voltou podemos fazer coisas juntos

Nada.



Algumas semanas se passaram e meu pai ainda não disse uma palavra.Só levantou da cadeira para ir ao banheiro.Tenho que dar comida para ele e me virar com o resto.Acho que o tratamento não foi o suficiente.Mas não vou levá-lo de volta para o hospício.Não vou aguentar vê-lo partir novamente.



Já faz um mês que meu pai voltou e nada.Mas estou feliz que ele está aqui.Tia Vanda nos envia um valor mensal para ajudar,não muito mas o suficiente para viver.Estudo em uma escola pública.
Estou voltando agora para casa

Abro a porta e me deparo com meu pai caído no chão sangrando com um tiro na cabeça

-PAI,NÃO-Me ajoelho do seu lado e começo a chorar e gritar.A dor me consumia.Ele era tudo que eu tinha.
Ao seu lado tinha uma carta escrito

"Querida gabi,

Sinto muito,não posso mais fazer isso,você foi ótima,não se culpe pelo que eu fiz.Seja forte
E te desejo toda a sorte do mundo

Com carinho
Seu pai"

Me deitei no chão em posição fetal e fiquei lá por horas

2 anos depois:

Faltam 2 dias pra as aulas voltarem.E com ela todo o meu inferno.



Acordo as 6:15.Me levanto escovo meus dentes,coloco o uniforme e desço as escadas dos fundos.Eu moro num pequeno quarto em cima de uma cafeteria.O quarto é minúsculo.Tem uma cama pequena,uma caixa pra guardar minhas roupas e uma pia.Mal cabe uma cama de casal no quarto mas é melhor que nada.Ainda não estou pronta para morar na minha antiga casa.Ninguém sabe da morte do meu pai.Eu o enterrei no canteiro das flores ao lado da pequena piscina.A senhorita Siless me deixa viver naquele pequeno quarto em troca limpar a cozinha nos sábados.No meio do caminho começa a chover fraco.Vejo a escola não muito longe e começo a correr.Quando chego na escola esbarro em Enzo Turner.

-Olha se não é a nossa querida amiga gabi.Senti falta de te humilhar nas férias.Vou começar pegando leve esse ano.Apenas um pequeno tombo.-Ele me empurrou forte fazendo eu cair no chão.

As pessoas olharam aquilo e começaram a rir.A risada dele me lembrava alguma coisa.Aquela risada me despertou uma raiva em mim.
Me levantei e dei uma tapa forte em seu rosto.Todos exclamaram surpresos e começaram a cochichar

-Ah você não fez isso.Higor,Bruno,segurem ela-Eles começaram a se aproximar e eu corri.Olhei para trás e estavam perto de mim,quase me alcançando.Quando passei perto de um menino ele começou a correr do comigo.

-Porque estamos correndo?-Disse com um sorriso lindo no rosto.

Mas eu estava nervosa demais para responder.Apenas continuei correndo.Quando cheguei em um muro.Droga.

-Higor,olha só quem arranhou um amiguinho-Bruno disse com um tom de deboche

-Haha ela acha que ele vai aguenta-la

-Calem a boca-O menino se aproximou de Higor e o levantou pela gola da camisa-Se eu pegar vocês perturbando ela novamente...-
Ele não completou a frase

Higor saiu correndo e Bruno foi atrás

-Bom,sou Felipe e você é?-Virei a cara-Não gosta muito de falar...eh-ele se virou um pouco e forçou os olhos-Gabriela,vou te chamar de gabi

-Como descobriu meu nome?

-Está escrito no seu caderno

-Ah.Desculpe ter sido rude.Obrigada por me ajudar-Estendi a mão

-De nada-Ele apertou minha mão e olhou curioso para meu casaco.-Ei,devem estar uns mil graus aqui fora,tira esse casaco

-NÃO.Quer dizer,não obrigada,acho que estou resfriada

-Você é quem sabe.Até mais gabi.

-Até

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⏰ Última atualização: Oct 05, 2017 ⏰

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