Entre as mãos trêmulas e inseguras,
Repouso uma carta que não é minha.
Palavras escritas por outra criatura,
Em tinta invisível, segredos em linha.
Sigo pelas ruas com passos cautelosos,
A missão de entregar o que não me pertence.
Carrego o peso de segredos valiosos,
Nas entrelinhas dessa história latente.
Cada esquina é um portal de incertezas,
O destinatário um estranho sem rosto.
Na esperança de unir almas dispersas,
Cumpro o dever imposto, em fé me aposto.
A carta, um elo misterioso de conexão,
Um mensageiro do que não se pode dizer.
Nas entrelinhas, revelações em profusão,
Um vínculo sutil que transcende o viver.
Quem sou eu nesse jogo do destino?
Um porta-voz das palavras não ditas.
Um intruso nos segredos clandestinos,
Entre o remetente e o destinatário aflitas.
E assim, com a missão a cumprir,
Deixo a carta na porta, um ato discreto.
No silêncio da noite, sem perguntar por quê,
Apenas um mensageiro do segredo completo.
Que a carta alcance seu destinatário,
E que as palavras cumpram seu papel.
Um encontro mágico, uma história de diário,
Um momento de conexão que transcendem o céu.
Eu, um intruso nessa dança de palavras,
Testemunha silenciosa de um encontro invisível.
Entrego o que não é meu, sem reservas,
E sigo meu caminho, um fio frágil e intrínseco.
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De: Ninguém Para: Alguém
PoetryPessimismo ou otimismo? Realismo ou surrealismo? Verdade ou mentira? - Será que eu sei as respostas? Uma amiga uma vez me disse "leia e descubra". Então eu realmente espero que façam isso.