III- Impact

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(Louis P.O.V)

Assim que finalmente cheguei em casa, tratei logo de tirar os tênis, me jogar no sofá e ligar para a minha mãe. Precisava mesmo conversar com ela, sinto tanta falta dela e de toda minha família.

Quando mamãe atende, nem ao menos espero que a mesma fale algo e já saio contando tudo.

"Mãe!" eu exclamo feliz "Tenho tanto para te contar, nossa, nem ao menos sei por onde começar e-"

"Filho..." minha mãe interrompe minha fala afobada com uma voz chorosa, como se estivesse segurando lágrimas.

"Aconteceu algo!? As crianças estão bem? Dan?" bombardeio mamãe com perguntas desesperado e preocupado com todos.

"Eles estão bem." ela responde simplesmente, com a voz calma, mas ainda triste "O problema é comigo, boo."

"Pode me contar, mãe?" digo apenas isso, sem forças para dizer mais nada.

"Eu estou doente." e novamente, meu coração parece ser apedrejado, esfaqueado ou até mesmo quebrado em dez mil partes. Sem reação, fico em silêncio "Tenho um tipo de leucemia que já está no estágio avançado, agressivo. Há tratamento e chance de cura, mas os custos são muito altos e nós não temos como pagar."

Agora estava sentado no sofá, estagnado sem esboçar nenhuma emoção. Só sentia as lágrimas descendo sobre todo meu rosto e meu coração dolorido.

"Louis? Filho, não fique assim. Vamos, me conte tudo que você iria contar antes." ela tenta me animar, sem êxito.

"Desculpa, mãe. Preciso fazer uma ligação. Assim que te ver, conto tudo, ok?" digo sério, para não deixá-la preocupada "Eu te amo muito, se cuida."

"Também te amo, boo bear, fica bem." Jay responde e posso ouvir soluços baixinhos, mas resolvo desligar, desejando que ela ficasse bem.

Decido que desistirei do emprego, por mais que ele seja totalmente tentador e promissor, preciso passar mais tempo com a mulher da minha vida. Eu a amo tanto, preciso mostrar à ela que estou aqui. São, infelizmente, os últimos momentos dela e não quero deixá-la sozinha.

Procuro no meu celular o contato de Liam, tremendo e com os olhos encharcados de lágrimas. Quando meu amigo atende, não consigo segurar os soluços, de tão nervoso.

"Lou!?" Liam me chama preocupado "O que houve, bro? Se acalma, conversa comigo, por favor."

"M-minha m-mãe, Li." inicio soluçando e gaguejando ao mesmo tempo "Ela está doente e eu não tenho dinheiro para pagar os tratamentos. Simplesmente vamos ficar parados esperando que o pior acontecer por não ter a merda de um dinheiro!"

"Hey, se acalma, Lou. Tenho certeza que vai ficar tudo bem e-" escuto Liam brigar baixinho com alguém, mas ignoro logo quando o mesmo volta a falar "Enfim, a tia Jay sempre extremamente forte, por tudo que você já me contou e pelas poucas vezes que a vi. Já já ela está melhor, brigando contigo sobre quando você sai só de meias pela rua."

Dou uma risada fraca, lembrando desses momentos, mas logo minha tristeza volta, por saber que eles podem acabar.

"Não desiste do emprego, só o primeiro salário que você irá receber é o suficiente para iniciar os tratamentos, te garanto." Liam me tira de meus pensamentos "Farei o possível para ajudá-lo, certo?"

"Obrigada, bro." agradeço à ele e mentalmente por ter um amigo tão bom "Não sei se devo continuar com o emprego, sabe? O certo não seria eu passar o pouco de tempo que resta com ela?"

"E se você tiver um jeito de conseguir dinheiro? Irá correr do dinheiro ou ir atrás?" ele indaga, me fazendo pensar sobre o assunto. Era realmente mais inteligente eu ganhar o máximo de dinheiro possível.

"Ok, Li..." respondo triste, com o coração apertado de saudades e medo "Quando vamos pra Los Angeles?"

"Como o ensaio é sábado à tarde, vamos sexta à noite. Estaremos pegando o avião 20h. Encontre a gente no mesmo hotel essa hora, tá bom? Nós iremos ficar apenas 3 dias lá." ele diz calmo, tentando me passar essa tranquilidade.

"Ok, Li. Até sexta e obrigada por tudo." respondo levantando do sofá e indo para a varanda de meu apartamento.

"Não foi nada, Lou, amigos são para isso. Até sexta." Liam diz desligando a ligação.

A única coisa que passa pela minha cabeça enquanto acendo o cigarro em minhas mãos é "Fumar faz mal, sabia?" em um tom grave e único de Harry Styles. Mas teria como tudo ficar pior ainda?

--x--

A semana passou voando, onde todos os dias procurava ter notícias de mamãe.

No final da tarde de sexta, pego uma mala velha que Dan me deu na época que mudei para Londres e coloco algumas peças de roupas nela. Separou uma bolsa menor para cuecas e outros.

Após arrumar a mala, vejo que o relógio marca 19h e vou tomar banho.

Confesso que não estou nem um pouco animado para essa viagem, para o ensaio, para nada. Só penso em minha família, em como devem estar precisando de mim.

Após sair do banho, organizar tudo e começar a sair de casa, meu celular toca. Penso que deve ser Liam, mas a tela indica que é Jay.

"Mãe!?" atendo preocupado, saindo do prédio e começando a caminhar para a estação de metrô "Está tudo bem!?"

"Sim!" ela exclama, parecendo contente "Tudo ótimo!! Mais cedo, um menino branquinho, moreno e de olhos azuis apareceu aqui em casa, dizendo ser seu amigo."

"Como assim?" pergunto desconfiado, a única pessoa com esse perfil que eu conhecia, era Niall. Mesmo assim, não sou tão amigo dele assim.

"Disse que é advogado do modelo que trabalha com você, e que foi dito que ele deveria entregar certa quantia de dinheiro direto para mim como pagamento do primeiro ensaio. Você conseguiu um emprego e nem me disse!" mamãe sai jogando as palavras como se estivesse jogando lixo numa lata, sem se preocupar em como vão cair. Agora tenho certeza de que é Niall.

"É muita informação." digo me sentindo tonto "Sim, estou trabalhando pela marca Gucci e na verdade, estou indo agora para Los Angeles, onde será realizado o primeiro ensaio."

"Talvez seja um pagamento adiantado, nunca se sabe. É o suficiente para iniciar o tratamento, Lou!" quando minha mãe fala isso, tudo se torna claro. Liam nos ajudou, ele era um verdadeiro anjo em minha vida.

"É, talvez. Que bom que é o suficiente, mãe" resolvo não comentar mais nada, até porque deveria entrar no metrô agora e encontrar o pessoal no hotel "Preciso ir, te amo. Falo com você amanhã."

"Te amo também, boa viagem, filho!" ela diz encerrando a ligação.

Entro no metrô com o pensamento de como o mundo gira rápido e como as coisas mudam num piscar de olhos.
Minha mãe pode ficar bem, agora há esperança.

--x--

n/a: oioi! me desculpem caso tenha algum erro, é que eu passei a noite escrevendo, queria tanto postar um capítulo hoje, mesmo meio ruim :(
confesso que comemorei 40 views kkkkkkk besta real.
enfim, obrigada por lerem, um beijoo.

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