É primavera, o dia amanhece com céu limpo, levanto da cama com certa persa sei que estou dentro do horário, tomo logo meu banho como é de costume ao acordar ir direto para o chuveiro, toma café e como torradas em quanto coloco minhas roupas, escovo os dentes penteado o cabelo, pego o óculos de grau que na verdade já uso a dois meses mas não me adaptei, saio rápido pegando a chave do carro e a de casa trancando a porta, passo a mão no bolso para conferir se a carteira está comigo, saio de casa observando como o dia está lindo céu azul e uma brisa refrescante do mar, atravesso a rua já acionando o alarme do carro que destrava as portas, entro é arrumo o Banco é o retrovisor, como o carro não é meu outras pessoas usam então banco e retrovisor nunca está no lugar, terei de ir na cidade vizinha pegar a esposa do meu patrão e trazer para Valença que é a cidade onde moro, mas será jogo rápido as cidades são perto cerca de 20 minutos de uma para outra, rua parada pois é muito cedo, os pássaros quebram o silêncio mas tenho de ir logo para não me atrasar, ligo o carro e coloco meu celular para tocar aleatoriamente as músicas que estão na pasta, saio com muita tranquilidade, pego a pista com o vidro da janela pouco baixo pois não gosto de ficar tomando muito vento, evito gripe, já tive sérios problemas respiratórios e esse vento pode me gripar, sei que não é assim tão simples mas sou assustado em relação a isso, de dentro do veículo fico observando a arquitetura antiga das ruas que se mistura com casas velhas mau cuidadas e grandes novas construções, curioso é que eu nunca vi uma cidade para ter tanta casa há venda eu acho que as famílias envelheceram seus filhos foram estudar fora e não voltaram, e os pais que não envelheceram infelizmente devem estarem mortos, hoje assumir uma postura prática pra tudo, e não sei se isso é bom ou ruim mas prefiro hoje ser prático do que politicamente correto, então eu acho que é por isso que tem tantas casas á venda, abandonadas estão mal cuidadas e outras tão velhas em meio à tantas outras lindas, isso me lembrou a casa exagerada do meu patrão com sete quartos quase todos com banheiro, tantas áreas e salas que fico muitas vezes pensando, como é morar naquela imensa casa, meu patrão a sua esposa três filhos e um Neto, eles conseguem se desentender por causa das TVs, curioso isso, a casa fica muito próximo da praia e no terceiro andar a vista é linda mas quase que eles não frequentam o grande salão acho que é devido as escadas, pensando bem nem tem porque subir tantas escadas para ver o mar se no térreo tem uma grande piscina é do lado é a praia, bobagem minha pensar nisso.
Fico analisando a vida, pois meu patrão mal sabe ler e escrever, ele por várias vezes me falou que foi abandonado na rua com pouco mais de seis anos entre almoçar em restaurantes e comer os restos de alimento que nos sobrará em restaurantes só era separado pelo dia que alguém decidia pagar uma quentinha ou dar-lhes o que sobrara caso contrário tinha de esperar o tempo passar, eu particularmente gosto e admiro muito ele e sua esposa com quem dou muitas risadas, ele é mãe de três filhos que não são do meu patrão ela os criou praticamente sozinha e é alguém que não vejo reclamar da vida, quando nos conhecemos lembro-me como hoje pois já pedi amigos e parentes portadores de câncer, Dalvissima que é como eu á chamo é a portadora de câncer, é a pessoa com esse desafio mais feliz e de bem com a vida que já vi, é algo fora do normal a força e coragem que ela tem, quando nos conhecemos e estávamos tomando vinho ela abordou com muita simplicidade esse assunto eu fiquei maravilhado e emocionado com ela que quando foi raspar a cabeça suas irmãs também rasparam e usaram lenços também e sua feminilidade não acabou ao remover o câncer junto com um dos seios muito pelo contrario ela vive de maiô na praia, claro que ninguém ficaria feliz em perder um seio mas para ela não foi o fim, tanto que tenho feito uns documentos dela aos poucos e de pessoas que conviveram com ela para no futuro bem próximo juntar e ciar um livro para ajudar e orientar mulheres sobre o assunto e como conviver com ele, sei que esse tema já é por demais abordado, mas é muito para quem desconhece o assunto ou não foi afetado direta o indiretamente por ele, pois para quem passou ou passa direta ou indiretamente pelo assunto tem ai uma EVOLUCAO HUMANA, e esse será o nome do meu trabalho sobre Dalvissima a evolução humana pois é impossível passarmos por um câncer e não mudarmos crescermos amadurecermos, para aqueles que não conseguem é lamentável e a dor de esta com algo que poderá ser e muitas vezes é seu decreto de passagem, desse para o outro lado cujo caso, ser espirita é bom também sou mas o fato de você esta bem e saber que existe o outro lado é uma paz atestada de conforto, mas esta com câncer é algo que contesta tudo que você é acredita e pensa, afinal qual é de fato a certeza que temos, e/ou do que ou o que á depois, sei de grandes palestrantes que com seus excelentes redigidos decorados discursos falam e outros nem tanto que compõem grandes e pequenos textos bem escritos de conforto e cheio de ternura e compaixão, fatos e livros, depoimentos, mas é tudo muito insólito para quem esta fazendo uma quimioterapia e vendo sua vida passar ali pelos seus dedos sem nada poder fazer além de ter de confiar em um desconhecido chamado medico que com uma folha de papel na mão decreta em poucas linhas seus dias e condições de vida ou morte, onde não existe estrutura nem base que nesse momento sustente nossos pés, tudo passa como um thriller em nossa mente em um segundo onde o medico te da a noticia e olha no seu olho como um bom telespectador assistindo há uma boa peça de teatro onde o ato mas importante esta sendo encenado por um coadjuvante onde não ouve ensaios e a sena será única, assim é o olhar e a expressão facial daquele medico que da a sentença, e quem ouve a sentença, tudo se resume a um nada naquele momento único onde você vê teu fim ali, pois morrer ou desencarnar como queira, é algo doloroso impactante sempre para quem sabe que alguém se foi, de acidente, infarto tudo sem véspera, mas o câncer não, não é como HIV em sua boa parte imprudência e a cobrança no subconsciente daquele que o contrai, o câncer não, apenas chega sem véspera sem preludio apenas em um belo dia corriqueiro em que parece tudo tão bem e normal, alguém em uma salinha branca vestindo branco totalmente desconhecido sem nunca ter te dado um sorriso balança uma folhinha de papel em sua frente fcom aquele momento que para ele você saiu da sala a vida continua, e para nos que saímos da salinha não temos essa certeza de que a vida continuas... Mas ELA NÃO!, por isso todos carinhosamente á chamam de Dalvinha, as pessoas tem o habito de acharem carinhoso diminuir os nomes como Paulo, Paulinho, Ana, aninha eu acho errado e por isso só chamo Dalva de Dalvissima (risos) ela acha engraçado eu trata-la assim, uma mulher fantástica, e ele é um homem que foi muito magoado sofrido e endureceu o coração, de poucas palavras e muito inteligente com um ótimo português e muito bem informado, se dizem que quem tem informação domina o mundo então ele é um desbravador, mas não do mundo nunca se endereçou por tal grandeza, curte o conforto que conquistou e se prende apenas na fartura que agrega a sua casa e em especial a cozinha onde há fartura e abundancia, um homem que construiu um patrimônio de milhões e a pessoa mas simples que já tive o prazer de conhecer, eles são uma grande família que Deus colocou em minha vida.
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O FIM DA ESTRADA
RomancePrefácio Onde existe fim tem um início, pois o fim é a porta de entrada para algo novo. Um rapaz vem da cidade grande aconselhado por médicos, ele tem um serio problema de saúde e não pode mais morar na cidade grande devido a poluição, então se mud...