Submerso

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Quase afogado.
Eu sou o meu próprio medo.
Disfarço quem sou em ambientes aglomerados,
Só os observadores percebem.

Quase afogado.
Vivo ensopado de hipocrisia.
Me molho até a alma.
Não existem toalhas que me sequem.
Tenho fôlego apenas para disfarçar uma farsa.

Quase afogado.
Enxergo com dificuldade,
A neblina de imposições embaçam minha vista.
Sinto o temporal.

Como segurar a água? Estou sem apoio.

Quase afogado.
Agora mergulho fundo,
Eu mesmo navego nesse mar,
Causando suicídio da minha alma.
Minhas imposições se desvinculam.
Um mar onde há almas mortas, almas suicidas.

Estou afogado.

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