Raquel e Marina - Uma História de Amor Dura Apenas 90 Dias!

Gingolôa?

Uma manhã de tediosa para uma Raquel que acordara cedo sem motivo algum em plena segunda feira.
Jogada no sofá, assistia um programa de culinária.
_Toma. -diz Lia jogando uns papéis em seu colo.
_O que é isto? -pergunta Raquel.
_Contas. Minhas contas! -responde Lia indo para a cozinha.
_Estou vendo. Mas porque jogou elas aqui?
Lia volta alguns segundos depois com uma xícara na mão.
_São pra você levar para a outra. É só você dizer que são suas e que não tem dinheiro, num instante ela te dará dinheiro para você paga-las. Simples! -sorriu triunfante com a sua ideia irônica.
Raquel amassa os papéis jogando em Lia.
_Vai a merda, tá!? -diz.
_Qual é!? Os nossos problemas já estão resolvidos!
Lia bebe algo de sua xícara antes de continuar.
_Qual é o nome feminino da palavra gingolô? Gigolôa? -olha para Raquel seriamente- É o que você está parecendo!
Raquel joga lhe uma almofada mandando calar a boca.
Lia continua.
_Uma vadiazinha lésbica sustentada por uma riquinha insatisfeita com o casamento que tem. Você come na palma da mão dela!
_Não tem ninguém me sustentando e muito menos eu estou comendo na palma da mão de alguém! -responde Raquel com a cara fechada.
_Não? Tem certeza? Achei que ela por ter pago o concerto da sua moto e por você não estar nem um pouco preocupada em voltar a trabalhar, eu pensei que ela estava te sustentando! -diz Lia sendo a ironia em pessoa.
_behh! Resposta errada! Pra começar, eu estou machucada. -diz Raquel apontando para o seu ombro- Segundo, eu nem queria aceitar...
Lia a interrompe.
_Não queria aceitar mas acabou aceitando!
_Foi só um empréstimo, eu vou pagar cada centavo de volta!
_E também tem aquela jaqueta maravilhosa que ela te deu... -pensa um pouco- Você também não queria aceitar, não é? E como você fez? Pagou por ela em dinheiro ou em... orgasmos?
Raquel sorriu fuzilando Lia com os olhos.
_Dinheiro nenhum no mundo compra um bom e longo orgasmo! -responde- Mas pena que você desconhece este prazer, não é mesmo?
Lia joga a almofada em Raquel.
_Já dizia o ditado: quem não goza gostoso, inferniza a vida de quem sabe gozar! -completa Raquel jogando a almofada de volta em Lia.
Lia se põe de pé rapidamente mudando de assunto.
_Vejo que seu braço já está bom, não quero nenhuma desculpa para hoje à tarde! Chegue na hora e apresentável, ok? -não esperou que Raquel respondesse, foi para o seu quarto se arrumar.
Volta 15 minutos depois.
_Quem é que faz festa em plena segunda feira? -pergunta Raquel.
_Não é uma festa. E só um encontro de confraternização de não sei o quê! -responde Lia colocando seus brincos.
Raquel deu de ombros.
_Que façam essa confraternização no final de semana.
_Acho que teve algum problema com a instalação, sei lá... aí adiaram para hoje. E você ao invés de reclamar, dê graças a Deus por voltar a trabalhar, ok?
Já na porta, Lia reclamava por ter que sair de casa cedo já que agora não tinha mais uma chofer para leva-la a onde quer que ela queria. Vira se para Raquel antes de fechar a porta.
_Não esquece! 15 h já esteja lá, ok?
_Ooookkkkk! Tchau!
Raquel tranca a porta assim que Lia sai.
Como ainda era cedo e a casa estando em perfeito silêncio, Raquel desligou a TV e foi dormir.
Acordou tempo depois com a campainha tocando. Resmunga alguma coisa olhando as horas no celular. Resmunga mais ainda devido a campainha irritante que tocava insistentemente.
_Eu já ouvi! -diz Raquel indo atender a porta.
Raquel sorriu abrindo a porta depois de olhar quem era pelo olho mágico.

* * *

Antes mesmo que Raquel pudesse dizer o quanto estava surpresa em vê-la ali, Marina a beijou ali mesmo no meio da porta entre o corredor e o apartamento.
_Desculpe por não ter avisado que vinha... - diz entre os beijos- desculpe por tocar a sua campainha desse jeito...
Ainda beijando a, Marina empurra Raquel para dentro do apartamento.
_Eu estava morrendo de saudade de você! -completa.
Raquel consegue se afastar para fechar a porta.
_Desculpada! Fico feliz que esteja aqui, eu também estava morrendo de saudades. -diz virando se para ela.
Raquel olha Marina de cima a baixo percebendo a gravidade da situação.
_O que aconteceu? Por que está vestida assim? E por que você está bebendo uma hora dessas? Não são nem meio dia ainda! -repreende a certificando a hora no relógio da estante.
Marina a abraça feito uma criança carente.
_Por favor, não briga comigo... eu só quero esquecer que o mundo existe, relaxar um pouco, ficar aqui com você...
_O Roger sabe que você está aqui? -pergunta Raquel aninhando a em seu peito.
Marina se afasta.
_Não. Não fala dele! Eu quero distância daquele idiota! -bebe mais um goles no bico da garrafa- Ele é um idiota!
Raquel balança a cabeça concordando.
_Um estúpido. Um egocêntrico. Um idiota. Um bosta. Manipulador... Eu odeio ele. Ele é tão idiota!
_Você já disse idiota umas quatro vezes.
Marina bufa se jogando no sofá.
_Mas ele é um idiota! -diz.
Começa a rir depois de beber mais um pouco. Tampa a boca para não babar.
_Eu... eu dei um tapa bem dado na cara dele... -suspira- me sinto tão bem!
Raquel senta se ao seu lado.
_Que bom que você se sente tão bem por isto. Embora ele precisasse, o que ele fez? -pergunta calmamente.
Marina senta se mais perto colocando seu dedo indicador nos lábios de Raquel pedindo silêncio.
_Eu quero esquecer que ele existe!
_Ok! Não vamos mais falar dele. -concorda Raquel.
Marina lhe oferece a champanhe em comemoração.
Raquel aceita pegando a garrafa.
_O que estamos comemorando? -pergunta depois de beber no bico da garrafa mesmo, a champanhe.
Marina pega a garrafa esticando a no ar.
_Um brinde ao idiota do meu marido!