Sentado na cama, consulta a hora, sim ainda é madrugada!
o cigarro entre os dedos e olhar perdido do lado de fora da janela.
imaginando as ruas sem fluxo, sem vida.
A luz vermelha do neon promocinal invadia seu quarto sem cortinas.
" -O que eu fiz da minha vida?"
A pergunta soava oca dentro de seus pensamentos como batidas suaves em uma porta dos fundos.
A pergunta era como uma melodia, uma balada distante em um bar vazio, triste,porém agradável.
O fumaça azulada do cigarro, já esquecido entre os dedos, sobe lentamente como um sonho entorpecido.
" - O que eu fiz da minha vida?" A pergunta insistia.
Ergue os olhos em direção ao teto. Reconhecendo todos os erros e pecados.
Mas sabe que amanhã não seguira o caminho que deveria, a verdade, a única verdade.
Não vai se afastar do erro.
Amargura, desprezo. assim é que se sente.
E o neon mergulha o quarto em seu brilho vermelho.
A barba sem fazer, os cabelos embraçados, o quarto em desordem.
"- O que eu fiz da minha vida?" A reflexão tardia apontava seu futuro.
Já não havia chance de encontrar instrutores capazes de ajuda-lo.
Os exercitos totalitaristas marchavam lá fora a procura deles para entrega-los ou a morte ou a prisão.
Para ele já era tarde, já não havia mais perdão no seu caso.
No seu passado fez uma escolha errada, egoísta. E agora não lhe restava futuro.
Só o eco frio, agoniante, e repetitivo de sua cela mental.
- O que eu fiz da minha vida?
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O Livro do caos
RandomCrônicas , prosa e poesia que visa refletir o espirito do tempo que vivemos e viveremos!