Se conta por todas as partes lendas sobre a origem da expressão "plumas ao vento", ou em outras versões como "areias ao vento" ou até mesmo "espumas ao vento"; contudo, foi sem querer que realmente me deparei com a magnitude desta expressão ao ler um conto árabe sobre um rei, um servo e um saco de areia.
Sucintamente, o servo havia perdido durante o transporte de sua carga, o equivalente à uma saca de grãos, e o rei, muito astuto e sábio, propôs a este servo um desafio em troca de ter sua vida poupada; o servo aceitou por não ter o que perder e ficou maravilhado com a recompensa oferecida pelo rei caso ele cumprisse o desafio. Ele não apenas seria livre, como também teria a mão da filha mais nova do rei em casamento, lhe garantindo boa vida até o final de seus dias.
O rei então mandou que outro servo trouxesse uma saca equivalente a perdida, só que preenchida por areia. O servo então deveria subir à torre mais alta do palácio com uma faca e fazer com que todos os grãos se fossem com o vento; e assim o fez. Porém esta não era sua única tarefa, ele também deveria, para seu espanto, recolher cada grão de areia que havia estado naquela saca. O homem, entretanto, disse ao rei que era uma tarefa impossível e que deveria ser executado por não ser capaz de cumprir a tal desafio. Já o rei o olhava de modo complacente, e com toda sua sapiência lhe disse:
"A saca de areia é como a confiança; se você a denegrir, a confiança pode um dia acabar, como os grãos de areia que se esvaiam pelo vento e jamais voltará a ser a mesma confiança que um dia já foi. Esta não foi a primeira vez que traiste a confiança de teu rei e é por isto e não por uma saca de grãos, que poderia ter alimentado parte da população da aldeia vizinha, que há de ser executado."Certamente se trata de uma metáfora para qualquer outra situação onde se exige algo a ser feito e você não faz, seja carregar uma saca de grãos ou obedecer a seus pais, isso desgasta algo irreparável que indiscutivelmente é essencial para uma boa convivência: a confiança.
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Todos os bons poetas estão mortos.
PoetryContos, prosas, poesias ou qualquer coisa do tipo, escritos em um celular com baixo brilho no meio da madrugada enquanto a insônia não me deixava dormir.