Capítulo Um : Aurora Boreal.

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5/1/1995 - Bellamy.

Bellamy :
     Sou Bellamy, irmão de Aurora, amigo de Tom, Mat e Elliot, nos conhecemos desde a pré-escola, apesar de termos um grande senso de aventura,nenhum de nós jamais sequer deixou Iowa, é o nosso lar.
      Tenho sempre a impressão de que esse lugar fica cada vez mais longo e estreito, esses horizontes sem vida me apavoram, é como se eu pudesse pegar a minha bicicleta e ir embora, mas eu sei que não funciona assim, o que mais me entristece é que por mais que eu fosse embora, não teria meus amigos lá fora, perderia também, meu lar.

Aurora :
      Minha irmã tem uma banda, Blossom, é algo como 'flor', não sei dizer ao certo, ela toca ao ar livre e quer ser um ícone da paz, como Jesus ou algo, o que é burrice, se for me perguntar, além de que Jesus não fumava maconha todos os dias às duas da manhã no telhado de sua casa, eu acho, mas ela é uma boa pessoa e tem tantos seguidores quanto ele.

Mat :
      Mat é o melhor amigo machista que todos os homens tem, eu o adoro, mas as vezes ele só quer denegrir as mulheres, principamente as que ele gosta, vai entender.
     
      Mat e Artie são minhas únicas companhias, depois que tudo piorou, me afastei de tudo e todos, mas eles sempre foram a exceção.

   Artie :
        Artie é um bom amigo, todos o odeiam por ele ser Gay, mas eu não, não é como se isso importasse, mas todos o acusam de ter Aids e que eu deveria me afastar dele, Artie parece não ligar para o que dizem dele, muito menos eu, queria apenas que as pessoas o deixassem viver em paz, já não bastam seus pais, que não falam com ele desde Novembro do ano passado, quando ele resolveu dizer por quem se sentia atraído.

    Tom :
     Thomas é.. especial, as vezes ele me faz pensar que não foi tão ruim tê-la perdido, mas a realidade é que foi, porém, mal o conheço, deveria dar um tempo a nós.

     Estudávamos todos na Universidade Richard Locke, falsamente bem conceituada, apesar disso, éramos felizes por estarmos lá juntos, nunca deixou de ser divertido.
      Infelizmente nossas vidas eram razas, com vazios enormes que nos sufocam até morrermos sem oxigênio, sem espaço para crescermos em mente, é como se colocassem um teto onde não havia.
     Depois de um tempo, encontrei minha escapatória, entorperci-me até esquecer-me de tudo o que havia feito em toda a vida, como se eu transcendesse, e ao contrário do que dizem, aquilo não é falso, é só uma mão amiga que me foi, finalmente, estendida.

- Bellamy.

 

As sete faces de Richard LockeOnde histórias criam vida. Descubra agora