Certo dia alguém me disse que as águas mais paradas, são geralmente as mais profundas e eu nunca entendi isso até o dia que a conheci. Seu nome era Ana, ela era tão linda como um pôr do sol, mas tão distante da minha realidade como as estrelas que cobriam o céu. E cara, com toda a coragem que eu pude reunir a convidei pra sair, e imagine a minha surpresa quando ela aceitou. E foi assim, de encontros á encontros que me encontrei namorando ela. Nosso namoro sempre foi um ponto duvidoso pra mim, pois quanto mais eu me entregava de corpo e alma mais ela se mantinha fechada, quanto mais eu tentava florear nossos caminhos, mas ela escolhia enchê-los de pedra. Sempre gritei aos quatro ventos o quanto a amava, mas ao invés disso ela somente me abraçava. Foi aos poucos por causa da frieza dela que resolvi partir, mas antes de ir embora ela me deu uma carta que dizia assim:
"Carlos não sabes a dor que sinto agora ao vê-lo partir, sei que não choro enquanto te escrevo, mas minha alma se inunda ao saber que não estarei mais contigo. A primeira vez que te vi me encantei com seu jeito de ser, seu sorriso iluminou o meu mundo, mas acreditei que jamais faria parte dele, então imagine a minha surpresa quando você me chamou pra sair, e sei que por mais que tentes jamais saberás o tamanho da minha felicidade quanto tu me pedistes em namoro, meu 'sim' foi baixo porque minha garganta estava sufocada de tanta felicidade que explodia em meu peito. E nosso namoro se seguia e eu sempre tentando vencer aquela parte de mim que não conseguia, por mais que eu quisesse, expressar em palavras o quanto te amava. Mas veja, Carlos, essa foi sempre a diferença entre nós dois; você precisava do amor confirmado em palavras, e eu em atos. Enquanto você ladrilhava nossos caminhos com flores, eu os enchia de pedras, pois as flores morrem, mas as pedras estão sempre lá, firmes e fortes. Enquanto você gritava aos quatro ventos que me amava, eu apenas o abraçava, pois o vento jamais poderia levar embora aquele abraço, e assim você sentiria o quanto o meu coração batia forte ao ouvir aquelas palavras e assim nunca duvidaria dos meus sentimentos. Veja, Carlos, nunca fui de palavras e de grandes atos, mas te amei do meu jeito, aos pouquinhos, mas nunca duvidei dos sentimentos daquele que me amava. Adeus, seja feliz já que não podes ser meu."
Ao fim dessa carta, cara, eu já estava destruído, as lágrimas caiam sem aviso nenhum que um dia iriam parar. Perdi a Ana pra sempre, pois insisti em enxergar com os meus olhos aquilo que somente a alma pode ver; amor.
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Luna: Sentimentos á Deriva
PoetryPensamentos e sentimentos que não cabiam mais em mim estão expostos aqui. Espero que gostem!