forty-seven

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O dia parece nunca terminar!

Meu olhar alternava entre o quadro branco, onde o professor escrevia incansavelmente, como se fosse um robô em modo rápido, e o meu caderno, onde me concentrei em fazer as anotações do que ele tanto escrevia.

Mas, pior do que isso, não consegui parar de olhar para Hyungwon.

Seu estado, ao longo do dia, pareceu muito mais cansado e tristonho.

Percebi que ele não conseguia ficar parado na cadeira, ora deitando o rosto em seus braços, ora voltando à postura um pouco rápido demais.

E quando ele voltava à postura normal, rápido como alguém que acabou de ser acordado com uma sirene, pusera as mãos em sua testa, como se estivesse sentindo dor.

Percebi também que ele constantemente piscava os olhos, como se sua visão estivesse embaçada, e sua cabeça um pouco, simulando uma tontura.

Tive que me conter ao desejo de ir até ele e perguntar o que havia de errado. Ele não pareceu nada bem, e isso me preocupa.

O que há de errado com você, bolinho?

O que me deu mais agonia, foi que não tivemos intervalo, e a minha agonia não era de permanecer na sala, era ele quem me preocupava, o fato de Hyungwon ter que permanecer por horas seguidas naquele estado e não ter algum descanso, pelo menos para sair da sala e voltar parecendo um pouco melhor.

O pequeno presente em meu bolso também parecia gritar para conhecer seu dono. Cada minuto parecia uma tortura.

Por sorte, o dia havia terminado, finalmente podíamos sair.

Eu esperei todos irem para fora da sala, indo até Hyungwon quando poucas pessoas restavam ali.

"Oi bolinho..." chamei, o mesmo esfregou os olhos com as mãos e me encarou "Vamos?"

Ele sorriu fraco e assim fomos, andando para fora com uma leve pressa. Afinal, quem não estava doido para sair àquela altura?

Depois de alguns passos, Hyungwon e eu chegamos na frente do prédio, nos preparando para ir embora.

Ele estava andando para seguir seu caminho, mas eu peguei seu pulso, fazendo-o se virar.

"Hyungwon, está tudo bem?" Ele se virou, me olhando, mas não em meus olhos, seu olhar estava baixo.

"Está..." sorriu fraco "Bem... e-eu vou ficar melhor..." Franzi minha testa, ficando nada feliz com aquela resposta.

Eu acho que sei como lhe fazer ficar melhor.

"Hyungwon... Eu uma pergunta pra fazer..."

Eu já estava puxando o chaveiro da minha mão, sem muita pressa, mas acabei parando o movimento do meu braço quando ouvia voz dele num tom magoado.

"Me desculpe, Seokie... E-Eu tenho que ir..."

Disse com a cabeça baixa, e se virou, caminhando pela rua e me deixando totalmente absorto, confuso, e com minha mão ainda presa dentro do bolso da minha jaqueta.

Minha expressão tornou-se totalmente decepcionada, quando visua silhueta desaparecer aos poucos enquanto virava a esquina. Peguei o chaveiro do bolso, olhando para ele atentamente.

Parece que não é uma boa hora para lhe deixar mais alegre, Chae Bolinho...

Comecei a andar, pondo o capuz e caminhando ao longo daquela rua fria.


burn it [hyung.wonho]Onde histórias criam vida. Descubra agora