Provocação

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[Imagem linda da Jess feita por uma fã.]

Não me agrada em nada ver a situação em que se encontra meu vampiro preferido.

"Eu amo você assim!" Digo, tocando em seu rosto para fazê-lo olhar em meus olhos, mas ele desvia.

"Não sou seguro para você." Diz Drogo, mordendo os lábios ao ver o meu pescoço.

Eu nego com a cabeça e me aproximo dele, ficamos a poucos centímetros um do outro. Observo seus lábios, indicando o que estou prestes a fazer. Drogo leva suas mãos até as minhas costas, simples gesto que faz meu corpo se arrepiar por inteiro. Ele está sério e aproxima sua boca da minha.

Meus olhos reviram pelo prazer que sinto quando ele me toca, só por esse momento, passaria por tudo o que tivesse que passar para ficarmos juntos outra vez. O sabor e a maciez de seus lábios me transportam para outro mundo, o mundo de Drogo. Tudo nele é incrivelmente atrativo: seu físico, seu cheiro e sua intensidade são na medida exata de me fazer perder completamente o juízo.

Dou um suspiro de felicidade, por estar recebendo aquilo que estava sendo privada. Drogo pega meu rosto em suas mãos e se libera ligeiramente dos meus lábios. Interrompe o nosso beijo um pouco mais rápido do que eu pensava.

"Você ainda está ferida, o cheiro do seu sangue está muito forte." Diz Drogo, sua voz falha nessas últimas palavras.

Involuntariamente levo a mão na minha ferida, meticulosamente maquiada por Sarah.

"Jess?" Ouço um grito.

Olho em direção à porta da danceteria e encontro a autora do grito, era Sarah me procurando. Assim que ela me vê, caminha até mim. Ao retornar meu olhar para Drogo, percebo que ele não está mais ali.

"Drogo?" Pergunto.

"Drogo?" Pergunta Sarah, arqueando a sobrancelha.

"Ele estava aqui agora!" Digo, apontando para o nada.

Sou tomada pela angústia, Sarah percebe meu estado e me abraça. Quando o verei novamente? Ele vai voltar para casa? Ou vai sair da cidade? Perdi a vontade, que já era pouca, de me divertir e voltei de táxi com Sarah para a mansão dos Bartholy, fiquei feliz dela me acompanhar, sem julgamentos... está sendo uma ótima companhia nesse momento.

No dia seguinte, não cruzei com nenhum dos irmãos Bartholy, Nicolae já tinha saído para levar Lorie na escola e Peter já havia ido para a faculdade. Fiquei satisfeita, não sei qual seria a minha reação ao ver Nicolae hoje.

Acredito que Nicolae tenha receio em que eu possa me transformar em vampira, talvez por isso tenha tomado medidas tão drásticas, então preciso me certificar de que não vou me transformar em um deles.

Ao chegar na aula do professor Jones, recebo seu olhar penetrante, assim como em todos os dias. O professor seguiu o cronograma, sem retomar ao tema da transformação dos vampiros. No final da aula, Sarah me esperou, assim como de costume, para irmos ao refeitório juntas.

"Pode ir na frente, eu já te acompanho." Digo à Sarah.

Vou até a mesa do professor, que estava apagando o quadro.

"Jessica?" Pergunta o professor Jones.

Mesmo estando de costas e sem eu fazer nenhum barulho ele percebe minha presença. Ele se vira para mim, com uma expressão de surpresa.

"Sem pressa hoje?"

Ele obviamente percebeu a minha saída apressada de ontem.

"É que eu queria te fazer umas perguntas."

"Em que posso ajudar?"

"Sobre a aula de ontem, o mito da transformação..."

"Ainda pensando nisso?" O professor me interrompe.

"Sim."

Professor Jones, franze o rosto e senta em sua cadeira. Me analisando com o olhar, um tempo longo demais para o meu gosto.

"Porque você quer saber todos os detalhes?" Ele pergunta.

"Me interesso pelo tema."

"Eu não costumo falar disso com meus alunos, mas vejo que você é apaixonada pelo curso." Diz o professor um pouco cínico. "O que você quer saber?"

"Como se converte em vampiro?"

"Depende da teoria..."

"A versão mais comum."

(A verdadeira!)

"Pois bem, todas as teorias concordam que a pessoa deve ser mordida por um vampiro."

Fico tensa, tenho medo de saber o resto... Dou um suspiro profundo, que não passa despercebido pelo professor.

"Tem que ser mordido até que a pessoa chegue ao limite entre a vida e a morte."

O professor não parece estar muito satisfeito por me dar essas informações, seu olhar fica mais sombrio a cada segundo. É inegável que ele fica muito sedutor assim, com esse lado tenebroso e feroz.

"E o que mais?" Pergunto.

"O humano precisa beber o sangue do vampiro."

Um alívio enorme toma conta de mim, não corro risco de me tornar uma criatura sedenta de sangue. E consequentemente, Drogo não será culpabilizado por nada mais.

"Obrigada professor."

"Para isso estou aqui."

Eu sorrio para ele e caminho até a porta, quando vou girar a maçaneta, Sebastian Jones me agarra pelo braço e me força a voltar alguns passos atrás. Estou surpreendida que ele esteja perto de mim em um piscar de olhos. Alguns segundos atrás estava sentado em sua cadeira. Ele é muito rápido e silencioso.

"Sei que você não confia em mim, e você tem razão, já que não me conhece. Mas, mesmo assim preciso de avisar. Fique esperta, e seja cuidadosa."

"Todos me dizem isso." Digo, irritada.

"Essas criaturas não são domesticáveis, haverá sempre um risco, um perigo..."

Não gosto da forma como fala deles, como se fossem feras selvagens.

"Então porque dar uma aula sobre esse assunto?" Provoco.

"Ensino com fins preventivos e literários. Acredite em mim, Jessica. Você não está a salvo."

Eu desfaço brutalmente se agarre de mim.

"E porque eu deveria acreditar em você?"

"Jessica... não sou seu inimigo."

Uma risada irônica escapa dos meus lábios. Eu aproximo dele, para que ninguém nos ouça.

"E você professor Jones? Quem é de verdade?" Sussurro.

Não sei o que deu em mim. Mas comecei a me acostumar e utilizar esses comportamentos dominantes. Aprendi com os Bartholy! O professor me lança um olhar sombrio e ameaçador, eu saio da sala sem dar-lhe tempo para me responder.

[Coisinhas, venho pedir mais uma vez que vocês sigam o meu perfil, pois sempre posto recados por lá (como a explicação do porquê não postei esse domingo), não consegui responder à todos os comentários me perguntando sobre isso... e a explicação já estava toda lá.]

Is it Love ? DrogoOnde histórias criam vida. Descubra agora