único.

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Não.

Ele não podia acreditar naquilo.

Jaebum não podia crer ao olhar para a cena em sua cozinha, fazendo uma careta de nojo ao olhar para os dois indivíduos nus no cômodo pequeno. Dez minutos, pensou. Esse foi o tempo em que esteve fora do apartamento em que morava sozinho, confiando ele ao casal de amigos por enquanto que comprava algumas cervejas para tomarem.

— Dez minutos — repetiu, sua voz soando ameaçadora e sua mandíbula travada lhe dava uma expressão ainda mais intimidade. — Eu fiquei fora por malditos dez minutos! Como vocês tiveram coragem de fazer isso comigo?

— Hyung, a gente pode explicar! — Jackson disse àquela típica frase clichê, sua voz soando algumas oitavas mais altas do que o normal enquanto vestia as calças com pressa, sendo acompanhado por Jinyoung que também estava despido de roupas.

— Não têm o que explicar. Eu vi! — afirmou aos berros, irritado. — Vocês são as piores pessoas do mundo! Vão embora da minha casa!

— Jaebum hyung... — Desta vez foi Jinyoung, usando sua voz mais doce em busca de acalmar a fera enquanto se aproximava do mais velho, ajustando a camisa no seu corpo. — Deixa de ser dramático.

— Eu? Dramático? Eu confiava em vocês. E vocês me aprontam uma dessas, EMBAIXO DO MEU TETO!

— Mas hyung...

— Vão embora! Agora! — puxou os dois homens pelos braços até o corredor do prédio, ignorando os resmungos de ambos, disse baixo: — Nos vemos amanhã, pervertidos.

E por fim sorriu, demonstrando que não estava bravo de verdade antes de fechar a porta na cara dos namorados.

Jaebum não evitou soltar um suspiro ao ver que estava finalmente só em seu apartamento, indo para o quarto e deitando-se em sua cama com um bocejo deleitoso. Sabia que havia sido exagerado quanto a cena do casal em sua cozinha, ele não se importava com àquilo para falar a verdade, cansara de flagrar os amigos transando em partes aleatórias de sua casa. Jaebum jurava que eles eram filhotes de coelhos em outra vida, porque a disposição dos dois para sexo era invejável. Ou talvez ele que estivesse a muito tempo sem alguém para sair e tivesse dado um tempo naquela rotina de garotas desconhecidas em sua cama noite por noite.

Jaebum havia sossegado daquela vida agitada de mulherengo com a chegada dos tão temidos 30. Não que ele se considerasse velho, estava apenas cansado de ver todos os seus amigos namorando, morando junto, casando e ele ficando só.

O Im sabia que se quisesse alguém por mais do que apenas uma noite haveria uma fila de homens e mulheres a espera. Não se importava com o gênero, como dizia em sua adolescência: Deus fez o homem e a mulher e eu vou beijar os dois. Porém assumia que tinha mais interesse em mulheres, adorava umas boas curvas femininas.

Jaebum fechou os olhos, pensando no que comeria amanhã enquanto se preparava para mergulhar em seu sono. Este que havia sido interrompido pelo barulho alto de coisas quebrando e os gritos da vizinha ao lado.

Não.Vão embora.

Outro xingamento, mais alto. Jaebum rolou na cama, enterrando a cabeça no travesseiro.

Estava demorando, pensou com pesar ao ouvir o som característico de vidro quebrando.

Desde que o novo casal havia se mudado para a casa ao lado que Jaebum já não podia dormir em paz, ouvindo todas as noites os berros furiosos da mulher por motivos fulos, mas que, inexplicavelmente era culpa do marido. Este que parecia nunca levantar a voz, ao menos não o suficiente para que o Im pudesse escutá-la. Então era apenas a moça mal amada gritando sobre tudo, como um casaco sujo de ketchup, um copo quebrado, seu cabelo ruim e etc. A megera, como Jaebum a apelidava carinhosamente, arranjava os motivos mais tolos para arranjar uma discussão, e aparentemente, nunca tirava a paciência de Youngjae — não foi difícil descobrir seu nome quando sua esposa vivia berrando aos quatro ventos o quanto ele era inútil por não conseguir ultrapassar o sinal antes que fechasse; esses eram os níveis de estresse da mulher —, que o Im julgava ser um santo, pois se fosse consigo com certeza já teria gritado tanto quanto a megera que ele tinha como esposa.

.i treat you betterOnde histórias criam vida. Descubra agora