A enteada

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A enteada

Maycon, um homem maduro, era casado há dez anos com a bela Diana. Os cabelos sedosos e macios, já em tom grisalho, escasseavam no alto de sua cabeça, não era considerado bonito, mas também não era feio. No primeiro ano de um casamento perfeito e feliz nasceu o filho Felipe. Foi tão esperado e amado que elevou o sentido da palavra felicidade.

No trabalho era sisudo e muito rígido, mas a honestidade e humanidade em excesso o faziam querido entre os subalternos, especialmente entre as do sexo feminino.

Os dois primeiros anos do casamento transcorreram em perfeita união, felicidade e fidelidade. Porém, tudo foi por água abaixo na forma do mais irritante e intratável ser humano, sua enteada Tatiana, mais conhecida como Tati.

Quando Maycon sai pela segunda vez com Diana é que ficou sabendo que ela tinha uma filha de 11 anos e quando a conheceu viu que ela, além de linda, era, ou melhor parecia ser, uma curiosa e simpática criança.

Diana tocou seu coração e o fez querer abandonar sua vida desregrada de solteiro. Estava cansado de relacionar-se superficialmente com as mulheres, especialmente com as do seu trabalho. Ela tocou não apenas seus sentimentos amorosos mais profundos, mas também sua libido que já não estava lá essas coisas. Ele passou a ver o sexo de maneira sentimental e não apenas como forma de proporcionar prazer.

Maycon e Diana encontravam-se religiosamente todos os sábados em um chalé na zona rural de sua cidade que foi alugado especialmente para esses encontros. As dez horas da manhã já trocavam carícias em uma grande cama cheia de almofadas de seda, grandes e macias. Ela era extremamente habilidosa com as mãos e a boca.

O sexo era tão maravilhoso para ambos que o dia parecia transcorrer em alguns poucos minutos. O prazer terminava quando a noite ameaçava cair e eles voltavam cada um para sua casa.

Maycon era um solteiro convicto e não esperava casar e muito menos com uma mulher com uma filha pré-adolescente, mas o amor e o sexo de qualidade o levou para o altar. Na verdade não casaram nem na Igreja, nem no civil, simplesmente mudaram para a mesma casa. Um dia Diana apareceu sem mais nem menos em sua casa com a filha e bagagem e não foram mais embora.

A primeira semana transcorreu na mais absoluta paz e felicidades, embora, às vezes, quando ele estava transando com Diana, parecia ouvir uma respiração ofegante do outro lado da porta do quarto, mas sua amada o tranquilizava:

­- Relaxa amor, é sua imaginação, a Tati dorme cedo e tem sono pesado, não acorda nem se a casa pegar fogo, quem seria então?

Tati era muito curiosa e durante toda a semana explorou a casa. Mexia em tudo e não aceitava receber ordens, procurava fazer o contrário do que queriam, mas Maycon achou que era apenas coisa de criança. Achou que devia estar com ciúmes de sua mãe em sua nova relação. Um suprimento interminável de balas a mantinha tranquila e no seu canto.

A segunda semana começou com Tati estranhando-se com Maycon após ele pedir para ela fazer, ou deixar de fazer algo:

- Não! Você não manda em mim, você não é meu pai e jamais será!!!

Essa frase era a mais falada sempre que Maycon a repreendia ou pedia algo.

Durante dois anos Maycon relevou todas os problemas, birras, brigas e malcriação causados por ela pelo amor que tinha por Diana e seu filho. Ele não negava nada nem diferenciava em nada Tati de seu filho, mas Diana não ajudava, pois independentemente da situação estava sempre contra ele.

Um dia quando discutia com Tati, perdeu a cabeça e deu uma pancada com as mãos fechadas nas costas dela. Apesar de estar com a razão, Diana tomou as dores de sua filha e gritou com ele. Foi sua primeira discussão séria com Diana, mas apesar de arrependido pela pancada não conseguiu perdoar sua amada e a partir desse dia passou, lentamente, a distanciar-se dela.

A EnteadaWhere stories live. Discover now