Surpresa

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Perseu Jackson consegue ser a criatura mais irritante que eu conheço.

Hoje mais cedo ele invadiu minha aula de arco e flecha e saiu me arrastando como se estive me salvando de um incêndio.

– O que aconteceu? – perguntei preocupada.

Esperava que a resposta dele fosse algo como “O exercito dos titãs se aproxima!” ,“ Tyson sem querer comeu uma das pernas do Grover” ou até mesmo “Senhor D. está atrás de mim dizendo que vou virar um peixe-palhaço!”. Mas tudo que ele disse foi:

– Quando terminar sua aula, me encontre nos campos de morango.

Ele beijou minha bochecha e saiu correndo antes que eu pudesse gritar com ele por atrapalhar uma aula que pode ser muito importante para a minha sobrevivência. Garotos, humf.

Minha aula acabou há mais ou menos meia hora atrás e desde então estou parada aqui como uma ninfa presa na árvore esperando a boa vontade de Percy vir me ver.

Sendo uma semideusa tenho problemas de déficit de atenção esperar pra mim é algo torturante. Nessa meia hora já criei, desenhando na terra, três casas de luxo e dois projetos para uma talvez futura expansão do meu chalé. Não fiquei contente com nenhum deles.

– Annabeth! Annabeth! – a voz de Grover me fez tirar os olhos do projeto da piscina subterrânea da casa número dois.

Os cachos de Grover balançavam de um lado pro outro e suas pernas de bode corriam de forma surpreendentemente fácil sobre a terra sem tropeçar nas raízes que estavam espalhadas.

Grover estava correndo com tanta pressa que me perguntei onde estaria tendo uma promoção de enchiladas.

– Olá Grover – disse sorridente – Aonde é o incêndio? – brinquei.

– No chalé de Afrodite! – respondeu ofegante.

– O quê? – disse sem acreditar.

– Alguma das garotas de lá deve ter usado laquê demais, não sei, está tudo pegando fogo! Você precisa ir pra lá ajudar os outros semideuses a se organizarem.

Demorei alguns segundos para processar a informação. Chalé de Afrodite. Fogo. Laquê. Maldita deusa do amor e sua vaidade.

Pisquei algumas vezes tentando apagar a minha expressão de terror.

– Você já chamou o Percy?

– Não, mas espero encontrá-lo logo. Se tem uma hora pra um filho do senhor dos mares ser útil, é agora – e saiu correndo.

Corri o máximo que pude para chegar ao chalé de Afrodite usando os atalhos pelo meio do mato, muitos semideuses evitavam usá-los porque são cheios de ninfas que adoram pregar peças.

Parei ofegante em frente ao chalé dez olhando ao redor em busca de algo que fosse ajudar a apagar o fogo, tudo que vi foram campistas seguindo suas vidas normalmente e o belo chalé cor-de-rosa cheirando a perfume de griffe.

– Mas que raios – continuei olhando ao redor em busca de qualquer coisa que parecesse diferente, não tinha nada.

Olhando com um pouco mais de atenção percebi Percy conversando com os Stolls em frente ao chalé três.

Imediatamente fiquei com raiva do cabeça de alga que deve ter se esquecido do que combinou comigo para ficar jogando conversa foram com os trolladores do acampamento.

Fui em direção a eles com a melhor expressão de brava que consegui fazer e pronta para deixar Poseidon sem nenhum filho meio humano. Atena teria orgulho de mim se soubesse disso.

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