INSANIDADE: Êxtase Sangrento.
-Vamos. - Dei um tapinha no peito dele e me levantei. Apesar de termos tido uma manhã cheia de prazer, tínhamos muito trabalho a fazer.
- Em que lhe ajudarei hoje, minha lady?
- Você verá. - Tirei minhas roupas do chão e comecei a me vestir, ele fez o mesmo.
- Tenho algo para você. - Sorri e andei até meu quarto. De uma das minhas gavetas, tirei um presente para ele.
-Toma! - Estendi as mãos com uma pequena caixa entre elas. Ele a pegou entusiasmado e, em um piscar de olhos, abriu o presente.
- O que é isso? Uma coleira de cachorro?
- Sim! Para você. Representa que você é minha prioridade, meu animal de estimação, meu submisso. - Anton a colocou no pescoço e, com um gesto, me pediu para ajudá-lo a ajustar. Com um grande sorriso me disse:
-Obrigado.
- Não me agradeça. -
Com seus longos dedos acariciava a textura daquele presente que cercava seu pescoço: Estava encantado.
- Bem, esperaremos que escureça um pouco, entretanto, tenho que terminar de costurar essa ferida. Logo após, você vai sair e me trará tudo que estiver nessa lista. - Lhe dei uma folha de papel e as chaves do meu carro.
-Espera? O que? Vou poder sair? -
- Por que? Você não faria isso?
- Lady. Por que você confia em mim?
- Não ache que vou deixar você ir tão facilmente, tenho meus métodos e lembre-se que agora você tem uma Lady a quem você deve obedecer, Entendido? - Coloquei uma faca perto da sua virilha.
-C- concordo - Gaguejou Anton.
O tempo fluiu rapidamente, com tantas coisas para fazer, não conseguimos notar como o relógio avançava. Por um momento, duvidei da lealdade dele, logo, isso seria um teste, Anton se foi. O passar dos minutos era eterno porque não voltava para casa. Angustiada, mordia minha língua, andava de um lado para o outro, como um pássaro desesperado dentro de sua gaiola. Pronta para sair e procurá-lo, ouvi o barulho característico que fazia o motor do meu carro: Ele realmente voltou. Com alívio, comecei a prestar atenção em todos os movimentos que Anton fazia. Pude escutar o carro desligando, o som de seus passos me ajudaram a deduzir o quão perto ele estava da porta. Pegou as chaves e encaixou na fechadura, com um movimento lento, a maçaneta virava.
- Você conseguiu tudo? - Perguntei. Anton colocou as coisas na mesa que estava no meio da sala de estar.
- Quase tudo- Se aproximou de mim
- O que faltou? - Perguntei. Anton me entregou a lista um pouco trêmulo. Adorei saber como sua lady lhe dava medo.
- É sério? Você não conseguiu as malditas algemas?- Anton abaixou seu olhar.
- Olhei em todos os lugares, mas não achei ... - Disse enquanto com um forte golpe, o fiz cair no chão.
- Você não me serve pra nada! - Gritei, pisando em sua cabeça miserável, interrompendo seu movimento para se levantar.
-D Desculpe.-
- Suas malditas desculpas não me servem pra nada! - Pressionei sua cabeça contra o chão.
- Realmente não consegui, olhei em todos os lugares, mas não encontrei nada. -
- Reafirmar o seu fracasso óbvio é algo estúpido, você não acha? - O fato de tê-lo debaixo do meu pé me tornava imponente, sem me importar com a sua dor ou humilhação, continuei a pressionar, procurando uma posição de poder diante dele.
- Não falharei novamente, eu prometo. -
- Suas promessas estúpidas não importam para mim. - Cuspi sobre ele deixando-o no chão, andei até meu quarto, rapidamente se levantou e me seguiu.
- Faremos uma mudança de planos, por causa do seu fracasso, teremos que fazer isso. Vista-se.
- Para onde vamos?
Não disse nada, me despi na frente dele, não estava envergonhada. Sobre meus peitos coloquei uma blusa preta com um grande decote, no meu quadril, uma saia bem curta, saltos vermelhos, me aproximei do meu toalhete e comecei a me maquiar, procurando obter uma aparência gótica. Peguei uma peruca e coloquei na minha cabeça: Meus cabelos encaracolados, meus olhos verdes e meus lábios vermelhos combinavam com minha tatuagem na coxa direita.
- O que você está esperando? - Perguntei quando o vi imóvel próximo a porta.
- Ah sim. - Se vestiu rapidamente.
- Quando você fechar tudo com a chave e desligar as luzes, espero por você no carro. - Deixei o lugar, olhando para todos os lados, evitando ser surpreendida por qualquer testemunha, entrei rapidamente. Sem esperar por muito tempo dentro do carro, Antón veio seguindo minhas instruções, entrou do lado do passageiro.
- Aonde iremos? - Perguntou, obtendo meu silêncio. Liguei o carro e comecei a me afastar do bairro. Era uma área nova, muitas pessoas não moravam nas proximidades, era uma ótima vantagem. Dirigi até chegar a uma rua escura, o canto mais sombrio da cidade, onde parecia que ninguém vivia. Estacionei em uma rua estreita, desliguei o carro e saímos dele.
- Onde estamos? - Perguntou Antón, olhando ao redor. Me aproximei e, com uma pequena corrente, prendi no anel que estava no cinto. Me olhou desconcertado.
- Quero você perto. - Puxei-o atrás de mim, como meu animal de estimação. Entre a escuridão se encontrava uma porta, bati na porta várias vezes: Essa era a chave. Se abriu lentamente, desvendando um longo corredor que parecia não ter fim.
- Não diga nada, não olhe ninguém nos olhos, não procure se envolver em mais problemas, siga a risca todas as instruções que estou lhe dando. Se algo der errado você fará tudo o que eu fizer, ok? - Ele acenou com a cabeça positivamente.
Entramos e a porta se fechou. Caminhamos e, a cada passo que dávamos, o ritmo da música aumentava cada vez mais, no fundo havia outra porta, me aproximei e a abri. Ao abrir, as luzes piscantes do lugar tornaram a visão de Anton um pouco mais difícil, eu já estava acostumada. Pessoas dançando, bebendo, fumando, procurando diversão, não era qualquer festa, você conseguia encontrar tudo, em todos os cantos: Sexo desenfreado, pessoas usando drogas e jogando "roleta russa", fanáticos por vampiros se automutilando e dando seu sangue as suas companheiras.