Três

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- Não viaja Nina! - Digo saindo do elevador

- Não estou viajando Feh, estou falando bem sério

Passamos pela recepcionista e damos tchau a ela, que sorri e acena de volta

- Nina para um pouco para ouvir o que você está dizendo - Digo entrando no carro

- Fernanda, eu conheço homem e se eu disse que o Bruno estava te olhando de uma maneira que mostrava que ele desejava você, então ele estava!

Balanço a cabeça sem acreditar no que estou ouvindo

- Vamos embora - Digo para acabar com o assunto. Ela me olha como se dissesse "eu venci" e então dá partida

- Quer comer alguma coisa? - Pergunta a Nina quando chegamos em casa

- Não, tenho que me trocar, vou trabalhar

Vou para o meu quarto. Paro enfrente ao meu espelho e olho para o meu reflexo

Meu rosto está estranhamente corado e estou com um sorriso que eu nem tinha percebido que estava

Olho para a minha roupa e então percebo que estou sem a minha jaqueta

Volto para a sala e encontro a Nina jogada no sofá com um prato de comida na mão

- Nina viu minha jaqueta? - Pergunto olhando encima do puff

- Você estava de jaqueta?

- Nossa Nina! É sério, eu sai daqui com a minha jaqueta favorita e agora não Estou com ela. Cadê a chave do carro?

Ela pega a chave na mesinha de centro e joga pra mim

Saio do apartamento e desço até a garagem

Vou até o nosso carro um Uno vermelho, procuro dentro dele e não encontro

- Não encontrei! - Digo voltando para o apartamento

- Você deixou no hotel, encima de uma cadeira - Diz a Nina sem olhar pra mim

- E por que merda você deixou eu ir até lá embaixo?

- Eu queria vê até onde você iria procurar - Ela solta uma risada baixa

- Você é uma idiota! - Bufo e volto para o quarto

Caramba, como eu pude esquecer minha jaqueta?! Pode parecer loucura, mas aquela jaqueta, é minha jaqueta da sorte e eu não posso ficar sem ela

Depois eu mando um email para a Mayra pedindo para trazer

Deixando esses pensamentos de lado, vou para o banheiro me trocar

- Tchau - Mando um beijo da porta para a Nina e saio indo para a garagem

Entro no carro e do partida. Vinte minutos depois estou enfrente a loja de roupa que trabalho

- Bom dia Fernanda! - O Henrico Cooper, filho dos senhores Cooper, donos da loja. Me recebe com um caloroso sorriso

- Meio dia Henrico, já é boa tarde - Dou um sorriso e o abraço

- OK OK, você sempre fala isso

Dou a língua para ele e vou guardar minhas coisas

- Como foi a entrevista? - Pergunta ele quando volto para o balcão. Eu talvez tenha realmente "enchido o saco" de todos o mês inteiro por conta da entrevista

- Maravilhosa! - Respondo me lembrando da entrevista de horas atrás - Ele é maravilhoso!

Solto um longo suspiro

- Queria que você gostasse de mim como gosta dele - Olho para ele que me olha intensamente. O Henrico diz que gosta de mim desde que comecei a trabalhar aqui, no começo era insuportável a situação, ele não parava de dar encima de mim, quase dei queixa dele por assédio, mas a gente conversou e ele me prometeu nunca mais tocar no assunto

Mas ele sempre fala algo para deixar claro que ele ainda é afim de mim

- Henrico - Digo em tom de advertência

- Desculpe - Ele abaixa a cabeça

Uma moça entra na loja e eu aproveito a deixa para me livrar desse clima estranho que ficou

- Obrigada, e volte sempre - Digo entregando a ela a sacola com suas roupas

- Nossa melhor atendente!

- Henrico, eu sou a única atendente

- Ah nem vem! Eu também sou atendente e tem a Lauren

- Você é filho dos donos, está aqui para supervisionar e a Lauren só vem aos finais de semana - Respondo arrumando algumas roupas

- Ok ok, você não pode simplesmente aceitar um elogio meu?

Olho para ele e sorrio

- Muito obrigada

Volto a arrumar as roupas

- Já estou indo Henrico

- Tchau Fernanda, até amanhã

- Até

Caminho calmamente até meu carro. Entro no mesmo, ligo o som e espero a maravilhosa voz do Bruno entrar pelos meus ouvidos e então dou partida

Deixo o álbum Unorthodox Jukebox tocar livremente enquanto faço o pequeno percurso até em casa

- Nina cheguei! - Grito jogando minha bolsa encima do sofá

Ela vem correndo da cozinha e para na minha frente ofegante

- Para que essa arruaça?

- Tem uma pessoa querendo te ver!

- Que pessoa? - Pergunto enquanto ela me arrasta até a cozinha

Quando chegamos na cozinha, simplesmente não acredito na pessoa que vejo sentada a mesa

- Bruno

Como Conquistei Seu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora