"Quero ir embora" digo andando em passos apressados e ele me segura pelo braço."Espera" ele diz.
"O que foi?" digo farta disto.
"Ele fez algo a mais com você?" ele pergunta seco.
"Não, Luke" viro-me e o sinto andar ao meu lado.
Porque ele se importa? Mesmo que ele tenha livrado-me daquele idiota, não significa que deve sempre estar a se meter em minha vida.
Aliás, o que ele está fazendo aqui?
"O que estás fazendo aqui?" pergunto.
"Todo fim de semana venho aqui" ele diz assim que saímos da boate, e assinto.
"Obrigada" tento um sorriso.
"Faria isso por qualquer um" ele diz sem expressão.
"Tá bom, eu já vou" digo chamando um táxi.
"Seja mais esperta" ele diz.
Ele queria que eu fizesse o que? Se eu relutei pra não deixar aquele homem me levar?
Que aniversário bom!
Assim que entro no táxi e o vejo entrar na boate novamente, abraçado a uma garota morena com vestido vermelho curto. Porque ele sempre tem que ser assim? Frio comigo? Que eu me lembre nunca fiz nada para ele.
Não posso negar. Luke é um rapaz lindo, olhos verdes, com sua pele levemente rosada, algumas tatuagens espalhadas pelo corpo, e seu cabelo em um tom castanho claro, seu sorriso é encantador, mas tudo isso não muda o fato de ele ser um galinha, de ser infantil, de implicar por nada.
Assim que chego em casa, dou o dinheiro ao taxista e entro em casa sendo recebida por uma garotinha de cabelos enrolados, Rosella.
"Ainda acordada pequena?" Pego-a em meus braços.
Olho para o sofá e vejo meu pai a dormir com a televisão ligada, e resolvo não acorda-lo.
Subo as escadas com Rosella em meus braços, e vou até o quarto dos meus pais e vejo minha mãe a dormir.
"Já estás na hora de dormir" Digo a levando ao seu quarto a pondo em seu berço.
"Nah" balbucia assim que me distancio dela.
"Acho que podes dormir comigo hoje" digo a colocando no chão segurando sua pequenina mão e indo em direção ao meu quarto.
A coloco sobre minha cama e arrumo tudo, tomo um banho rápido, visto meu pijama e abraço minha irmã até dormirmos. Pelo menos o meu dia está terminando desse jeito. Não queria que tivesse sido desse jeito, mas acho que eu não conseguiria permanecer naquele lugar depois do que aconteceu.
Ponderando, caio no sono.
No dia seguinte...
Acordo com minha irmãzinha a pular na cama e abro lentamente os olhos, sentindo o impacto da luz do sol.
"Acorda" ela diz balbuciando.
Procuro meu pequeno celular em cima da mesinha de cabeceira para ver as horas.
São exatamente 05:20! Ninguém merece acordar cedo, em pleno domingo.
"Rosie, viste a Ro-" minha mãe entra em meu quarto aos berros.
"Está aqui!" levanto-me com Rosella em meus braços.
"Mama" balbucia.
Minutos depois descemos as escadas para um café da manhã em família, e em seguida subo até meu quarto para tomar uma boa ducha e ir correr pelo quarteirão inteiro.
Opto por uma legging cinza, e uma blusa de alcinha branca de ginástica com uns detalhes em rosa claro. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto e ponho meus tênis.
Desço as escadas novamente e passo pela sala vendo todos em frente à televisão a assistir um canal de comédia. Saio de casa e começo a correr, fecho meus olhos por milésimos de segundos para sentir o vento sobre meus cabelos, até que sinto-me bater contra alguém, desequilibro-me e caio no chão.
"De manhã e já estás a fazer merda" olho para cima e vejo a pessoa que mais irrita do mundo.
Vulgo meu vizinho.
"Cala a boca" digo a levantar-me.
"Venha calar" ele diz e eu levanto uma das minhas sobrancelhas.
Luke entrou na fila da infantilidade mais de setenta vezes. Mas resolvo entrar em seu joguinho, novamente.
Ando até ele e tento diversas vezes tapar sua boca, sinto-o agarrar meus braços aproximando seu rosto do meu fazendo seus lábios rasparem com os meus, mas o afasto.
Beijar Luke? Jamais.
"Achaste mesmo que poderias beijar-me?" pergunto rolando os olhos.
Ele gargalha.
"És ridícula" ele puxa um isqueiro de seu bolso, acendendo um cigarro.
"Não voltes a fazer isso" digo e ele assente com ironia.
"Aposto que ainda podes mudar de ideia" ele sorri e vira-se voltando a andar.
"Isso será impossível!" grito.
"Veremos"
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round and round
RomanceEla sabia que não o odiava, mas o orgulho falava mais alto. Só não falava mais alto que o sentimento intenso que ambos sentiam um pelo outro, e por mais que a vida dê muitas voltas e voltas não adianta fingir que não sente, ou se distanciar, quando...