Heartbreaker

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“Não me diga que você é a minha destruidora de corações porque, garota, meu coração está se destruindo...”

Justin Bieber
Los Angeles, 2014.

Eu costumava gostar do amor. De ler e escrever sobre ele, de ouvi-lo e cantá-lo. Mas quando ele se mostrou tão prepotente, ferindo meu coração, parecia de longe, uma boa ideia estar apaixonado. Inteira e completamente apaixonado. Por ela.
Como diria o ditado popular, “o feitiço vira contra o feiticeiro”.

Sei que nessas circunstâncias, sempre me pareceu mais fácil machucar, ao ser machucado. E muitas das vezes, não era proposital. Eu só o fazia. Não porque queria, mas porque tinha de fazer. Parece mais fácil quando não é com você.

E em todas as vezes que me lembro de que o único e maior responsável por isso sou eu, por tê-la deixado entrar, eu simplesmente não posso suportar.

Ela nutre todos os dias a raiva e possessão que nunca pensei poder sentir. Talvez eu esteja ficando louco – e que seja da cabeça, porque de amor já estou morto.

“Drogas, você deveria tentar.”
Eu dizia isso para mim mesmo em todos os dias melancólicos e as noites amargas, mas algo parecia não ser certo. Não gostava daquilo. Mas então, num dia, minha índole e meus princípios já não pareciam grande coisa. Eu tinha dor – muita muita dor.

Algo me corroia por dentro, e aquela parecia a única forma de me sobressair. Eu precisava dela, eu queria tê-la ao meu lado, mas ela já não estava mais ali.

Os outros já não me reconheciam. Fossem amigos próximos, ou aqueles que me viam uma ou no máximo duas vezes por ano. Os familiares, ou aqueles parentes toscos que você tentar reconhecer em noites de natal enquanto dizem “nossa, como você cresceu!”. Algo havia mudado. Eu não era mais o mesmo, em toda ou qualquer circunstância.

O peso de tanta dor parecia não caber no peito – muito menos nos copos de uísque e cartelas de cigarro. Eu estava afundando, gradativamente. E não por culpa dela, por culpa minha. Porque eu não conseguia me reerguer. Não sem ela. Porque nada fazia sentido. Não sem ela. Porque tudo era vago e vazio... Sem ela.

Eu já tinha deixado os bons costumes para trás uma vez, mas nunca pensei que fosse voltar para o mesmo lugar de onde vim por culpa da pessoa que me salvou. É. Ela me tirou de lá. Mostrou-me o que era ser amado, o privilégio em tê-la ali, para mim. E depois se foi. Como se não fosse nada, como se não fossemos nada.

Cindy Moore
Los Angeles, 2014.

Você já perdeu alguém? Alguém com que se importava muito? Uma pessoa por quem você moveria Céus e Terras só por um mero sorriso? Alguém que lhe tirou a sanidade? Que te levou do inferno ao paraíso em minutos?
Bem... Eu sim.

Há um ano eu o perdi. Ele era incrível, me fazia sentir única. Talvez porque nós fossemos únicos. Um para o outro, da nossa forma. Desde então nós não nos vemos. Ele não me ligou. Não me mandou a merda de uma mensagem. Sabe, ele nem ao menos quis saber como eu me sentia sobre estar sem ele. Sobre dormir e acordar sabendo que ele não estaria mais ali.
O amor da minha vida.

A droga do amor da minha vida.
Sou boa atriz, acredito que uma hora isso vá passar. Afinal, sentimentos morrem, não?
E foi escolha dele.

Eu não deveria estar assim, certo?
— Você acha que passar o dia inteiro comendo e assistindo série é uma coisa saudável? — Claudia, minha melhor amiga, dizia enquanto notava meu estado deplorável — Charles ligou nos convidando para uma festa em uma boate nova. Disse que ele vai com o amigo, e... — eu não estava nenhum pouco afim — Você deveria ir comigo. — ela realmente havia fechado a tela do meu notebook na melhor cena de Gossip Girl?
— Por que não vai sozinha? — respondi-lhe um tanto irritada, puxando o aparelho contra mim.
— Porque eu só vou se você for. — eu odiava pressão psicológica. Sabia o quanto ela queria ir, o ânimo era notório em seu olhar. Mas ela é uma garota de palavra, se eu não fosse ela se forçaria a ficar lá, do meu lado. Provavelmente reclamando por não estar se divertindo.

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