Capítulo 11

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Estou subindo as escadas do prédio correndo, pois o elevador havia quebrado. Abro a porta e jogo minha bolsa no sofá, Bruna ainda deve estar na faculdade, vou tomar meu banho porque hoje ainda tenho que entregar currículos nas lojas... E quem sabe encontrar outro Deus grego.

*
*

- Liceee! - ouço Bruna gritando e batendo na porta - abre, eu perdi a chave... Liceeeeeee! - Grita ainda mais alto. Saio correndo antes que ela quebre a porta.

- Eh caralho Bruna, quer ganhar uma advertência!? - Digo dando tapas em sua bunda.

- Ah Lice, relaxa, eu nem gritei tão alto! - olha pra minha cara e da risada - tá, só um pouco!

- Um pouco? Parecia até que tava sendo estrupada!

Vou para o quarto secar meu cabelo e arrumar minha bolsa.

- Você vai sair? - Bruna pergunta com a cabeça pra dentro da porta.

- Vou, vou ver se arrumo um emprego... - Digo terminando de secar o cabelo.

- E como foi o primeiro dia?

- Ah foi legal, conheci uma menina, Bianca, ela é da minha sala - sabia exatamente o que Bruna estava pensando, ela é do tipo de pessoa que tem ciúmes até do seu gato.

- Hum, arrumou uma amiga foi? Facil assim? Ela vai vir morar aqui também? - cruza os braços e me encara seria, começo a dar risada.

- Pelo amor de Deus né, ai como vc é dramática/ ciumenta! - vou abraça-la dando risada - E o seu dia, como foi?

- Foi uma bosta, cheguei atrasada, perdi meu estojo que tava com a chave, e ainda conheci um fuckboy mimado - fala se sentando na minha cama.

- Era bonito? - Ela me encara semicerrado os olhos - Ah, só queria saber... O que ele te fez?

- Eu tinha acabado de compra meu almoço na cantina da faculdade, ai ele passa correndo e derruba tudo no chão, e ainda disse que eu era cega e desastrada! - Dou risada - Ta rindo do quê?

- Foi ele que esbarrou em você ou você que esbarrou nele?

- Foi ele, culpa foi toda dele... eu armei o maior barraco lá, garoto estúpido, nem pra se desculpar! - fala pegando seu celular.

- Que péssimo, o amor da sua vida não te pediu desculpas!

- Cê ta maluca? Deus me livre! - joga o travesseiro​ em mim enquanto ri - Ainda faz piada com a desgraça dos outros... Ou

- Que? - pergunto fechando minha bolsa.

- O Carlos e a Camila vão embora hoje, a gente vai ir em uma boate la perto do sua facul, bora?

- Não, amanhã eu tenho que acordar cedo!

- Eu também, mas nois vai chegar cedo, vamo lice - pede fazendo a carinha do gato de botas.

- N A O ~ não - digo saindo do quarto - Eu preciso de muitas horas de sono.

- Alice, é só um rolê, a gente volta antes da meia noite - me segue até a cozinha.

- Não, eu ainda tenho que estudar o assunto que o professor passou hoje! - encho minha garrafa - Tchau - Dou um sorriso pra ela e saio de casa.

E lá vamos nós escadas.

*
*

Depois de entregar quase todos os meus currículos, vi um anúncio de "contratasse pessoas sem experiência para barmam (homem ou mulher)" em uma boate e resolvi entrar la.

NOSSA SENHORA

Me impressionei assim que entrei, o lugar era lindo, tinha uma pista de dança colorida, bancos de couro rosa, luzes negra, lugar para o DJ tocar, um bar... Era simplesmente magnífico.

- Boa tarde, em que posso ajudar? - Uma mulher de uns 40 anos mas muito bem em forma me pergunta.

- Ah, sim, eu vi o anúncio de emprego ali na porta... Eu vim entregar o meu currículo - digo sem jeito olhando para os lados.

- Sim, sim, pode me seguir até minha sala! - E sai andando em direção a uma sala que era logo a cima do palco dos DJs - Sente-se.

- Aqui! - entrego meu currículo - Ela pega e da uma olhada.

- Bom Alice, por que você quer esse emprego?

- Bom, sinceramente, porquê eu estava procurando um emprego e vi o anúncio la fora, e eu aprendo rápido.

- Ótima sinceridade... O emprego é seu!

Que?

- Que? - pergunto surpresa - sério?

- Sim! Porque a surpresa?

- Eu achei que teria que esperar... Nossa - Ela da risada.

- Olha Alice, você tem o perfil certo e como diz, aprende rápido, não preciso de outros critérios para te contratar! - se levanta e estende a mão - Meu nome é Renata.

O resto da tarde a gente faz tudo o que tem que fazer a respeito do emprego. Renata me leva para conhecer Mário, o seu irmão, barmam desde sempre, ele me ensinaria a fazer drinks e tudo mais. Eu iria trabalhar apenas na semana de terça a sexta no primeiro horário, havia outro barmam que estava no segundo horário.

Sim, eu vou trabalhar em uma boate como barman. Quem diria.

Vizinhos » Gustavo Rocha Onde histórias criam vida. Descubra agora